Você é daquele tipo de pessoa que
costuma terminar um relacionamento e ficar ouvindo sertanejo para sofrer ainda
mais? Eu não. Mas foi exatamente assim que me senti, vendo o jogo de ontem até
o fim.
O Cruzeiro mais uma vez pecou pelos
seus erros, antes de tudo. Quando uma equipe não é infinitamente superior à
outra, ela tem que matar todas as chances que tiver. Perdemos um gol incrível
com Manoel na partida de ida na Argentina; ontem, Willian desperdiçou uma
chance claríssima aos 2 minutos do primeiro tempo – toda pessoa que tem um pouco
de conhecimento sobre futebol deve ter pensado “pode fazer falta” – e fez!
Talvez nem um gol logo no início salvasse o Cruzeiro da desclassificação, mas
salvaria do completo vexame. A postura de River Plate e Cruzeiro era
completamente oposta. Enquanto o River veio para jogar a vida, o Cruzeiro, na
palavra de seus próprios jogadores - “entrou mole”, “entrou desligado”, “faltou
vontade, raça” - como um time tem essa postura em uma partida decisiva que
contava com quase 60 mil torcedores no estádio? Onde foi parar aquela obediência tática e garra que vimos no jogo de ida? Todos que os quase 60 mil no Mineirão e milhões de cruzeirenses espalhados pelo mundo inteiro esperavam ver aquele Cruzeiro (fomos trouxas).
Não foi a primeira vez que o time
entrou de maneira preguiçosa em uma partida decisiva. Na segunda partida da
final da Copa do Brasil de 2014, o time também fez uma partida muito aquém das
expectativas. Contra o San Lorenzo na Libertadores de 2014 também. Parece que o
time do Cruzeiro não tem aquela gana para disputar uma partida como uma guerra,
a prova disso são os clássicos, que o time não ganha há quase dois anos.
Porém, dessa vez não é hora de
culparmos apenas o técnico, que, apesar do drama pessoal vivido essa semana,
tem muita culpa no resultado do jogo. Conforme já dito acima, não foi a
primeira vez que o time não entrou com uma postura decente em um jogo importante na
era Marcelo Oliveira. Mas há que se destacar também a pífia diretoria
cruzeirense, principalmente o Dr. Gilvan. Após andar sumido do futebol,
viajando em momentos importantes para o clube, o presidente celeste declarou “A
torcida deles (do River Plate) estava com medo do Cruzeiro. As TVs divulgavam
que o Cruzeiro era carrasco. E sempre foi e voltou a ser” no retorno do
Cruzeiro da Argentina. Declaração essa, que pode inclusive ter sido fonte de
motivação para os jogadores do River, Gilvan falou demais e antes da hora,
lembrando até um ex-presidente do time do outro lado da lagoa. Somada à falta
de contratação de um diretor de futebol, de peças de reposição ao elenco,
Gilvan, esse ano, está dando demonstrações de ser um péssimo gestor, validando
todas as críticas e protestos sofridos desde o início do ano.
![]() |
| Os 3 Patetas da diretoria cruzeirense |
A análise tática da equipe fica para
uma próxima, quando o time demonstrar ao menos um pouco disso em campo, ontem
só tínhamos onze pessoas de azul “correndo” atrás de uma bola de futebol.
Para salvar o ano, ainda temos Copa
do Brasil e Campeonato Brasileiro para serem disputados. Há que se reformular o
time por completo para, pelo menos, tentar entrar na briga por qualquer título. Lembrando que o Cruzeiro está na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro,
é cedo ainda, apenas 3 rodadas, mas já perdemos pontos importantes num
campeonato de regularidade em que todas as 38 rodadas têm a mesma importância.
O Cruzeiro de 2015 tem ainda apenas 55,1% de aproveitamento (com 26 jogos, 12
vitórias, 7 empates e 7 derrotas). ACORDA, CRUZEIRO!


Nenhum comentário:
Postar um comentário