Lembro que era um domingo. Lembro que era dia 17 e o ano era 2006. Lembro que mal consegui dormir horas antes da partida. Lembro que eu tinha 11 anos e já sonhava conquistar o mundo. E conquistei.
A geração de colorados dos anos 90 sofreu muito nas mãos dos rivais tricolores, foram derrotas e mais derrotas empilhadas ao lado das mil e uma conquistas azuis. Mas quem não se deixou abalar, tornou-se mais convicto do que nunca: o nosso Internacional ainda seria o mais vencedor dos clubes.
Naquele ano de 2006, então, tudo começou a mudar. Vimos com nossos próprios olhos o capitão Fernandão erguer a taça de campeão da Libertadores da América pela primeira vez na nossa história. Depois, sofremos calados ao ver nossas chances de conquistar o mundo ameaçadas pelo tal Barcelona, conhecido apenas como melhor time do mundo. Tentávamos acreditar, mas nem no melhor dos sonhos imaginaríamos o que estava por vir.
Foram dias intermináveis ouvindo por todos os lados que não ganharíamos do “todo poderoso Barcelona”, seríamos massacrados de uma forma memorável e nem toda a sorte do mundo nos bastaria. Nós tínhamos Clemer; Ceará, Índio, Fabiano Eller e Rubens Cardoso; Edinho, Wellington Monteiro, Alex (Vargas) e Fernandão (Adriano); Alexandre Pato (Luiz Adriano) e Iarley. O Barcelona tinha Valdes; Zambrotta (Beletti), Márquez, Puyol e Van Bronckhorst; Motta (Xavi), Iniesta e Deco; Giuly, Gudjohnsen (Ezquerro) e Ronaldinho. Mas, no final das contas, bastou um Gabiru.
Dá para imaginar que o jogador mais desacreditado de um clube faria o gol mais importante de toda uma história? Sejamos sinceros, quem não xingou nosso técnico Abel Braga após a substituição de Fernandão por Gabiru que atire a primeira pedra. Eu quase joguei a toalha, confesso, mas a vida tá aí provar que a gente nunca pode deixar de acreditar no nosso Internacional. Bastou uma boa jogada de Iarley. Bastou um chute de Gabiru. Bastou uma fração de segundos que pareceu durar a eternidade. Ao final daqueles intermináveis 90 minutos, eu era uma guria de 11 anos que sentia ter o mundo nas mãos e, pasme, ele era cada vez mais vermelho.
Lembro que era uma manhã de domingo. Lembro que foi ali, em 17 de dezembro de 2006, que eu tive a certeza absoluta de que nunca mais alguém duvidaria do meu colorado. Lembro que já faz 9 anos. Lembro que tu, Sport Club Internacional, é a única certeza que carrego comigo e, como cantamos jogo após jogo dentro do Beira-Rio: eu te prometo NUNCA abandonar.
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