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quinta-feira, 14 de maio de 2020

UMA LOUCURA QUE JAMAIS VOU CURAR: UMA COPA (2016)

Foto: Rodrigo Rodrigues/CBF.

Olá meu caro amigo! Como vai? Tudo bem?

Que insano está pandemia né? ... Muito triste tantas perdas, tanto sofrimento. Por outro lado, ficar em casa cuidando da família, perto dos pais, e irmãos e avós...
Te faz lembrar de um outro tempo, de outras coisas, de outras histórias. Como eu ouvia do meu avô: "É um absurdo o que defende este Mazzaropi, não tem arqueiro melhor!"
Ou de meu pai falando sobre Adilson, Rivarola, Dinho, Goiano...
Nas palavras dos meus velhos, esses homens pareciam heróis! Pareciam gigantes... E quando eu comecei a entender da vida, percebi que eles só eram assim, porque em algum momento da história, eles se tornaram eternos

Então eu decidi contar essas 3 histórias que vivi, me tornar um 'novo nego véio'!
Decidi falar há amigos, há minhas filhas, minhas irmãs, minha namorada...
Vim falar aqui sobre homens eternos!
Sobre lágrimas, lutas, glórias e alegrias... Vim falar sobre uma instituição, um clube, uma gente e sua camiseta!
Vim falar sobre o Grêmio!
O Grêmio que foi do meu avô
O Grêmio que foi do meu pai!
E que graças aos fatos que trago e levo para o limite do meu tempo... Este que é o meu Grêmio!

Essa história poderia começar em 2015, com o maior técnico de todos (até então) na história tricolor, Luis Felipe Scolari ou no massacre, já sob comando de Roger Machado, 5x0 no internacional. Com direito a um pênalti desperdiçado... E logo em seguida um chocolate pra cima do galo 2x0 com um gol que meus amigos era digno de Barça...

Mas ela começa em 2016, Na final do gauchão!
E o Grêmio nem estava em campo
Essa história, infelizmente começa com uma valsa!

Era início de 2016. E a nação gremista iniciava mais uma temporada ao lado do time! O início do ano tricolor é turbulento. Principalmente pela queda no estadual, àquela altura o co-irmão conquistaria o 6º ruralito consecutivo! E pra nós... Bah, pra nós ter vencido o cafezinho já seria um alento, não algo que fizesse sair a fila dos ombros... Mas um alento.

Naquele momento... Se eu voltasse no tempo pra contar, pra mim mesmo, tudo que aconteceu de lá pra cá... Certamente eu não acreditaria em mim. (Desculpe se a viagem no tempo ficou confusa)
Mas naquele dia aconteceu algo... Algo que é a marca, da maior rivalidade futebolística que este país já produziu!

Aaah a dupla GRENAL. Como é bom ganhar do inter! Como é horrível perder pra eles! O sarro, as apostas e brigas... Há quem duvide, mas pra mim o GRENAL é um campeonato à parte!

Naquele dia um tal de Sasha, faz um gol... E na comemoração dança uma valsa com a bandeira de escanteio. Nessa hora a vontade de todo gremista era esganar o bruxo colorado que tava no bar flauteando e vendo o jogo.

Mas não...

Era a taça deles, deixa fazerem festa, levar caixão, falar bobagem. Estão certos!
ONDA SE TIRA COM TÍTULOS! (mais uma viagem no tempo, pra quem pegou a referência)

O Brasileirão começou, a Libertadores também.

O Grêmio não era linear acertava um ou dois jogos, e desandava. Veio a queda nas oitavas da Libertadores. Diante do Rosario Central. E Roger já era bastante contestado por estes lados...

Nas oitavas da copa nacional, o Grêmio vence o primeiro jogo fora de casa, e tudo indica que vamos engrenar no ano.

Mas nossa sequência no Brasileirão é péssima! Ruim a ponto de derrubar o treinador depois de um 3x0 aplicado no Grêmio pela Macaca, no Moisés Lucarelli.

O substituto escolhido? O maior ídolo do clube! Jogador que nos deu a América e o mundo! Craque da 7 e da mulherada. O homem gol! Renato Portaluppi!

E foi naquele 21/09/2016 que tudo começava a mudar no Grêmio. O tricolor fez um jogo ruim e numa falha do goleiro Marcelo, sofremos 1 gol, perdemos a partida. E a decisão da vaga foi para a marca da cal!

Como não podia deixar de ser, a classificação veio, e não foi com o coração na ponta da chuteira, mas na ponta dos dedos! Aquele que parecia ser o vilão da noite, se tornaria o protagonista e grande herói! Daquela e tantas outras batalhas mais na frente. Grohe fecha o gol! Pega três cobranças inclusive a do goleiro do Atlético paranaense Weverton, que recém fora campeão olímpico com a seleção!

Foto: Rodrigo Ziebell/Folhapress.

O Grêmio despachava o furacão e seguia na copa!  E a próxima peleia era com um antigo e conhecido rival, o Palmeiras.
Com uma vitória em casa e um empate em São Paulo. Uma vez mais estávamos vivos! Uma vez mais nós acreditamos! Uma vez mais gritávamos com choro e amor na garganta que nós queríamos a copa! Que queríamos ser campeões!

