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sábado, 11 de abril de 2015

Santos 103: América alvinegra


Se passaram quase 50 anos e a angústia que tomava parte do coração dos santistas estava prestes a acabar. Angustia que já havia sido maior e que foi por alguns instantes sarada, após o épico título de 2002. Angústia que antes do apito inicial dado por Sergio Pezzotta(ARG), apontava alguns possíveis protagonistas para encerra-la. Cinco Décadas após a última vez em que o Santos de Pelé havia dominado a América, novamente se encontrava o Santos, agora de Neymar. 

O palco não era a La Bonbonera (ARG), como o do até então último título, e sim o velho e tradicional estádio Paulo Machado de Carvalho (Pacaembu). O adversário por vez, era um velho conhecido, dos tempos gloriosos em que o Santos teve os melhores e mais memoráveis times da história. Peñarol. O time aurinegro, também estava em São Paulo, ostentado os seus honrados 5 títulos da América e com a missão de acabar com o sina de um time tão tradicional que há tempos não conquistava o continente. O palco estava montado, o protagonista se fazia presente e a plateia composta os 40 mil pessoas espremidas, para acompanhar o espetáculo que contava com um enredo que se parecia angustiante, mas não deixava de ser atraente pela gigantesca possibilidade de haver um final feliz. 

(Foto: Portal Ozknews)
Então Santos e Peñarol (URU) se colocaram frente a frente durante 186 minutos, 92 jogados no centenário, templo de Montevidéu; e os 94 minutos restantes jogados em outro palco que pode não se comparar ao templo uruguaio, mas que também coleciona suas magicas histórias no mundo do futebol. 

Um jogo de tamanha grandiosidade e que já havia passado 139 minutos sem gols, tinha que de alguma forma retribuir as milhares de pessoas que das mais diversas formas estavam acompanhando mais um fato histórico do apaixonante futebol, e que por vez contava com um personagem que por tudo que já estava fazendo, nos fazia e nos faz imaginar que será mais um para entrar na gloriosa galeria dos maiores jogadores. Um jogador que carregava toda essa capacidade de fazer história, e fazermos contar histórias, tinha que se encarregar de arrancar os primeiros gritos que toda a plateia continha no peito. Neymar mais uma vez começava a construir história. Santos 1 Peñarol 0. E as mais de 40 mil pessoas que abarrotadas se faziam presente no espetáculo, e já não conseguiam se conter, alucinadas pela felicidade de poder acabar com a angústia que adentrava seu peito a 48 anos, indicava que assim como em 1962 o desfecho seria o melhor possível. 

Absolutamente concentrado, os comandados do vitorioso Muricy Ramalho, a cada minuto, demonstravam a imensa vontade de entrar para a história do futebol mundial. Então após uma rápida decida pela faixa direita do campo de ataque, o lateral Danilo com um lindo chute acertou o canto direito do goleiro Sebastián Sosa. Santos 2 a 0. A festa que muito tempo antes já estava montada, em fim estava sendo festejada, por quem, lá estava. 

(Foto: Uolesportes)
Nem o desvio acidental de Durval, que aos 34 minutos, marcou contra, o gol de misericórdia para os uruguaios, foi capaz de conter a efusiva massa branca e preta que após quase cinco décadas, em fim poderia através de gritos e lágrimas, explodir e acabar com o sentimento angustiante que tomava conta do peito da nação santista. Após Gilmar, Mauro, Geraldino, Dalmo, Zito, Calvet, Dorval, Lima, Coutinho, Pelé e Pepe. Os mais de 7 milhões de santistas estavam diante de Rafael, Léo, Edu Dracena, Durval, Danilo, Adriano, Arouca, Elano, Paulo H, Zé Eduardo e Neymar. Pela terceira vez o Santos tinha os novos Libertadores da América.


Acompanhe a série "Santos 103":

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