Uma entrevista cheia de revelações, assim se resume a segunda parte da entrevista que o Lance! Fez com Leila Pereira, conselheira do Palmeiras e dona das patrocinadoras do clube, Crefisa e Fam.
Dividida em duas partes, a ultima foi voltada para a política do clube e girou em torno de dois desafetos de Leila, os ex-presidentes, Paulo Nobre e Mustafa Contursi. Ambos já tiveram boa relação com Leila.
Ao ser perguntada sobre sua avaliação do seu primeiro ano como conselheira, ela diz acreditar em um saldo positivo e cita algumas realizações na parte social do clube. Leila diz que se preocupa com a parte social e produz eventos dentro do clube, além de disponibilizar a estrutura de suas empresas para os sócios.
Um exemplo é a disponibilidade dos sócios fazerem check up gratuitos. A dona da Crefisa ainda trabalha para aprovação de leis que possibilitem o incentivo aos esportes amadores do Palmeiras. Ela não quer ter seu nome vinculado apenas ao futebol.
Mas como nem tudo são flores na politica palmeirense, Leila já experimentou o lado negativo da coisa. Segundo ela, a suposta venda irregular dos ingressos cedidos por ela a Mustafá Contursi, gerou uma grande decepção com o conselheiro, de qual Leila era aliada e companheira de chapa, nas ultimas eleições para o conselho.
A patrocinadora tem direito a 310 ingressos, mas Leila comprava mais 250 da Wtorre. Os ingressos segundo ela são distribuídos gratuitamente para sócios, funcionários de suas empresas, alunos da Fam e torcedores que a acompanham nas redes sociais.
Leila dava 70 desses ingressos para Mustafá distribuir, mas ao que tudo indica até o momento, Mustafá comercializava os ingressos de forma ilegal, sem o conhecimento de Leila.
Na entrevista Leila revela que começou a desconfiar que algo de errado estava acontecendo com o repasse dos ingressos e resolveu então suspender. Pouco tempo depois Paulo Serdan, membro da Mancha e também conselheiro, a telefonou e disse que uma suposta amiga dela havia o procurado, pois estava sendo ameaçada porque Leila havia cortado os ingressos que ela revendia. Leila afirma que nunca teve relação com esta pessoa, e que foi apresentada a ela por Mustafá. E que que acredita que o conselheiro repassava a esta pessoa os 70 ingressos disponibilizados por ela.
Ela não acredita que isso possa “sobrar” para ela e se diz disposta a fazer uma acareação com Mustafá. Segundo ela é este tipo de situação que afasta as empresas dos clubes.
Leila conta ao jornalista do Lance que Mustafá sempre foi muito correto com ela e seu marido, mas que varias pessoas a alertaram para não se aliar a ele.
Trabalhando para a reeleição de Mauricio Galiotte, ela não pensa na possibilidade do atual presidente não se reeleger. Leila sabe da possibilidade de haver outros dois candidatos, um apoiado por Nobre (ou até mesmo o próprio) e outro por Mustafá. De acordo com ela, Paulo quase não aparece no clube e Mustafá quer um clube retrogrado, sem profissionalismo. Desta forma ela não aponta para uma continuidade do patrocínio em caso de vitória de um aliado de Mustafá. Já com relação a Paulo Nobre, Leila parece deixar em aberto.
Ela diz não ter toda força que atribuem a ela dentro do Palmeiras, mas crê que Mustafa também já não tem a força que acreditam que ele tenha. Ela revela que nas ultimas reuniões do conselho para mudança de estatuto, todas as pontos apoiados por ele, foram rejeitados. E afirma que se um dia for candidata e não tiver o apoio de Mustafá, agradecerá a Deus, e que não quer o apoio de alguém que não quer ver o Palmeiras vitorioso.
Leila Pereira conta que por muitas vezes Mustafá a aconselhou a parar de contratar jogadores e de por dinheiro no Palmeiras. Este tipo de coisa foi a decepcionando com Mustafá e ela afirma que se ele não for punido pela comissão que esta avaliando o caso dos ingressos, ela entrará com recurso.
Sobre uma futura candidatura a presidência do Clube, Leila diz que ira depender de como o ambiente estiver. Para ela, é contagiante a vontade de contribuir cada dia mais com o clube e que se for para disputar, ela ira disputar.
Leila só poderá concorrer a presidência em 2022, isso porque de acordo com o estatuto do Palmeiras, é preciso ter um mandato completo como conselheiro (a) e o de Leila só se completará em 2021.
Apesar de afirmar diversas vezes que não esta fazendo campanha politica ao afirmar que se candidataria sim no futuro, Leila sabe que todas as ações e sobre tudo o patrocínio milionário, serão um diferencial na sua futura candidatura. O rompimento com Paulo e agora com Mustafá tiraram de Leila algum certo apoio, isto é claro. Mas isso não deve ser um problema, até porque ela terá muito tempo até poder se candidatar, para construir e solidificar alianças dentro do clube. O apoio irrestrito a Maurício é uma delas.
Nunca se viu o Palmeiras tão forte, não apenas em questão de elenco, mas de estrutura também. Talvez na era Parmalat, mas eram outros tempos, contextos diferentes. É inegável é um erro muito grande não atribuir esta mudança no clube, a chegada da Crefisa.
Mas também é um erro não creditar a Paulo Nobre boa parte desta reconstrução. Leila Pereira não dá nenhuma mostra de que poderia se aproximar novamente de Nobre. Mas seria muito bom para o Palmeiras. Sem duvida a permanência da Crefisa, passa diretamente pela manutenção dos aliados de Leila, no comando do clube.
Assim como ela mesmo citou em sua entrevista, algumas pessoas se acham acima do bem e do mal e o que nós queremos é alguém que tenha consciência, de que ninguém esta acima do Palmeiras.
Por: Daiara Souza
Foto: Fabio Menotti/Ag Palmeiras/Divulgação
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