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sexta-feira, 3 de abril de 2015

CONFIRMADO, BERNARD VOLTA AO GALO

Eu ainda dormia quando o telefone deu sinal. Com os olhos apertados, mal divisei as felizes palavras da notícia: “Confirmado, Bernard volta ao Galo”. Um átimo de felicidade tomou conta de minha alma e um sorriso esguio pulou saltitante dos meus lábios. A esposa dormia abraçada ao nosso filho, e pude ver que ele também sorria ao seu canto, enquanto olhava fixamente nos meus olhos. Amanhecemos felizes de fato.
Montagem: Miguel Guilherme
Com o telefone caído sobre o peito, ainda com o largo sorriso na cara, comecei a remontar o time alvinegro, agora com mais opções, e, novamente com o velho espírito da Libertadores. Certamente, haveríamos de ser campeões. O Bernard estaria de volta, e isto já nos seria um grande trunfo, a nossa eterna garantia de vitórias. E falo do antigo “Bambino de ouro”, não o da “Alegria nas pernas”, que este fique ao Felipão.

Não há dúvidas, os milagres continuariam a ser realizados no gol, com São Víctor arrebentando com os sonhos dos ataques adversários; Nas laterais, Marcos Rocha continuaria o seu reinado, enquanto Douglas Santos, graças a Deus, deixaria o Conceição como gandula. Leonardo Silva haveria de ensinar todos os seus segredos ao Jemerson, fazendo do Réver um inesquecível herói na nossa galeria de heróis, apenas isto.

Leandro Donizete, com toda a sua ferocidade, formaria uma dupla implacável com o malemolente Rafael Carioca, enquanto o Pierre não reencontrasse o seu melhor antigo futebol. No meio, Cárdenas, deixando o Guilherme no banco de reservas, haveria de destronar o R 10, bailando sobre as defesas adversárias, desfilando seus passes milimétricos para que o trio ofensivo enchesse o balaio dos oponentes.

Na frente, voltaríamos à velha correria de outros tempos, com o Bernard caindo pela esquerda e o Luan com suas maluquices pela direita, ambos sem guardar posição, misturando-se, confundindo os adversários, abrindo caminho para que Lucas Pratto fizesse-nos, ainda que por alguns instantes, esquecer as belas jogadas do Tardelli. Pratto faria os gols, e isto nos seria de bom agrado.

Mas eis que a minha felicidade não se completara. Eu já voltava ao estado de sonambulismo quando o sinal do telefone novamente me despertara. A nova notícia, como que me jogando um balde de água fria, dizia: “Mais um para a conta do bobo”. Era primeiro de Abril.

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