O meia Matheus Henrique Cassini de Paula, de apenas 19 anos de idade pode virar o "Novo Marquinhos". Vice-artilheiro do Corinthians na vitoriosa campanha do Timão na Copa São Paulo de Futebol Jr deste ano, Matheus Cassini, como é chamado, pode estar de malas prontas para o futebol italiano. O provável destino é a modesta equipe do Palermo.
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| Matheus Cassini comemora o título da Copa São Paulo de Futebol Jr 2015 Reprodução/Instagram |
Se por um lado o Corinthians poderá ganhar um fôlego financeiro com a venda de uma de suas promessas das categorias de base, por outro a sombra de negócios frustados do passado mexe com a cabeça dos torcedores. Quem não se lembra do "Caso Marquinhos"?
O ano era 2011 e o jogador de 1,84m e 17 anos já despontava como capitão da Seleção Brasileira Sub-17. Suas virtudes enquanto zagueiro eram indiscutíveis: excelente nas bolas aéreas, inteligência nas antecipações e categoria para sair da defesa com a bola nos pés. Tudo isso chamou atenção dos italianos da Roma.
Sem espaço na equipe titular de Tite, o Corinthians decidiu a princípio emprestar o zagueirão à Roma por um ano. O valor recebido pelo Coringão girou na casa dos R$ 4 milhões. Para isso, foi assinado um contrato dando prioridade de compra aos italiano, ao final do período de empréstimo. O maior e inacreditável erro vem na sequência: fixaram 100% dos seus direitos federativos em 3,5 milhões de euros.
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| Marquinhos veste a camisa em sua apresentação ao Roma Foto: Divulgação/Site Oficial Roma |
O que aconteceu? No dia 18 de janeiro de 2013, Marquinhos não voltou ao Corinthians. O Timão recebeu cerca de 8,2 milhões de reais pela venda de 50% do passe do atleta ao Roma. Na Itália, o desempenho de Marquinhos foi impressionante. Apesar da pouca experiência, ele se adaptou muito rapidamente ao futebol do país e logo se tornou titular indiscutível dentro das opções do plantel.
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| Marquinhos comemora seu primeiro gol logo na estreia pelo PSG Foto: Getty Images |
Seis meses depois, a equipe italiana vendeu o zagueiro ao Paris Saint Germain, da França. Marquinhos foi apresentado oficialmente como jogador do PSG em 19 de julho de 2013 para um contrato de cinco anos, com a camisa de número 5. O valor da transação do PSG com a Roma girou em torno de 31,4 milhões de euros (algo em torno de R$ 102 milhões, na época). Logo em sua estreia marcou seu primeiro gol pelo clube na goleada por 4 a 1 contra o Olympiakos, da Grécia, numa partida válida pela fase de grupos da Liga dos Campeões. Em resumo, no total o Corinthians acabou recebendo cerca de R$ 13 milhões num jogador que um ano depois foi avaliado em R$ 102 milhões e que hoje é convocado regularmente à Seleção Brasileira principal.
Voltando ao caso de Matheus Cassini, o Timão espera fechar nos próximos dias a negociação do meia com o Palermo, da Itália. O acordo está bem encaminhado entre as partes. Nos bastidores, a princípio, a oferta mínima para que a transação acontecesse girava em torno de apenas R$ 3 milhões. O Alvinegro é dono de 70% dos direitos do jogador e caso este valor fosse confirmado, deveria ficar com cerca de R$ 2,3 milhões. Por outro lado, segundo o site Calcio News 24, a oferta dos italianos será um pouco mais agressiva: 1,5 milhão de euros (cerca de R$ 5,1 milhões), com um contrato de cinco anos e salário de 240 mil euros (cerca de R$ 820 mil) por temporada. Resta agora o meio-campista e seus representantes aceitarem os termos do contrato.
O site italiano CalccioNow já dá como certa a contratação do brasileiro e sua integração imediata à equipe rosanero, que está situada na região da Sicília, no Sul da Itália. Vale lembrar que o Palermo deve terminar a temporada exatamente no meio da tabela: é o atual 10° colocado no Calcio Série A Tim (Campeonato Italiano), temporada 2014/2015.
O Palermo aposta em Cassini para substituir a maior estrela da equipe nesta temporada. O Argentino Paulo Dybala está muito perto de ser anunciado como reforço da Juventus, de Turim. Parte do dinheiro obtido será investido na contratação do brasileiro.
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| Matheus Cassini comemora o seu gol pelo Corinthians Foto: Marcos Bezerra/Futura Press |
O Corinthians, por sua vez, espera o dinheiro para amenizar a crise financeira que assola o clube desde o ano passado. A ideia é pagar mais uma parte dos direitos de imagem em atraso e quitar outras dívidas com empresários e fornecedores. No entanto, é inevitável não pensar que o atleta possa estourar no Velho Continente. Dono de um futebol brilhante, Cassini foi promovido aos profissionais logo após a conquista da Copa São Paulo. No mês seguinte, o meia sofreu com um problema no púbis, mas treina há meses com os jogadores adultos sem ser aproveitado. Curiosamente, desde a venda do uruguaio Lodeiro ao Boca Juniors-ARG no fim de janeiro, Tite pede um meia à diretoria. Cassini, porém, sequer foi inscrito para o Campeonato Brasileiro, que não tem limite de jogadores por equipe.
Era o indício de que a transferência já estava apalavrada entre o Corinthians e a empresa Art Sports, representante de Cassini e que conversa com observadores técnicos de equipes europeias há bastante tempo. O Atlético de Madrid-ESP, em 2014, tentou contrata-lo por empréstimo. No mês passado, a direção corintiana recusou sondagens do Sassuolo-ITA porque os valores eram insuficientes. Desta vez, para autorizar a negociação, o superintendente de futebol Andrés Sanchez fez duas exigências: que o Corinthians recebesse R$ 3,5 milhões pelos 70% de direitos econômicos que possui e ainda tivesse 10% de direito em uma futura venda. O Palermo indicou de forma positiva que aceitará essas condições.
Na noite desta segunda-feira, 18 de Maio, a notícia de que Matheus Cassini está de saída deixou torcedores corintianos revoltados e fez com que o nome dele se tornasse um dos assuntos mais comentados no Twitter. As perguntas que ficam são as seguintes: o Corinthians está certo em vender uma nova promessa por mixaria para quitar parte das dívidas? Qual solução que você poderia sugerir? E, quais as medidas que a diretoria corinthiana poderia tomar para que isso não voltasse a acontecer? Até porque não foi apenas o Marquinhos que podemos usar como exemplo de mau negócio e falta de planejamento, vide: Dodô, Jô, William, Everton Ribeiro, entre outros. Enfim, vamos aguardar as cenas dos próximos capítulos.
Vai, Corinthians!
Vai, Corinthians!




Infelizmente o Brasil ainda é um exportador de jogadores.
ResponderExcluirO caso do Marquinhos, na minha opinião, é uma total falta de visão. Como é citado no texto, o jogador já estava fazendo sucesso nas divisões de base da seleção. Mesmo eu não confiando nele como zagueiro do Corinthians, na época.
Os bons jogadores serão vendidos para o exterior. E sem planejamento, não haverá lucro para o clube revelador. E esse é o caso do Cassini.
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