Ninguém imaginaria tal desfecho nas semifinais, dois estados, duas rivalidades, dois gigantes!
Do lado de lá, os azarões, Atlético Mineiro x Internacional.
Do lado de cá, 8 títulos, dois tetra campeões, Cruzeiro x Grêmio.
A final poderia ser um GRENAL, ou o maior clássico de Minas.
Não foi... Mas se há alguma ressalva para fazer nesta parte da história é a seguinte: tanto a final quanto a semifinal foi decidida em Belo Horizonte!

E aquele primeiro jogo no Mineirão foi qualquer coisa de espetacular. Nada puderam fazer Arrascaeta e Willian bigode. Luan abriria o placar da partida aos 20 minutos com um golaço!
Primeiro gol do guri na CB, tá bom ou quer mais?
E aos 16 da segunda etapa. Numa rebatida da zaga, Ramiro num toque deixa Douglas cara a cara com Rafael, e de direita ele manda pra rede! 2x0.

E não me lembro de outro gol do Douglas com a perna direita.

Foto: Lucas Uebel/Grêmio.

Ali a taça era nossa, ali já estava decidido! Quem quer que viesse na final, qualquer coisa que pudesse acontecer. Nada mais iria segurar o Grêmio! E não segurou! Empate em casa e final a frente. De novo contra um mineiro! E de novo começando em Minas!

Mas antes de voltarmos pro Mineirão...

Lembramos da campanha no Brasileirão, o Grêmio alternava escalações e desempenhos neste ano. Mas foi o time mais gostoso de se assistir, e não havia ninguém que pudesse negar isso. Em meio a tensão da final, de estar tão perto da glória mais uma vez, e talvez poder se tornar o maior campeão nacional de uma competição, era grande, era esperado, era o que precisava toda uma geração que acreditou, apoiou e foi fiel por loooongos 15 anos... A gente já não se aguentava de vontade de ver uma faixa no peito, de gritar é campeão, de chorar de alegria pelo Grêmio. E tudo isso em meio a uma iminente queda para a série B de um outro time aqui do sul...

Tchê, era uma realização dobrada! Erguer o 5º caneco da copa do Brasil e de lambuja ver o time da Beira Lago ir com a sua soberba e arrogância para a segunda divisão, era um sonho, uma loucura, era inexplicável! E sim! Aconteceu! Tudo aconteceu!

24/11/16- Estádio Mineirão. Primeiro confronto da grande final!

A torcida do Galo dava um show! Eram dois grandes times, era briga boa! Foi um grande jogo. Que se resolve em 3 gols, 3 jogadas e um só nome, PEDRO!

Os dois times tentavam finalizar, era um jogo bem cadenciado, até que com meia hora de partida. Maicon encontra Pedro Rocha; um guri que era vaiado; um guri que estava se firmando na equipe; um guri que as vezes fazia o torcedor perder a paciência; um guri... Que recebe a bola dando um corte seco no zagueiro que acaba deitado no chão, e dá um toque na saída do goleiro Victor. O Grêmio saia na frente e a taça começava a vir pra Porto Alegre.

Aos 42’, Marcelo salva o Grêmio do que seria o empate do Atlético

Na segunda etapa, o ambiente ainda era todo deles, até que aos 10 minutos, aquele guri, de novo, marca seu segundo gol da noite. Predestinado Rocha, predestinado Pedro! 2x0!

Logo depois PR 32 seria expulso, tirou a camisa na hora do gol, e fez uma falta ao lado da área e com 25 minutos começa a dificuldade do Gremio, que com um a menos, dez minutos depois da expulsão sofre um gol... 2x1, e nessa hora tudo poderia ir por água a baixo. Gabriel zagueirão de sem pulo desconta pro time do Galo após cobrança de escanteio.

Eram 44 minutos, e tudo levava a crer que o Grêmio seguraria a pressão e iria voltar pra casa com o 2x1, o que a torcida do Galo não contava naquela hora é que o Grêmio tinha outro Pedro em campo, um Pedro tão decisivo quanto o primeiro, mas muito mais amado!

O melhor zagueiro do Brasil desarma o atacante e sai tocando no meio pra Wallace, que devolve com Geromel, ele arranca pela ponta, levanta a cabeça pra procurar a opção e cruza. Everton se atira de encontro a bola e vence Victor! As redes do Mineirão balançam uma última vez! É gol do Grêmio! O gol do penta! O gol da ousadia de Renato e de Everton! O gol da sua santidade Pedro Geromel! Os números finais do jogo... Levem a taça pra arena! Ela não sai mais de lá!

07/12/2016 - Arena do Grêmio. Taça na mão e faixa no peito! O Grêmio é campeão.

50 mil almas assistiam, com o trapo e a bandeira, com o sinalizador, o grito e a fé inabalável! Era o nosso dia! E foi! Depois que Bolaños empurra a bola pro gol! Foi tudo festa. Foi tudo alívio. Foi tudo emoção. O Grêmio se sagrava campeão da copa do Brasil!

Foto: Lucas Uebel/Grêmio.

Uma taça! Um campeonato! 15 anos, valsa, rebaixamento e volta olímpica...
Como diz uma canção da imensa torcida gremista: NADA MAIS APAGA ESTA HISTÓRIA!
E depois?
Bem, depois aconteceu mais um monte de coisas... E eu volto já pra contar mais estas histórias!

Por: Jean Velho

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