Considerado como o melhor técnico da atualidade brasileira e cotado como o favorito da população brasileira, Tite, ainda não teve sua chance na Seleção como treinador.
CARREIRA COMO JOGADOR
Adenor Leonardo Bachi é o nome dele, mais conhecido como Tite. Começou sua carreira como volante em 1978, no Caxias. Teve passagens pelo Esportivo de Bento Gonçalves e Portuguesa, até atingir seu auge no Guarani, onde foi vice-campeão do Campeonato Brasileiro de 86 e 87 (Copa União), foi também vice-campeão no Campeonato Paulista de 88. A sorte não estava ao seu lado neste setor da vida e precocemente aos 28 anos foi obrigado a se despedir dos gramados por conta de uma série de lesões nos joelhos, a mais grave, uma ruptura no ligamento onde perdeu a mobilidade de uma das pernas, reflexo este, que até hoje não consegue dobrar o joelho que sofreu este trauma.
DE VOLTA AOS GRAMADOS, AGORA COMO TREINADOR
Em 1990, após sua graduação em Educação Física pela PUC de Campinas, ele retorna aos gramados, agora de uma forma diferente, começa sua carreira como treinador no Guarany de Garibaldi. Com várias passagens por times gaúchos, obteve sua primeira conquista treinando o Veranópolis em 1993 com o título da segunda divisão gaúcha. Mas a primeira grande conquista, talvez aquela que abriu as portas para o seu sucesso foi no ano 2000 em que dirigiu o Caxias. Naquele ano, consagrou-se campeão gaúcho em cima do Grêmio Imortal de Ronaldinho Gaúcho, Cláudio Pitbull e cia, numa campanha surpreendente no Estado do Rio Grande do Sul.
AS PRIMEIRAS CONQUISTAS E UMA CARREIRA MARCADA DE OSCILAÇÕES
Após chamar atenção, no ano seguinte (2001), foi contratado pelo clube que outrora derrotara. Conquistou o Campeonato Gaúcho daquele ano com o Grêmio e, no mesmo ano, ainda foi mais longe, conquistou seu primeiro título nacional ao ganhar a Copa do Brasil sobre o Corinthians. Com um empate em casa (2-2) e uma vitória mágica em São Paulo (3-1). Não precisava de mais nada, Tite já era bem visto e começaria a crescer como treinador. Passou por clubes paulistas como São Caetano, Corinthians, pousou em Minas Gerais onde assumiu o Atlético-MG, voltou à capital paulista para dirigir o Palmeiras. O sucesso começou a oscilar e o treinador foi parar nos Emirados Árabes, assumiu a frente do Al Ain por 25 partidas, com um entrave com a diretoria acabou sendo demitido. Voltou ao Brasil para assumir o Inter, arquirrival do clube em que abriu as portas a ele (Grêmio). Fez boas campanhas no Internacional, foram 108 partidas pelo clube, conquistando a Copa Sul-Americana (2008), Campeonato Gaúcho (2009) e Copa Suruga Bank (2009), além de obter outros resultados expressivos em competições de renome nacional e internacional.
CONSOLIDAÇÃO, REINADO NA AMÉRICA E MELHOR DO MUNDO
Não se pode negar as origens, muito menos esquecer o que ficou para trás e contribuiu para o sucesso do presente, todavia, sem dúvidas, Tite é lembrado por todos como “O Tite do Corinthians”. Este fato é devido ao seu auge como treinador – que ocorreu na sua segunda passagem pelo clube (2010) – no começo obtendo bons números até a conquista do Campeonato Brasileiro (2011). Não satisfeito, superou todas as expectativas e consolidou um título inédito à torcida corintiana, marcou a história do clube com a Libertadores de 2012 – eleito o melhor treinador da competição. Acabou? Não, óbvio que não, estamos falando do Tite, que naquele ano espetacular e embalado destruiu tudo que veio intervir seu caminho, inclusive o poderoso Chelsea, campeão da Champions League, veio o Mundial de Clubes, o Corinthians conquistou o mundo inteiro naquele ano e nosso ilustre personagem desta história foi eleito, nada mais nada menos, como o melhor treinador do mundo em 2012.
Se, aqui, fosse citar os obstáculos que ele enfrentou durante essa mágica e difícil caminhada só exaltaria ainda mais sua personalidade, audácia, coragem e inteligência para chegar ao topo mais alto que poderia almejar um treinador brasileiro.
