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quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Entrevista com Wallim Vasconcellos

Conversamos com o candidato à presidência do Flamengo pela Chapa Verde, Wallim Vasconcellos. O ex-vice de futebol da gestão de Eduardo Bandeira de Mello, aparece como a grande ameaça à reeleição do atual presidente.

Assuntos como esportes olímpicos, FERJ, Ninho do Urubu e programa de sócio torcedor foram discutidos com Wallim. 



Confira a entrevista na íntegra:

1) O Flamengo é referência quando o assunto é esportes olímpicos. A chapa pretende continuar com o investimento feito por gestões anteriores? Quais são as propostas para melhorarmos ainda mais neste quesito que sempre marcou a história do Clube?

Wallim: Já para 2016 o Flamengo precisa ser um dos três maiores clubes fornecedores de atletas, passando a ser ao menos o segundo para 2020. Vamos focar nas divisões de base dos esportes nos quais já somos fortes: basquete, judô, ginástica olímpica, ginástica artística, polo aquático, nado sincronizado, natação e vôlei. O investimento nas equipes de ponta dependerá de financiamento. Temos que manter a autossuficiência e aproveitar os recursos da Lei Pelé, da Lei de Incentivo Fiscal, da Escola de Esportes e de patrocínios. Vamos continuar a reaproximação com ex-atletas
laureados do clube e manter a reforma dos equipamentos da Gávea.

2) Muito se fala que a Chapa Verde está fazendo uma campanha ofensiva ao atual presidente Eduardo Bandeira de Mello. Qual o posicionamento da chapa sobre isso? Vocês acreditam que a gestão de Bandeira não foi positiva?

Wallim: Nunca ouvimos falar disso. Se tem uma chapa que está partindo para o ataque, inclusive com ofensas pessoais contra os integrantes da Chapa Verde, essa é a azul. Votar Verde significa manter a filosofia do grupo que ganhou a eleição de 2012, num trabalho que foi feito durante dois anos e meio. Este grupo saiu da atual gestão pelo fato de esta filosofia não estar sendo mais cumprida. De grupo, passou para uma gestão personalista, com práticas que não estão de acordo com o que foi idealizado em 2012 e que não são boas para o Flamengo. A Chapa Verde é o grupo que ajudou a transformar o Flamengo.

3) Eduardo Bandeira de Mello deixou claro que o Flamengo não entrará em nenhum acordo com a Federação Carioca de Futebol. Caso a Chapa Verde ganhe o pleito, como será o relacionamento com a Federação? Manterá essa posição ou vai tentar o diálogo?

Wallim: Se é para romper com a Ferj, pede desfiliação. O Flamengo, se está filiado, tem que ir ao Arbitral, fazer constar em ata seus pleitos, reivindicar, exigir toda a informação a que tem direito. E reivindicar o que acha importante. Mesmo que seja murro em ponta de faca, tem que estar lá. Não pode é dizer que está rompido e continuar filiado, sem aparecer nas reuniões. Desta forma, tudo é decidido à revelia do Flamengo.

4) O que tem de concreto para a finalização do CT do Flamengo? As obras finalmente terminam em 2016?

Wallim: O Centro de Treinamento George Helal é, muito provavelmente, o investimento mais importante para o futebol do Flamengo. Será ele que permitirá ao nosso clube dar um salto de qualidade na formação e na atratividade de atletas. Sendo assim, é uma prioridade absoluta na nossa administração. Apesar do período financeiro turbulento que nosso país está passando, temos a firme convicção de que, dada a credibilidade e o conhecimento dos componentes e apoiadores de nosso grupo, teremos como levantar os recursos necessários para finalizar toda a obra do CT num período máximo de dois anos. Pelos cálculos que temos, serão necessários mais R$ 30 milhões. O Flamengo, com um grupo forte e com credibilidade, pode conseguir levantar este montante no mercado. O Flamengo só muda de patamar no dia em que tiver um CT completo.

5) As negociações da Primeira Liga serão todas feitas pela chapa atual. A Chapa Verde apoia a realização da competição?

