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domingo, 25 de janeiro de 2015

Júlio Baptista e Dagoberto. Dois pesos, duas medidas.

Dagoberto e Julio Baptista já chegaram consagrados ao Cruzeiro e foram importantes cada um a sua maneira. Por que da idolatria a um, e críticas severas ao outro?




Amigos,

Não é segredo para ninguém que desde que chegou ao Cruzeiro e fez suas primeiras partidas, Julio Baptista divide opiniões. A chegada em um carro forte e a foto junto ao  Mattos na Espanha criaram uma expectativa exacerbada na torcida de que Julio viria para ser o líder e o dono do time. Com sua experiência européia e força física, não teria para ninguém, ia deitar e rolar. Não foi bem assim...

Quem acompanha o histórico do jogador sabe que suas características já de cara não batem com o estilo de jogo do Cruzeiro, que sempre foi tangido pelo toque rápido, pela técnica e intensidade. Baptista é o oposto disso, um jogador que depende muito de sua força física para explosões de tiro curto, e que nos últimos tempos se tornou mais lento, muito pela idade e também por lesões. No entanto, ao chegar no Cruzeiro no meio da temporada de 2013, onde o time já vinha voando e estabelecido sua forma de jogo com o famoso 4-2-3-1 com meias velozes, o parrudo meia atacante encontrava dificuldades para encaixar no time. Sua entrada muitas vezes deixava o jogo mais cadenciado, as jogadas de velocidade diminuíam e ele apresentava alguma dificuldade em soltar a bola de forma rápida. Com o tempo, isso foi gerando certa impaciência na torcida, ao ponto de Julio Baptista ser, mesmo que timidamente, vaiado na Libertadores de 2014.

Muito dessa "implicância" aumentou quando foi revelado que seu salário chegava na assustadora casa dos 6 dígitos, levando muitos torcedores a loucura. Devido a esse custo tão alto, o retorno em campo era apenas regular. Com o tempo, essa história foi esclarecida e a história contada de forma correta, como bem explicou o Blog Toque Di Letra, vocês podem conferir o material no link abaixo:

Ao mesmo tempo, temos Dagoberto. O jogador que chegou junto com a reformulação do time em 2013, teve alto investimento de aproximadamente R$ 8 milhões de reais, e logo de cara caiu nas graças da torcida, ao marcar na sua estréia oficial o gol da vitória contra o nosso rival local. Durante todo o 2013, mesmo com as lesões, Dagoberto foi importante e terminou o ano com 13 gols e 11 assistências em 38 jogos.

No entanto, seu rendimento em 2014 nem de longe chegou perto da sua primeira temporada, e o atacante conviveu com a reserva a maior parte do tempo. Diante dessa situação, Dagoberto diversas vezes manifestou sua insatisfação diante da opção do Marcelo Oliveira, mesmo tendo jogadores em momentos melhores, como Marquinhos, Alisson, Willian, ele não entendia o porque de ser preterido.

Dagoberto já tem 31 anos, e o Marcelo cobra muito que mesmo os atacantes voltem e ajudem a recompor na marcação, coisa que o experiente atacante já não conseguia executar. Mesmo diante dessas situações, de reclamações e até não comemoração de gol, como aconteceu no duelo contra o Palmeiras no Mineirão, onde, ao marcar o gol de empate, o atacante criticou parte da torcida que vinha reclamando da falta de intensidade da equipe, gerando certa animosidade ainda maior, nunca foi criticado. Os gritos de "Ah, é Dagoberto" se tornaram um mantra sempre que a equipe não rendia o esperado. Minha pergunta, por que idolatrar tanto um e menosprezar tanto o outro?

Em números, vemos uma diferença muito pequena, pois Julio Baptista tem 15 gols em 53 jogos pelo Cruzeiro, e Dagoberto possui 22 em 80 jogos.

Julio é um jogador muito querido pela equipe e comissão técnica, ao contrário do Dagoberto, nunca reclamou por estar no banco e sempre incentiva os companheiros, como confidenciou Willian, na semifinal da Copa do Brasil contra o Santos, no Mineirão:



Ambos os jogadores são importantes para o Cruzeiro e marcaram seu nome na história. Dagoberto foi excelente em 2013 e abaixo da média em 2014. Júlio Baptista não foi o craque que todos esperavam, mas sua liderança contribuiu e muito para confiança dos jogadores e para a gestão do emocional do time.

Confiemos em quem luta pela nossa camisa, não estou pedindo aqui que a torcida o transforme em ídolo, apenas que o respeite da mesma forma que ele respeita a instituição.


Julio Baptista chegou e sairá pela porta da frente. Dagoberto treina em separado. 



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