2013 – UM ANO DE TRAGÉDIA E AZAR
Cabe citar este ano, como uma queda de um dos pilares mais altos. Nada é imutável e momentos ruins são necessários para o aperfeiçoamento – este observado no ano atual que será citado posteriormente. Sobre a primeira – e talvez mais grave tragédia ocorrida – temos a morte de um torcedor boliviano durante uma partida válida pela Copa Libertadores.
Sobre o episódio, citaremos a frase dita por Tite após ser informado do incidente:
“Futebol não tem preço. Nenhum silêncio... Esporte tem outro sentido. Me desculpem, sei que isso não vai tirar a dor de vocês nem da família. Estamos muito sentidos. Trocaria meu título mundial pela vida do menino. Eu trocaria”.
O azar bateu à porta, sem saber Tite a abriu, não dava para ganhar tudo o tempo todo. Não era mais o tempo, não era o momento do Timão. Como toda montanha russa era a hora da descida... A renovação do contrato não veio, era hora do adeus.
2014 – O CONVITE ESPERADO POR TODOS QUE NUNCA VEIO
O ano mais esperado pelo mundo inteiro, a Copa do Mundo no Brasil. Em meio a muitas polêmicas até a realização do evento, TEVE COPA SIM! Marcada por tristeza brasileira, após o épico e vexatório 7 a 1 – ninguém jamais vai esquecer. Felipão, caiu. O técnico mais cotado pela população e mais preparado, não podia ser outro, era ele, Tite.
Apesar do seu afastamento neste ano, o treinador não deixou seus olhos distante do futebol, ainda que estivesse mais dedicado à família. Ele próprio aguardava o convite, que nunca chegou e ainda se surpreendeu com a escolha, do então treinador, Dunga: "Não sei o critério que foi feito", declarou. Nem nós sabemos ou entendemos.
2015 – DE VOLTA À SUA IDENTIDADE
Jogadores do Corinthians posam ao lado de Tite após garantir o título do Campeonato Brasileiro 2015 |
Não há que se contestar, Tite é a identidade do Corinthians. Apesar de um ano oscilante, contestado em seu início, com eliminação nas semifinais do Paulistão (pelo arquirrival Palmeiras) – após uma campanha soberana no início da competição – além das quedas na Libertadores (depois de conquistar o 1º lugar no chamado “grupo da morte”) e na Copa do Brasil (eliminado pelo Santos nas oitavas de final). Tudo isso não foi suficiente para apagar o brilho do comando e retorno do majestoso. De forma soberana, incontestável, com um ataque considerado fraco diante de muitos outros, o Corinthians sobrou na competição nacional, confirmando o título do Campeonato Brasileiro (2015) com três rodadas de antecedência e 12 pontos de vantagem para o segundo colocado (Atlético-MG).
ENTÃO, O QUE FALTA PARA O TITE SER TÉCNICO DA SELEÇÃO BRASILEIRA?
Tecnicamente falando, a resposta seria: nada. O senhor Bachi mais do que provou sua competência, evolução, disciplina tática, seu conhecimento e aperfeiçoamento no futebol brasileiro. Como contestar os números, conquistas, viradas históricas e marcantes supracitadas? O que falta na realidade para se concretizar - este sonho de todo brasileiro - seria, conforme Andrés disse:
"São vários os fatores para um treinador ir para a Seleção. Mas tenho certeza de que, no sistema em que está a Seleção Brasileira, o Tite não vai".
A CBF está uma bagunça, o reflexo disso estamos tendo dentro de campo com o despreparo técnico. É uma utopia achar que esses resultados do Dunga nos levarão a sonhar com o Hexacampeonato mundial que há muitos anos nos escapa por falta de uma reciclagem do futebol brasileiro para se adequar às outras seleções. Tite não é um "milagreio" que assumiria o posto para, da noite pro dia, ressurgir uma seleção campeã, mas aquele técnico que todos apostam pela bagagem, experiência, inovação, dedicação e esperam um resultado positivo e melhor do que os que temos presenciado no decorrer dos anos da nossa seleção.
Temos que deixar o lado clubista para reconhecer os méritos do treinador corintiano e nos render à uma última aposta que resta no fim do poço. Futuramente, caso assuma a seleção canarinha, temos sim que apoiar e dar créditos para que ele ponha em prática e desenvolva seu trabalho com os melhores jogadores que temos disponíveis para honrar a camisa de nossa pátria.
*Créditos de informações: Wikipedia
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