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quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Fórmula 1: acelerando as paixões sem gênero

Meu eu veloz se funde onde o vento faz a curva, abdica de frear no início para surpreender onde o perigo habita ao fazer aquele magnífico X e devolver a ultrapassagem. A quinta marcha que vem, a sexta que passa, a sétima que me faz tão rápido e ríspido ao permear o vento, um algoz terrível dos que atrás veem, pois meu lugar é em primeiro. 

Meu gênero é masculino, pois sou aquele carro que carrega a bandeira de uma equipe, mas posso ser pilotado por uma bela dama. Ela me trata com a sutileza de suas mãos ao segurar firme ao volante, doma-me na sua essência feminina, levo-a ao brilho que nenhum homem contemplou. A flor se esconde nas sombras de um sol que por si só irradia as pistas, mas aqueles que têm o privilégio de conhecer seu perfume, espinhos e sutileza sabem que a Fórmula 1 vai além dos gêneros. 

Quando as luzes vermelhas se apagam o fluxo corre pelas minhas veias, a arrancada no grid se torna o mais belo espetáculo no qual nem sempre o mais rápido na classificação consegue permanecer em primeiro. Na primeira curva, às vezes, o mais sagaz toma-lhe à frente e inverte o compasso. Eis aqui que de um pop pode nascer o rock e quem puxa a fila que dita o ritmo a ser tocado. 

Fiquem atentos ao rádio! A estratégia está posta, vamos aos boxes. Vamos! Vamos! Não pode vacilar! Os milésimos de segundo são diamantes da prova. Nem pensar em perder um sequer. Preste bem atenção na cor do pneu, ele vai ser importantíssimo para vencer. Colocou o combustível?! UFA! Vamos voar..... 

A malemolência tomou de conta do último carro OUT STOP! Ei, não olhe para trás. O segundo colocado vem farejando como um cão de caça, querendo tomar-me o posto de número 1. Ele está abrindo a asa. Vai passar-me. Fecho-lhe a esquerda. Fecho-lhe a direita. Piso fundo. Consegui. Lembrei-me de uma animação infantil, nesta parte, digo-me “Ao infinito e além”. 

Avisto a bandeirada. Minha glória se aproxima. Cruzo a linha de chegada. Agora no pódio posso reger o hino da minha amada pátria. Há quem compartilhe comigo a paixão desenfreada deste esporte tão perigoso, mas inigualável à adrenalina de poder chegar em primeiro lugar.

Estou sendo pilotado por um homem hoje, mas amanhã pode ser você dama de aço.


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