Após um resultado adverso no jogo de ida (Fluminense 4 x 1 Santos), todos já davam o Santos como eliminado, o próprio adversário só estava vindo para cumprir tabela, entre outros. Apenas Santistas acreditavam em um revés, e ainda sim nem todos.
Pacaembu, 10 de Dezembro de 1995. Meu avô me levava para o Estádio pela primeira vez. Sim, comecei assim a saber que era Santista. Sim, saber que era porque sempre fui, apenas não haviam me contado antes. Vi aquele mundarel de gente na praça e nem tinha ideia do que era, segurava forte na mão do meu avô. Via rostos com uma expressão que não conhecia na época (descobri depois ser apreensão). Entramos onde hoje são as cadeiras Manga e meu avô me colocou nos seus ombros. A partir desse momento, conheceria muitas coisas diferentes em apenas 2h.
Vi aquele cara de cabelo vermelho com a camisa 10 colocar a bola pra dentro do gol 2 vezes e descobri o que era "Gol" e que era pra comemorar se fosse do time de Branco. Sim, gol do Santos! Aprendi que aqueles caras de branco representavam o Santos e uma alegria imensa. Vi o Sidrak apitar o intervalo e nesse meio tempo, meu avô esclarecia algumas duvidas que tinha. Seu Moreira manjava do riscado...eu me impressionava (como me impressionei mais diversas vezes com aquele senhor)...até que vi os caras de branco sentados no gramado e me espanetei que os outros não estivessem lá, ele respondeu "Aqueles medrosos do outro time temem essa energia toda! O Santos está com a gente!" e era realmente uma energia contagiante. Via muitos sorrisos, a apreensão tinha passado. A galera tinha certeza que o Santos ia golear, como goleou.
Créditos: acervosantista.com.br |
Os caras de uniforme colorido voltaram, o juiz apitou e começava o segundo tempo. Macedo já começa deixando o Santos mais perto de seu objetivo e eu ouvia "agora já dá!", mas foi por pouco tempo. O time colorido marcou um e já não estava tão alegre assim, até que o Camanducaia deixou sua marca. Depois disso, Marcelo Passos amplia e ninguém mais acreditava que a vaga não seria nossa. O time colorido ainda marcou mais um tento, mas não foi suficiente pra estragar nossa festa. Juiz apitou e eu entendia o que era uma vitória. Vi muita gente que não se conhecia comemorando com abraços, pulando, gritando...parecia a melhor coisa do mundo.
Aquele esquadrão fez nossa alegria, com Giovanni no comando dentro de campo e Cabralzinho comandando fora. Depois daquela apresentação de gala, todos tinhamos certeza do título. Título aquele que não veio, conforme a primeira imagem desse post.
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