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sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Clássicos Eternos: Grêmio x Flamengo

Grêmio e Flamengo por si só tem muita história, e abrindo o baú dos clássicos, nossa, é jogo que não acaba mais. No geral, em campeonatos brasileiros são 61 partidas de 1967 até 2015, com 24 vitórias gremistas, 17 vitórias rubro-negras e 20 empates, além de 139 gols marcados, sendo 76 gols pelo Grêmio e 63 pelo Flamengo. E o "Vai Que Tô Te Vendo" lembrará alguns confrontos históricos desse clássico. 

Grêmio 4 x 2 Flamengo - Campeonato Brasileiro - 30 de outubro de 2011

Dia 30 de outubro de 2011, 16 horas e o Grêmio escalado pelo técnico Celso Roth com: Victor, Mário Fernandes, Saimon (Adilson), Rafael Marques e Júlio César (Bruno Collaço), Fernando, Gilberto Silva, Douglas e Marquinhos, Escudero e André Lima (Miralles). O Flamengo do "professor" Luxa naquele dia foi a campo com: Felipe, Leonardo Moura, Alex Silva, Welinton e Junior César, Airton, Renato Abreu, Thomás (Muralha), Thiago Neves, Ronaldinho Gaúcho e Deivid ( Diego Maurício). 

(FOTO: Estadao.com.br)

Ronaldinho de volta ao olímpico, caixas de som, festa, estádio completamente tomado por gremistas sedentos de amor e ódio, sentimento de traição. A maior vaia que vi na história do futebol gaúcho foi deste senhor chamado Ronaldo de Assis Moreira, cada toque na bola, cada movimento, cada olhar e a pressão pegando dentro de campo. Porém, tudo conspirava para ele.  Com um escorregão digno de Rafael Marques, Deivid abriu o placar, logo na sequência mais uma vez fulminante o 2 a 0 aconteceu com Thiago Neves aos 34 minutos da etapa inicial, um balde de água fria naquela tarde. Mas, aos 41 minutos Mário Fernandes, o menino fujão, fez a jogada e André Lima descontou, sendo um alento para o segundo tempo, que prometia grandes emoções. 

Na segunda etapa o golaço, o lance lindo, com direito a caneta e tapa rasteiro no fundo do gol. André Lima, o guerreiro imortal, logo aos 5 minutos da etapa final colocava a igualdade no placar. E aí meu amigo, o jogou pegou fogo. O estádio pulsava, a torcida apoiava e Douglas, ele mesmo, nosso tão querido e contestado pança de cadela, marcou o terceiro aos 34 da etapa complementar. E para compor o descontrole e finalizar a festa, o argentino e xodó da torcida naquela temporada, Miralles, fecharia o caixão rubro negro aos 39 minutos da etapa final, com um belo chute de fora da área, sem chances para Felipe. No final, o grito de olé e a vingança realizada sobre  R10. 

Grêmio 0 x 1 Flamengo – Campeonato Brasileiro – 25 de abril de 1982

Era o confronto entre as duas melhores equipes do país no momento. Em 80, o Flamengo havia sido o campeão brasileiro. Em 81, levou o Carioca, a Libertadores e o Mundial para Gávea. No mesmo ano, o Grêmio foi o campeão brasileiro. 

O time carioca passou fácil pela primeira fase. Nas quartas de final, encarou o Santos, venceu por 2 a 1 o primeiro jogo e empatou em 1 a 1 o segundo, garantindo vaga nas semifinais. O adversário foi o Guarani, derrotado duas vezes: 2 a 1 e 3 a 2. 

(FOTO: Livroanacao.blogspot.com)

A fase final do campeonato era decidida com jogos de ida e volta, dando o mando de campo na segunda partida – e em uma eventual terceira- ao time de melhor campanha. A vantagem, nesse caso, era do Grêmio. 

O primeiro jogo deu indícios de que as partidas seriam dramáticas e intensas do início ao fim. Cheio de moral, o Flamengo levou ao Maracanã mais de 138 mil torcedores que aos 38’ do segundo tempo levaram um susto e viram o time gaúcho abrir o placar com Tonho. A esperança rubro-negra ressurgiu nos pés de Zico aos 42 minutos da etapa final. Após o apito final, a única certeza era de que a decisão seria no Sul. 

O empate na segunda partida, em 0 a 0, diante de 74.238 torcedores no Olímpico obrigou as equipes a protagonizarem um terceiro encontro. No entanto, o clima de guerra não amenizou após o término da partida. O goleiro Emerson Leão, declarou que o Flamengo era um time de covardes. Demonstrando insatisfação com a declaração do goleiro tricolor, o centroavante Nunes, prometeu um gol em cima de Emerson. Imagina o clima para a partida, enfim, decisiva. 


(FOTO: imortaisdofutebol.com)

Seguindo as expectativas o jogo pegou fogo. Com dois minutos, Nunes e Leão se chocaram. O goleiro gremista mandou o cotovelo no rosto do atacante rubro-negro. Por sua vez, Nunes apontou para o rosto de Leão e prometeu: “vou fazer um gol em você, seu babaca!”. Toda promessa é dívida. Aos 10 minutos, Zico, brilhante como sempre, driblou meio time do Grêmio e tocou para o camisa 9 da Gávea marcar o único gol da partida. 

