O Índio deu um chutão, e eu fiquei acompanhando a bola. Eu estava lá atrás no início. Nunca imaginei que ia ter a chance de fazer o gol. Na verdade, nem pensava que entraria no jogo.
Mas, o Gabiru entrou. Entrou pra fazer história. Entrou pra fazer um povo que tinha sofrido muito na década passada, ser o povo mais feliz do mundo. Um povo sofrido, que vê, muitas vezes, no futebol, um objeto, a esperança pra tornar um domingo feliz, e recomeçar a semana bem. Um arranque, um toque, um gol, que mudou a vida de uma nação inteira.
Quando Fernandão saiu de campo extenuado, com cãibras, nem o torcedor mais otimista poderia imaginar que Adriano Gabiru, que entraria no lugar do maior jogador da história do clube, iria fazer o gol do título e colocar o Internacional no seleto grupo dos "donos do mundo".
(foto: globoesporte.globo) |
Poucas coisas podem ter sido mais emblemáticas na história do Internacional, do que o grito que Adriano Gabiru, com aquela camisa branca, com o número 16 nas costas, soltou após fazer o gol. Foi o grito que saiu todo o peso que ele carregava. O gol poderia ter sido do Fernandão, do Iarley, do Índio ou do Alexandre Pato. Mas, quis os deuses do futebol, que fosse um dos jogadores mais "odiados" do elenco colorado. E não poderia ser mais simbólico, do que o Gabiru fazer esse gol.
Vencer o Barcelona, considerado o melhor time do mundo, por 1x0, em uma final de mundial, é algo que rende muitos heróis. Clemer, com suas defesas sensacionais. A perfeição da marcação do de Ceará, que simplesmente, parou o então, melhor jogador do mundo, Ronaldinho Gaúcho. A entrega e garra do Índio, que mesmo com o nariz quebrado, continuou em campo. A perfeição de Fabiano Eller, que não errou absolutamente nada na partida. A competência de Rubens Cardoso. A vontade do Edinho, a entrega e inteligência de Fernandão, que passou o jogo inteiro ajudando na marcação. A estrela de Alexandre Pato. A espetacular genialidade de Iarley. E o gol do Gabiru. 17 de dezembro de 2006. Há nove anos, o Inter se tornou campeão do mundo em cima do Barcelona de Ronaldinho, Xavi, Puyol, Giuly, Valdez, Deco, Iniesta... Ninguém me contou, eu vi!
(foto:globoesporte.globo) |
O Inter seguiu campeão depois disso. Ganhou mais uma Libertadores. Ganhou mais duas Recopas. Ganhou uma Sul-Americana. Foi convidado pra disputar torneios com grandes clubes do futebol europeu.
Hoje, o time não vive na sua melhor fase. Mas, hoje, isso pouco importa. Hoje, é 17 de dezembro.
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