Explicar a emoção que tive ao chegar à Turiassu X Caraíbas na noite do dia dois de dezembro é impossível! Não existem palavras para descrever o que foi tudo aquilo. Todos os gritos, as lágrimas, a ansiedade estampada em todos os rostos. Todos unidos por um só motivo, uma só razão.
Na chegada à Turiassu senti uma energia que jamais tinha sentido em toda a minha vida, talvez por ser a minha primeira final no estádio (segundo jogo), ou talvez pelo simples fato de ali estarem milhares de Palmeirenses cantando e incentivando numa só voz.
O clima era de festa. Rojões, sinalizadores, fumaça e tudo que se tem direito. Cerveja rolando, cantos da torcida e muita, muita confiança. Não tinha outro resultado para acontecer naquele dia a não ser a vitória.
Entrando no estádio o mosaico estava sendo organizado, correria pra lá e pra cá, o pessoal se esforçando pra conseguir fazer tudo como planejado, para fazer a melhor festa dos últimos anos dentro de um estádio.
A entrada do time no campo foi SENSACIONAL! Formamos o mosaico, subimos o Cléo, a taça e o Prass. Creio que quando os jogadores viram aquilo o sentimento foi um só "temos que ganhar essa copa".
A partida começou e nossos gritos também. Cantamos, incentivamos, perdemos a voz pelo Palmeiras. Primeiro lance de jogo e Gabriel Jesus perde um gol feito! Mas ali sentimos que nada e nem ninguém iria mudar o rumo daquela noite. Tinha certeza que seríamos campeões.
O nervosismo foi tomando conta das arquibancadas. A tensão nos rostos Palmeirenses, o medo... Mas nada disso nos fez parar de cantar durante os 90 minutos, inflamamos o time com a nossa garra, nossa energia e a nossa vontade de vencer.
Fim do primeiro tempo e todos exaustos, tensos, nervosos e ansiosos para o segundo tempo do jogo. Quarenta e cinco minutos tinham se passado e o gol não tinha saído, mas nada abalava a nossa confiança.
Começa a segunda etapa e as 40 mil vozes ali dentro representavam os outros 18 milhões de corações que estavam ligados na final. Do lado de fora do estádio a festa era igual a das arquibancadas, o sentimento era um só, todos unidos pela mesma razão.
Aos 11 minutos do primeiro tempo o primeiro gol: Dudu camisa 7, a mesma 7 que Edmundo, o Animal, vestiu, honrou e se entregou. Nessa noite de dois de dezembro 2015 vimos novamente a camisa 7 ser honrada com vontade; a mesma vontade do eterno camisa 7 Edmundo.
O tempo passava, a angústia dos pênaltis começava a tomar conta de todos. Vozes ecoavam incentivando o verde, os 40 mil ali presentes fizeram a sua parte e o time também fez a sua. Aos 40 minutos do segundo tempo gol do Palmeiras, novamente ele: Dudu, o camisa 7, sim, aquela camisa 7...
Por um minuto fomos campeões, por um minuto alcançamos a glória, calamos todas as vozes que contra nós torciam e em um minuto fomos do céu ao inferno, as arquibancadas se calaram... Gol do Santos, Ricardo Oliveira, terceiro gol dele contra nós no ano.
O desespero tomou conta de todos, não esperávamos por aquilo nem no nosso pior pesadelo. Nos calamos. Foi à reação de todos ali. Novamente a decisão seria por pênaltis, como foi na semifinal, como deveria ser, para consagrar o camisa 1 alviverde.
O jogo termina e a ansiedade, nervosismo, desespero só aumentam. Lágrimas escorrem pelos rostos, abraços apertados, orações a todos os santos, menos para o Santos.
Sai à lista de batedores e todos ficam se perguntando: “Fernando Prass? É isso mesmo?” Sim, exatamente isso. O camisa 1 fecharia as cobranças naquela noite. Mal sabíamos o que estaria por vir.
O árbitro pede que os times avancem ao meio campo para começar as cobranças. Marquinhos Gabriel para o Santos seria o primeiro. Nas arquibancadas todos rezamos e deu certo; ele perdeu. PERDEU! Marquinhos chutou longe! Escorregou e perdeu.
Zé Roberto era o primeiro a bater para o Palmeiras, frio com os seus 41 anos de idade, preciso no ângulo esquerdo do goleiro Vanderlei. Gustavo Henrique, bom zagueiro do Santos, promessa para o futebol Brasileiro, mas quem vive de promessa é o que? Santo(s). Mais um erro santista, mas dessa vez a santidade de Marcos esteve presente em Prass, nosso goleiro pegava mais um pênalti, mais um capítulo ele escrevia na história alviverde.
Na sequência todos os outros batedores acertaram e consecutivamente a vez de Fernando Prass chegou. Chegou para consagrá-lo, para colocá-lo no hall dos ídolos, eternos ídolos. Ele parte pra bola e 18 milhões de pés chutam junto com ele. Bola que faria o gol do título; o gol da redenção.
Depois disso não me lembro de nada durante pelo menos 10 minutos. A alegria era tanta que eu nem acreditava que aquilo era real, que eu estava dentro da nossa casa comemorando o título, o primeiro dela, do eterno Palestra agora carinhosamente chamado Allianz Parque.
As horas se passaram e durante toda a noite a cidade foi verde, o país foi verde! Verde de esperança, amor, vontade, dignidade, união até alcançar a glória! Obrigado a todos os jogadores que fizeram parte disso, que puderam nos proporcionar mais essa conquista, mais essa alegria. O sentimento que fica por vocês é de gratidão.
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