Era o Flamengo se consagrando, pela segunda vez, campeão brasileiro. Em 23 jogos, venceu 15, empatou 6 e foi derrotado em 2. Zico, sempre ele, foi o artilheiro da competição com 21 gols. 

Grêmio 2 x 0 Flamengo - Campeonato Brasileiro - 28 de outubro de 2001

O Grêmio que encaixava, o Grêmio que era moderno, o Grêmio que eu assisti com emoção, o Grêmio de Tite, o Grêmio de 2001, campeão da Copa do Brasil e que jogava um futebol moderno, compacto e que enchia os olhos de quem via. 

Escalado com Eduardo Martini, Marinho, Ânderson Polga e Mauro Galvão, Roger, Rubens Cardoso, Pedrinho, Itaqui, Fábio de Los Santos, Luís Mário e Cláudio Pitbull. Totalmente desfalcada a equipe de Tite, mas mesmo assim envolvente, sem nenhum meia de origem e com vários laterais espalhados no 3-5-2 clássico, provando que futebol é ocupação de espaço e parte tática com aquele tempero dado pela técnica e classe de quem joga. Já o Flamengo, foi ao campo com: Júlio César, Alessandro, Leonardo Valença, Juan e Cássio, Vampeta, Beto, Jorginho e Petkovic, Reinaldo e Edilson. 


(FOTO: futpedia.globo.com)
Um jogo com duas expulsões do lado rubro negro, um jogo com domínio tricolor, com movimentação e intensidade, e com uma pitada de vaidade da equipe rubro negra. Um ego do tamanho do mundo, que em campo não se encontrava contra um Grêmio humilde, que se destacava pelo coletivo, o último Grêmio que me deu gosto de ver. Zagallo naquela tarde disse que o Flamengo estava perdido, as expulsões não pesaram no resultado e os gols de Luís Mário e Cláudio Pitbull zelaram o 2 a 0 e o chocolate tricolor naquele Domingo 28.10.2001. Que saudade do Grêmio do Tite.

Flamengo 1 x 0 Grêmio - Campeonato Brasileiro - 06 de dezembro de 2009

Se perguntarmos para todo e qualquer rubro-negro: “Onde você estava no dia do Hexa?”. As respostas serão variadas, mas o pelo tremor da voz, perceberemos que a emoção será a mesma. Todos os detalhes os levarão a mesma conclusão: Foi um título com a cara do Flamengo. 


(FOTO: Thiabolico.blogspot.com)

A equipe carioca tropeçou nas primeiras rodadas do Brasileirão, além de ter sido eliminada nas quartas de final da Copa do Brasil, pelo Internacional. Com o acumulo de derrotas, o técnico Cuca foi demitido na 13ª rodada. Assumiu então, Andrade, ídolo do clube. O Flamengo terminou o primeiro turno como o 10º colocado. Porém, nem o mais otimista contava com um segundo turno tão brilhante da equipe rubro-negra. No entanto, só pintou no G-4 na 33ª rodada, após derrotar o Santos, por 1 a 0. 

Após vencer o Corinthians, na penúltima rodada do Brasileirão, o Rubro-Negro assumiu o seu devido lugar: o topo do Brasil. Era o líder do campeonato e dependia de si para se tornar hexacampeão brasileiro. Falta só um jogo, o último, e contra o Grêmio. 

No dia 06 de dezembro de 2009, quase 85 mil pessoas pintaram as arquibancadas do Maracanã de vermelho e preto, para soltar um grito preso há 17 anos. Os gremistas presentes queriam, tanto quanto nós, essa conquista. Já que uma vitória do Grêmio daria o título ao seu maior rival. Enganou-se quem pensou que seria fácil. O primeiro tempo foi tenso, principalmente pelo lado carioca. E aos 21 da primeira etapa, o Grêmio abriu o placar com Roberson, após cobrança de escanteio. O desespero rubro-negro vinha de fora do campo para dentro, a torcida ainda cantava, mas desconfiada. Após oito eternos minutos, Petkovic cobrou escanteio e o zagueiro David Braz, na sobra, bateu de primeira no canto direito para deixar tudo igual no Maraca. 

Na volta para o segundo tempo, o Flamengo abraçado por sua torcida passou a sufocar o Grêmio. A pressão surgiu efeito aos 24, quando, mais uma vez, Petkovic bateu o escanteio da esquerda. O magro de aço - cujo sua vaidade é ver o Flamengo vencer – subiu no meio da área e desviou de cabeça para o canto esquerdo de Marcelo Grohe. 

O último apito pôs fim a uma agonia de 17 anos e 90 minutos. E lá estávamos nós, com o Flamengo, com o nosso manto sagrado e nossa bandeira na mão, mostrando que o Maraca era nosso e fazendo a festa. 

Podem se enganar da forma que quiserem, mas o Brasil foi seis vezes Flamengo. 

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