Nesse Domingo, Santos e Corinthians se enfrentam mais uma vez pelo
Campeonato Brasileiro. O clássico alvinegro é carregado de história e jogos
marcantes para o futebol. Em campeonatos brasileiros, desde 1913, foram 57
jogos e o confronto está bem equilibrado. São 20 vitórias do Corinthians,
contra 19 do Santos e 18 empates. Dentre esses diversos jogos, nós tivemos
algumas partidas históricas, que marcaram a memoria dos torcedores de ambos os
times. Nas vésperas de mais um confronto, as equipes de Santos e Corinthians se
reuniram para levantar algumas dessas partidas que contribuíram para a história
desse clássico.
O lado do Santos, por Fe Lorena:
Falar sobre Santos e Corinthians
desperta a alegria em qualquer torcedor Santista. Diante do alvinegro da capital
já vimos o Peixe fazer partidas muito especiais, além de ver alguns dos nossos
jogadores favoritos, como Robinho, Neymar e Gabriel, fazerem muitos e muitos
gols.
A rivalidade é tensa. A cada partida
entramos em campo com um desejo absurdo de descontar o tão falado “eterno 7x1”,
ou tentar minimizar na nossa memoria a desclassificação da Libertadores de
2012. Mas, antes de tudo isso acontecer, deixamos o tão fiel “bando de loucos”
engasgado com um jogo em especial: a final do campeonato brasileiro de 2002.
Santos e Corinthians se enfrentavam
pela disputa do campeonato nacional, em seu ultimo ano com o formato de mata
mata. O Peixe chegou às fases finais como zebra, depois de conseguir de forma
sofrida a última vaga nas oitavas de final. Mas na disputa dos jogos da final,
isso não fez a menor diferença.
Ganhamos a primeira partida por 2x0 e,
portanto tínhamos a vantagem do placar. Aquele time de meninos poderia se
consagrar como a equipe mais jovem a ganhar um titulo nacional. A
responsabilidade era enorme, mas esses meninos se agigantaram diante do seu
maior rival.
Logo no começo da partida perdemos Diego, por lesão. Nosso camisa 10
vinha sendo o principal jogador, nossa referência. Sem ele, Robinho, que
na época era apenas um moleque, chamou a responsabilidade e pintou uma das
jogadas mais bonitas desse clássico: as famosas e eternas oito pedaladas, que
deixaram o zagueiro Rogério desnorteado e marcado pelo resto da sua carreira
como o “jogador que sofreu as pedaladas de Robinho”. Pênalti para o Santos, e Robinho
colocou o peixe em vantagem no placar.
Robinho pedalando pra cima da zaga corinthiana (foto: blogdoodir.com.br) |
O jogo ficou disputado, e mesmo Fábio
Costa fazendo grandes defesas, o Corinthians conseguiu virar a partida.
Mas quando ameaçava uma reação maior, Robinho entrou em cena de novo e
protagonizou dois grandes contra ataques dando passes açucarados para os gols
de Elano e Léo, que finalizaram o placar do título santista.
Eram 18 anos de espera por um título
nacional. O Morumbi estava entupido de torcedores Santistas emocionados que não
faziam ideia de que estavam presenciando um dia histórico para o Santos. O dia
em que a geração de meninos criados na Vila Belmiro provou a força da união e
da vontade de vencer. Uma geração que iniciou um novo ciclo na história do
Santos Futebol Clube, trazendo o alvinegro praiano de volta para o patamar de
um grande time competitivo e ambicioso.
Como torcedora, esse foi um jogo muito
especial, o dia em que o meu ídolo Robinho surgiu para o futebol brasileiro e
levou o Santos até esse título, tão esperado por toda a nação santista, diante
do nosso maior rival.
O lado do Corinthians, por Lígia Timão:
Clássico alvinegro: memórias dos 7 a 1.
Dentre tantos jogos
marcados na história centenária entre Corinthians e Santos, busco em minha
memória um dos mais relevantes. Entretanto, não somente este vale a citação por
sua extrema importância: a terceira maior goleada dos confrontos, o recente 7 a
1 no Campeonato Brasileiro de 2005, ficou marcado principalmente pela
rivalidade demonstrada em campo, forma de disputa do jogo e construção do
placar, na qual o Corinthians vencera após sofrer o empate. Vale lembrar que a
maior goleada no clássico alvinegro foi pelo placar de 11 a 0, a favor da
equipe do Parque São Jorge, mas lá em 1920. Desde então o Timão aplicou várias
goleadas no time da Vila.
Vamos àquele 06 de
Novembro de 2005. O Corinthians não podia errar, pois um tropeço no clássico
afetaria sua campanha em busca do tetracampeonato brasileiro, ou seja, a ordem
era atacar! Jogava em casa, diante da Fiel que lotara o Pacaembu. O jogo
começou pegado, Nilmar parecia querer brilhar. Antes do placar marcar um minuto
de jogo o Timão abriu o placar com Rosinei. Após o gol, a Fiel cantava “e o
Timão querendo golear”. Mal sabiam eles que seria a terceira maior goleada do
clássico. Corinthians fez por merecer e continuou indo para cima, sem medo do
Peixe.
O Timão, líder do
campeonato naquela oportunidade, firmava seu favoritismo ao título. Após abrir
o placar, o time de Antônio Lopes buscava a criação da partida, porém foram
golpeados pela sua própria armadilha. Geílson empatou para o time da Vila,
incendiando o clássico. O que o time de Nelsinho Baptista não sabia era que
viria uma avalanche corintiana após o empate. 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7. 7 gols. O
Timão estava ensandecido, marcando aquele jogo para a história.
Após o 1 a 1, Tévez,
a estrela do Timão, colocara o alvinegro do Parque a frente do placar
novamente. Tévez anotou de novo, 3 a 1. Tévez marcou o seu terceiro, quarto do
Corinthians na partida. O que aguardar? Com certeza era sintoma de um grandioso
jogo, daqueles para você contar aos seus filhos e netos. Mas não acabou por aí.
O Timão fez mais três gols, sendo dois de Nilmar e um de Marcello Mattos: 7 a 1
para o Corinthians. O tão famoso e “Eterno 7 a 1”. Para ficar registrado na
memória de cada corintiano.
Sem contar a maior
eliminação, o Timão despachou o Santos da semi-final da Libertadores. O jogo de
ida, na Vila Belmiro, 1 a 0 para o Corinthians, gol de Emerson Sheik em um
chute belíssimo de fora da área, deixando o goleiro Rafael sem ter o que fazer.
O jogo de volta foi no Pacaembu, a Fiel incendiava o estádio e, como de
costume, marcava presença. Estádio lotado. Torcida vibrante. Noite aguardada
por todos os corações corintianos, pois nunca na história o Corinthians havia
chegado numa final de Libertadores. O jogo terminou empatado em 1 a 1, gols de
Neymar para o Peixe e Danilo para o Timão. No placar agregado, 2 a 1 pro
Coringão, credenciando a equipe da capital à final da Libertadores, título tão
aguardado. Mas, claro, esses são uns de tantos e tantos confrontos marcados em
minha memória e, certamente, na memória dos mais de 30 milhões de corintianos.
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