Dagoberto e Julio Baptista já chegaram consagrados ao Cruzeiro e foram importantes cada um a sua maneira. Por que da idolatria a um, e críticas severas ao outro?
Amigos,
Não
é segredo para ninguém que desde que chegou ao Cruzeiro e fez suas primeiras
partidas, Julio Baptista divide opiniões. A chegada em um carro forte e a foto
junto ao Mattos na Espanha criaram uma
expectativa exacerbada na torcida de que Julio viria para ser o líder e o dono
do time. Com sua experiência européia e força física, não teria para ninguém,
ia deitar e rolar. Não foi bem assim...
Quem
acompanha o histórico do jogador sabe que suas características já de cara não
batem com o estilo de jogo do Cruzeiro, que sempre foi tangido pelo toque
rápido, pela técnica e intensidade. Baptista é o oposto disso, um jogador que
depende muito de sua força física para explosões de tiro curto, e que nos
últimos tempos se tornou mais lento, muito pela idade e também por lesões. No
entanto, ao chegar no Cruzeiro no meio da temporada de 2013, onde o time já
vinha voando e estabelecido sua forma de jogo com o famoso 4-2-3-1 com meias
velozes, o parrudo meia atacante encontrava dificuldades para encaixar no time.
Sua entrada muitas vezes deixava o jogo mais cadenciado, as jogadas de
velocidade diminuíam e ele apresentava alguma dificuldade em soltar a bola de
forma rápida. Com o tempo, isso foi gerando certa impaciência na torcida, ao
ponto de Julio Baptista ser, mesmo que timidamente, vaiado na Libertadores de
2014.
Muito
dessa "implicância" aumentou quando foi revelado que seu salário
chegava na assustadora casa dos 6 dígitos, levando muitos torcedores a loucura.
Devido a esse custo tão alto, o retorno em campo era apenas regular. Com o
tempo, essa história foi esclarecida e a história contada de forma correta,
como bem explicou o Blog Toque
Di Letra, vocês podem conferir o material no link abaixo:
Ao
mesmo tempo, temos Dagoberto. O jogador que chegou junto com a reformulação do
time em 2013, teve alto investimento de aproximadamente R$ 8 milhões de reais,
e logo de cara caiu nas graças da torcida, ao marcar na sua estréia oficial o
gol da vitória contra o nosso rival local. Durante todo o 2013, mesmo com as
lesões, Dagoberto foi importante e terminou o ano com 13 gols e 11 assistências
em 38 jogos.
No
entanto, seu rendimento em 2014 nem de longe chegou perto da sua primeira
temporada, e o atacante conviveu com a reserva a maior parte do tempo. Diante
dessa situação, Dagoberto diversas vezes manifestou sua insatisfação diante da
opção do Marcelo Oliveira, mesmo tendo jogadores em momentos melhores, como
Marquinhos, Alisson, Willian, ele não entendia o porque de ser preterido.
Dagoberto
já tem 31 anos, e o Marcelo cobra muito que mesmo os atacantes voltem e ajudem
a recompor na marcação, coisa que o experiente atacante já não conseguia
executar. Mesmo diante dessas situações, de reclamações e até não comemoração
de gol, como aconteceu no duelo contra o Palmeiras no Mineirão, onde, ao marcar
o gol de empate, o atacante criticou parte da torcida que vinha reclamando da
falta de intensidade da equipe, gerando certa animosidade ainda maior, nunca
foi criticado. Os gritos de "Ah, é Dagoberto" se tornaram um mantra
sempre que a equipe não rendia o esperado. Minha pergunta, por que idolatrar
tanto um e menosprezar tanto o outro?
Em
números, vemos uma diferença muito pequena, pois Julio Baptista tem 15 gols em
53 jogos pelo Cruzeiro, e Dagoberto possui 22 em 80 jogos.
Julio
é um jogador muito querido pela equipe e comissão técnica, ao contrário do
Dagoberto, nunca reclamou por estar no banco e sempre incentiva os
companheiros, como confidenciou Willian, na semifinal da Copa do Brasil contra
o Santos, no Mineirão:
Ambos
os jogadores são importantes para o Cruzeiro e marcaram seu nome na história.
Dagoberto foi excelente em 2013 e abaixo da média em 2014. Júlio Baptista não
foi o craque que todos esperavam, mas sua liderança contribuiu e muito para
confiança dos jogadores e para a gestão do emocional do time.
Confiemos
em quem luta pela nossa camisa, não estou pedindo aqui que a torcida o
transforme em ídolo, apenas que o respeite da mesma forma que ele respeita a
instituição.
Julio
Baptista chegou e sairá pela porta da frente. Dagoberto treina em separado.

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