A utilização dos atletas da categoria de base é quase unânime entre a torcida corinthiana. Se tratando do atual momento alvinegro, investir em reforços de peso com altos salários ficou no passado. O momento é de apertar os cintos. Até então, a reestruturação não afetou tanto assim a equipe, pelo menos não foi refletida nos resultados. O Timão briga pela liderança do Campeonato Brasileiro e tem conseguido impor seu ritmo de jogo fora e principalmente dentro de casa. Em tempos, o elenco continua competitivo.
Tanto é que o Corinthians usou a partida contra o ABC, nesta quarta-feira, em Natal, para dar ritmo aos reservas e observar o desempenho dos garotos vindos das categorias de base. Fora de posição, Marciel e Matheus Pereira foram os únicos que iniciaram o jogo como titulares. O técnico Tite deu mais chances aos novatos no segundo tempo. O placar final foi ABC 0x1 Corinthians, com gol de pênalti do meia Rodriguinho, que retornou de empréstimo há poucas semanas. Como a partida começou às 19h30, horário de Brasília, muitos torcedores não tiveram a oportunidade de acompanhar pela TV. Mas não se preocupe! Fizemos uma análise do rendimento dos novatos no Frasqueirão.
Em jogo festivo, Rodriguinho garante a vitória do Corinthians frente ao ABC, de Natal. Foto: Daniel Augusto Jr / Agência Corinthians |
Matheus Vidotto (goleiro): não foi muito exigido. A baixa produtividade do ABC ajudou e o goleiro, que entrou aos 20 minutos do segundo tempo no lugar de Walter, não precisou fazer nenhuma grande defesa. Atualmente é a terceira opção no elenco e pode ser emprestado na próxima temporada, principalmente com o interesse do Timão em contratar Douglas, do Bragantino. Vale lembrar que Corinthians e Bragantino são grandes parceiros.
Rodrigo Sam (zagueiro): ficou sete minutos em campo para jogar como lateral-esquerdo e nada pode fazer. Promovido após a Copa São Paulo, jogou apenas 45 minutos contra o XV de Piracicaba, pelo Campeonato Paulista, e não encontrou mais espaços na posição que conta com Gil, Edu Dracena, Felipe e Yago. Depois disso, só treinos e alguns jogos com o sub-20. Joga bem, mas nada acima da média. Falta um pouco de maturidade pra aguentar a pressão de ser zagueiro do Timão.
Samuel (lateral-direito): não há nenhum ponto a destacar. Entrou nos acréscimos e nem conseguiu pegar na bola. O destaque fica por conta da oportunidade nos profissionais, mesmo sendo num amistoso. Samuel foi campeão mundial sub-17 e vem sendo chamado para atuar com o elenco profissional em alguns treinamentos no CT Joaquim Grava, mas não deve ser promovido definitivamente. Fagner e Edílson tomam conta da posição no elenco profissional atual e ambos agradam a comissão técnica.
Marciel (volante): assim como em sua estreia nos profissionais, nesta quarta-feira também jogou improvisado como lateral-esquerdo em virtude da lesão de Guilherme Arana. Teve trabalho com a correria imposta por Reginaldo no primeiro tempo, mas não comprometeu e até arriscou algumas descidas ao ataque. É um dos queridinhos da direção e chegou a atuar por alguns minutos contra o Figueirense, pelo Brasileirão. Enfrenta a concorrência pesada de Ralf, Bruno Henrique e Cristian no setor. Pensando no futuro, vale todos os esforços possíveis para segurar esta que pode ser mais uma joia da base alvinegra. Possui uma bela qualidade no passe e visão de jogo.
Gustavo Vieira (volante): o paraguaio foi a campo aos 32 do segundo tempo e ajudou o Corinthians a fechar a defesa nos instantes finais. Não teve muito tempo, mas mostrou bom poder de marcação e certa qualidade nos passes. É visto como uma grande promessa, porém, precisará recuperar o tempo perdido após ficar longe dos treinos em virtude de problemas no acordo entre a diretoria e o ex-jogador Gamarra, responsável pela negociação.
Matheus Pereira (meia): escalado nos treinos na posição que hoje pertence a Jadson, como armador aberto pela direita, o garoto teve de se adaptar à função de segundo volante, em Natal. Mesmo não sendo sua função, conseguiu uma boa apresentação, mas não teve muito espaço para atacar, que é seu ponto mais forte. No segundo tempo, arriscou um ótimo chute colocado de fora da área e obrigou Gilvan e a fazer grande defesa no ângulo direito. Tem futuro e pode ser opção na armação desde já.
Matheus Vargas (meia): jogou os dez minutos finais e teve boa movimentação pelo lado direito. Subiu para os profissionais recentemente, mas, assim como a maioria dos meninos, dificilmente vai jogar o Brasileirão.
Léo Jabá (atacante): campeão mundial sub-17 pelo Corinthians e estrela da base desde o sub-15 pelo menos, o garoto entrou aos 28 minutos da etapa final e mostrou personalidade ao arriscar bons lances individuais. Em um deles, escapou de dois adversários pela direita e cruzou com perigo – Rildo não alcançou. Também não deve ser usado em jogos oficiais, mas com a dificuldade de Tite no ataque, pode ganhar espaço futuramente. Entre investir pesado no Jonathas e aproveitar o Léo Jabá, fico com a segunda opção.
Vale recordar que há um pouco mais de um mês, o presidente Roberto de Andrade publicou uma carta oficial afirmando o desejo de contar com a garotada nos profissionais. Leia na íntegra. Vamos aguardar e torcer para que a comissão técnica comece a utilizar mais os garotos da base.
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