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sexta-feira, 12 de junho de 2015

No Dia Dos Namorados, Uma História Chamada: Figueira

Hoje, o glorioso Figueirense está completando 94 anos de idade.

Algumas coisas a gente admira logo quando nasce; outras, aprendemos a admirar.

E é exatamente isto que começo a contar agora...

Em maio de 1921, um grupo de amigos, que antes se reunia para conversar sobre futebol, liderado por Jorge Albino Ramos, estava disposto a criar um novo clube de futebol para Florianópolis - já que as agremiações existentes na época estavam em crise. Os encontros eram quase sempre na clássica Praça XV de Novembro - centro de Floripa. Inspirado na bela e centenária Figueira - que existe até hoje na praça, João Savas Siridakis, popularmente conhecido como Janga, sugeriu que o nome do clube deveria chamar-se Figueirense. O lugar realmente é lindo e inspirador, e no dia 12 de junho, num domingo de outono, estava fundado o Figueirense Futebol Clube.


Dizem que quando algo nasce certo, não tem, o futuro é glorioso.
E a combinação: amizade, sonho, natureza, clima e data: 12 de junho, formou uma fórmula de puro sucesso.
Logo na década seguinte, em 1930, o Figueira ganharia o Tri Campeonato Catarinense, e conquistaria todos os campeonatos em que participou.
Talvez eles não soubessem, mas estavam criando o Maior Clube de Santa Catarina.






Sou um Colorado fanático - ou como costumo falar: Colorado dos bons - daqueles que vivem/respiram o clube. Mas isto nunca me impediu de respeitar/admirar outros clubes/lugares fora do RS.
Obviamente que não lembro, mas com apenas 1 ano de idade, respirei Floripa pela primeira vez. E era num dezembro de 1994 e, por acaso (ou não) o Figueira disputava a Final do Campeonato Catarinense contra o Criciúma. O título não vinha há 20 anos, e o senhor dono da pousada em que fiquei, conhecido como Seu Sebastião, como minha mãe sempre conta, estava nervoso demais, não aguentava suportar o jejum e a zoação do maior rival, Avaí. Antes de ir para o jogo, deixou uma camisa do Figueira para mim vestir e disse: "Gauchinho, sinto que tu vais dar sorte para meu time - então, vista o manto alvinegro que se o Figueira ganhar, esta semana vocês podem ficar aqui de graça". Minha mãe achou o máximo e logo me trajou com o uniforme do Figueira. E parece que ali o destino já começava a me mostrar que a parceria com o Furacão do Estreito daria certo: Figueira, após 20 anos, era Campeão Catarinense; o jogo terminaria 2x0 - aliás, nem terminaria, porque a torcida ficou tão alucinada com o título que invadiu o gramado antes mesmo do apito final. A fila chegava ao fim e, claro, o senhor Sebastião não se continha em alegria.
Logo depois, em fevereiro de 1995, Figueira tornava-se campeão da Copa Mercosul - primeiro título internacional do clube. Acaso ou não, minha parceria com o clube já começava a dar certo.
Campeões Catarinense de 1994
Fim do Jejum

