Domingo, dia 29 de março de 2015. Mais ou menos 13:30hrs. Talvez mais um domingo normal na vida de um torcedor. De fato, o domingo acabou sendo um tanto quanto normal, já que vitórias gremistas estejam se tornando algo rotineiro. Mas ele tinha algo diferente. Nenhum dia de ir apoiar a equipe se torna normal com a torcida tricolor.
Como todo bom cidadão brasileiro, o domingo é o dia da preguiça. Dormir até tarde em um domingo é algo que já faz parte da semana de qualquer pessoa. Com esse amigo que vos escreve não é diferente. Acordei tardiamente, sem ter o que almoçar. Talvez preparar algo para o almoço tiraria muito tempo, então, me dei ao luxo de almoçar fora. O tempo se tornou ocioso devido a ansiedade de estar dentro daquele estádio, dentro daquela ARENA.
Foto: Lucas Uebel |
Pois bem, após encontrar os amigos, nos deslocamos para o local do grande jogo. Grande? Não menosprezando a equipe de Rio Grande, mas o jogo não era importante para o Grêmio. Classificação garantida, o Grêmio só entrou em campo para manter a liderança - e cumprir tabela, claro -. Aquela curta viagem de 30 minutos à "caminho do gol" parecia uma eternidade. A vontade de estar naquela multidão de fanáticos por 11 jogadores que correm atrás de uma bola era algo totalmente visível. A perna balançava incansavelmente, as unhas que já não existiam de tanto que foram roídas... Já estava parecendo nervosismo.
Enfim, chegamos. Nem uma fila gigantesca fez com que acalmasse os ânimos. Ver aquela multidão em procissão para assistir um clube jogar deixa qualquer um empolgado. Tão empolgado à ponto de aplaudir todos os jogadores da equipe tricolor que apareciam no telão. Bom, não todos. Eis que naquela tela gigantesca aparece a imagem do aniversariante da semana, Luan. Em meio à uma onda de silêncios e vaias, a imagem some e fica a dúvida: Porque tamanha implicância com o garoto? Todos sabemos que ele tem qualidade - e muita por sinal -, mas seria a hora de vaiar uma jovem promessa?
As equipes entram em campo e aquele coro da torcida do São Paulo - RG parecia tomar conta da arena. Cantavam felizes atrás de uma vitória que os deixassem mais tranquilos na tabela. Não foi o que aconteceu. Tanto a vitória quanto o único canto naquele estádio. Chegou a torcida, denominada Geral do Grêmio, e estremeceu aquele estádio. As bandeiras balançavam de um lado para o outro, a torcida não parava de cantar nem um minuto, pulavam de alegria. Era uma energia contagiante. Aos poucos, até o mais tímido dos torcedores cantava e apoiava. A festa estava tão linda que o fraco primeiro tempo mal foi notado. Algumas poucas chances de Braian e Rhodolfo tiraram o grito de decepção daquela torcida. Era lindo. Ecoava cânticos de apoio naquela arena. Até o mais experiente dos jogadores tremeriam em campo.
Luan comemorando um dos gols. Font: Esporte Interativo |
De fato, o segundo tempo não foi diferente. Tentei em algum momento analisar a equipe taticamente para pensar em algum bom texto para postar para meus leitores. Mas como vou postar algo se não tem gols? Sobre o que vou falar? O excelente desempenho São paulino ou a tremenda sorte dos mesmos? Aos vinte e três minutos da etapa final, de longe acompanho o primeiro gol da equipe gremista. O estádio veio abaixo. Não teve quem não comemorou aquele momento. Sem duvidas, é a melhor sensação do mundo. Um minuto depois, a alegria se repete. A felicidade volta à tona. Os cantos de apoio se calam e entram em campo os gritos de comemoração. Comemorando, um garoto franzino, que abraçava os companheiros com um tom de alívio e agradecimento. No telão, seu nome aparecia para o aplauso das pessoas que ali estavam. Luan, que havia sido vaiado antes do jogo, era quem tirava aqueles gritos de alegria da boca dos torcedores. Naquele momento você via como o futebol é lindo.
Já passavam dos 30 minutos e começava a sessão paparazzi. A vitória já estava garantida. Era hora de fotografar quem fazia um show à parte. Os gritos de "Dale, Dale tricolor" se propagavam em meio aqueles jogadores. A torcida que fazia barulho no início do jogo se calava com o resultado e a real chance de rebaixamento. Triste, porém alguém tem que cair, por mais injusto que seja.
O final da partida não fazia com que aquela torcida apaixonada parasse. Era algo incrível. Eram os únicos no estádio. Uma alegria sem fim para mais uma vitória do seu time. Era uma festa, que foi muito bem retratada nessa canção:
É lá que rola a festa, sim, senhor.
Rapaziada é puro sentimento
A que mais canta pelo tricolor
Senti na pele aquela energia
Quando entrei naquela multidão
Eles não param em nenhum segundo
É pura alma, pura emoção
Quase no fim da festa
Na avalanche louca você se perdeu.
No meio da alegria
Não teve aquele que não bebeu!
E dale, dale, dale tricolor
E dale, dale, dale tricolor
Tu vais vencer
És um campeão mundial"
E podem ter certeza, guerreiros tricolores, essa torcida estará em Campina Grande, nesta quarta-feira, em busca de mais essa vitória. Até lá!
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