Wallim: Eu entendo que a Federação tem que dar autorização. Se for jogar sem autorização, tem que discutir alguns aspectos. Se for no formato que o Kalil falou, que quem ganhar mais será no máximo 50% a mais do que quem ganhar menos, estou fora. A Liga já nasceu errada. Não pode ser o Kalil o presidente, nunca. Uma empresa teria que ser contratada e buscar executivos no mercado. Não pode um apaixonado pelo Atlético-MG, com o perfil que conhecemos, presidir. Começa amadoristicamente. Começou errado e vai virar um novo Clube dos Treze.

6) O Flamengo tem um projeto com o Mc Donald’s para a construção de uma arena na Gávea. Caso a Chapa Verde vença o pleito, continuará com as negociações para finalizar o projeto?

Wallim: Pelo o que sabemos o McDonald’s passa por problemas financeiros. Uma arena na Gávea depende da liberação de uma série de órgãos. Vamos analisar o caso, mas trabalhamos mesmoem propostas de ação a serem apresentadas à Prefeitura do Rio, ao Exército e ao COB,  visando à parceria do clube em vários equipamentos olímpicos, tais como as arenas da Barra da Tijuca ou de Deodoro, onde poderão jogar nosso time campeão mundial de basquete e, futuramente, o time de vôlei que iremos montar; a piscina olímpica, para o incremento da natação; além de materiais importantes para a  ginástica olímpica, o remo e entre muitos outros possíveis.

7) Ouve-se boatos de treinador estrangeiro para 2016. O que a Chapa acha disso? É a hora do Flamengo voltar os olhos para o mercado sul-americano para comandar a equipe?

Wallim: Não temos nenhum problema em contratar um técnico estrangeiro. Tudo vai depender do resultado das conversas com os potenciais candidatos.

8) Sobre o futebol, que é o que mais interessa a maioria. Quais seriam as prioridades da chapa a curto e a longo prazo?

Wallim: Precisamos finalizar o CT, resolver a questão do estádio e fortalecer as divisões de base. No próximo mandato, com o conhecimento que já temos das condições do clube e pela arrumação que demos neste período, já poderemos ousar mais, investir mais, realizar ainda mais. Arrumamos a casa. Agora, é
chegada a hora de pensar mais longe. Nos próximos anos, vamos poder contratar jogadores de excelente qualidade para termos um elenco de ponta.

 9) O nosso programa de sócio torcedor hoje pode ser considerado bom. Tivemos um grande aumento de sócios  nos últimos anos e alguns membros da Chapa Verde foram responsáveis por isso. Porém, ainda existem alguns problemas. Nossos sócios representam uma minoria absoluta da nossa imensa torcida e temos poucas vantagens dos sócios off-Rio. Existem planos para a melhoria do programa para que possamos aumentar o número de sócios? O que fazer para manter e atrair mais sócios que moram fora do Rio de Janeiro?

Wallim: O programa de sócios-torcedores deve apoiar-se em um tripé: performance esportiva, ídolos e estádio. Neste triênio de 2016/2018, nossa prioridade será o futebol. Logo, os dois primeiros pontos devem contribuir de forma importante para a evolução de nosso programa. Baixar preços simplesmente deve gerar canibalização de produtos e queda de receita para o Flamengo. Por exemplo, quem opera com cobrança em boletos, tem tido inadimplência de 80%! Ou seja, destrói valor, infelizmente. Vamos criar produtos mais adequados à realidade pela qual passamos no país, especialmente para aqueles que moram fora do Rio de Janeiro. Criaremos um produto corporativo, seja para torcidas organizadas, seja para grupos de torcedores de fora do Rio. Este produto corporativo será oferecido em empresas do Brasil em formato semelhante ao de empréstimos consignados, com preços mais acessíveis. Fica faltando o estádio, nosso sonho maior, que será, com toda a certeza, endereçado neste próximo mandato, seja pela construção de um novo ou outra solução que atenda a este ponto de forma rentável e viável para o clube. Isto acontecendo, teremos a possibilidade de comercializar propriedades de forma eventual (placas, anúncios, camarotes avulsos) bem como em caráter permanente, com a venda de cadeiras cativas nominais.


A equipe do Flamengo_VQTTV entrou em contato com todos os candidatos à presidência do Clube de Regatas do Flamengo e espera publicar as entrevistas com as outras duas chapas em breve. Cabe reiterar que o blog não tem nenhum tipo de posicionamento político, queremos que vença quem for melhor para o Flamengo.

Saudações Rubro-Negras,

                                                                                    

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