Passando verão após verão, sempre ia para Floripa. E com o tempo, ia percebendo o quão mágico era. Ilha da Magia! Tão linda... Só admirava. Olhos: brilhavam. Uma criança completamente feliz. Acho que foi aquela coisa dê: "Amor a Primeira Vista" - e que vista.
Mas com o passar do tempo, não bastava apenas passar o verão lá, meu sonho já era de morar na Ilha. Até que, para minha imensa alegria, em 2001, fui morar em Florianópolis.
Mesmo falando sempre que era um Colorado completamente apaixonado pelo Inter - o que é verdade, a pergunta dos outros guris era sempre a mesma: mas e aqui, és Figueira ou Avaí? Eu não tinha dúvidas: além de não gostar de azul (motivos óbvios), minha mãe contava que quando ainda bebê vesti a camisa alvinegra e dei sorte - então, era Figueira. Mas me frustrava o fato de não lembrar de nada. Precisava de um fato novo para criar um laço forte com o Figueirense - e, naquele outono de 2001, ele viria...
Morava entre a Joaquina e o Campeche - relativamente perto das belas praias. Mas como um bom aventureiro, comecei a desbravar a cidade, e sentado naquele banco da famosa praça XV de Novembro, comecei a pensar na vida. Mesmo criança, gostava de ficar refletindo e, obviamente, caía muitas folhas das árvores. Mas no auge da minha distração, uma folha da enorme Figueira caia sobre meu rosto. Minha reação imediata, teoricamente, seria colocá-la ao chão - mas, a segurei na minha mão e fiquei a observá-la. Até que um senhor bem velhinho, sentado no banco ao lado me diz: "É uma folha dessa Figueira, já viste? Foi aqui que a história dos dois maiores amores da minha vida começou". Curioso ao extremo, pedi para que ele me contasse, e ele prosseguiu: "Filho, eu era jovem como tu, as coisas mudaram tanto, mas parece que aqui tudo continua igual. Foi aqui que conheci minha finada esposa, onde dei meu primeiro beijo nela e segurei pela primeira vez a sua mão. Filho, como sinto saudades, que tempos bons aqueles. Foi embaixo desta Figueira que a pedi em namoro e depois vivemos felizes até ela partir. E foi aqui também que vi este clube que amo tanto nascer. Eu sei, muita gente não dá valor, preferem torcer para os grandes dos outros estados, mas o Figueirense és toda minha vida. ÉS meu amigo de infância que vi crescer e gerar muitos frutos. Foi  tudo aqui, nesta árvore. A minha vida está toda aqui". Admito, me emocionei pra caramba, ainda mais quando percebi uma lágrima escorrendo de seu rosto. Emoção maior ainda quando pedi seu nome e ele disse: Seu Sebastião.
A centenária Figueira que inspirou o nome do clube
Localizada na Praça XV de Novembro, centro de Floripa
Orlando Scarpelli era um alvinegro fanático e que tinha uma visão projetada para o futuro. Assim, doou o terreno para construir o estádio que viria a ter seu nome. E ainda conseguiu recursos para melhorias do mesmo.
E uma das primeiras coisas que virou rotina em Floripa: ir para o Estreito ver os jogos do Figueira pelo Brasileirão da Série B. E parece que eu e o Figueira realmente temos uma ligação: naquele mesmo 2001, o clube iria para a Série A - ficando nela até 2008, conquistando um Tri Campeonato Catarinense e tornando-se o maior campeão do estado, exatamente no tempo em que morei na cidade e meu "Sonho de Verão" durou.
Sim, foram anos incríveis na capital dos Catarinenses. Peguei paixão por esportes radicais, aprendi a admirar a natureza, conheci uma cultura rica, um povo receptivo, feliz, com um sotaque que era música aos meus ouvidos e principalmente: que me fez admirar um novo clube e um novo lugar.
Mas estava na hora de voltar para o Sul e, assim, em 2008, voltei. E, neste mesmo ano, infelizmente, o Figueira caía para a B. Mas voltaria em breve, porque a força deste clube está na sua torcida!
Estádio Orlando Scarpelli


Fernandes
Maior artilheiro e Ídolo do clube

Não poderia deixar de falar dele: Fernandes!
Dizem que o clube é a cara dos seus ídolos. Concordo!
Com 6 Catarinenses conquistados e 107 gols pelo Figueira, Fernandes é um símbolo do clube.
Mais do que números: uma referência de como um Ídolo deve ser.
Caráter. Respeito aos companheiros. Respeito aos torcedores. Dedicado. Um guerreiro em campo.



O futuro é incerto
Mas olhar para frente, sempre
Assim, o sucesso estará garantido

Hoje é dia dos Namorados. Mas a data mais importante do dia é o aniversário do Figueirense Futebol Clube. 94 anos de uma linda história, que mistura glórias do passado, do presente e com um futuro enorme pela frente. Talvez, minha relação com o Figueira seja um grande namoro - namoro que perdura há anos. Como sempre digo: algumas coisas, aparentemente, não nos causam tanta atenção; mas, com o tempo, tu aprendes a gostar e admirar. Figueira, eu aprendi a gostar de ti e te admirar. Com toda certeza lhe digo: tu fazes parte da minha vida, para sempre!




PARABÉNS, FIGUEIRENSE FUTEBOL CLUBE! 94 ANOS DE IDADE! 94 SENDO O MAIOR E MELHOR DE SC!


Patrick Aguirre

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