Depois daquela semifinal combinamos um café na casa de um amigo em Gravataí. Aqueles poucos dias entre a semi e a final arrastaram-se, o relógio parecia teimar em não andar. Chegado o domingo. Acordamos e nos dirigimos- eu e meu pai- para Gravataí, na casa de um amigo conforme combinado. Sabíamos que contra nós estaria o poderosíssimo, até então imbatível, Barcelona de Deco, Ronaldinho Gaúcho, Rafa Marques, Iniesta e Cia e o outro lado do Rio Grande do Sul.
Acreditando no Inter, apenas nós, seus torcedores, sua nação, a família colorada. Uma das grandes dúvidas que eu tinha era como alguns jogadores sentiriam o jogo, será que tremeriam ante o tamanho do jogo e adversário? Será que entenderiam que poderiam mudar de nível em caso de conquista?
Mas tínhamos líderes naquele grupo, entre os quais, destaco a trinca: Clemer, Iarley e Fernandão.
Chegamos em Gravataí, cumprimentamos os amigos, escolhemos nosso lugar e cada um, a seu jeito, preparou-se para o grande jogo das nossas vidas.
Inicia o jogo.
O que parecia tensão começa a tomar ares de tranquilidade. Afinal, o bicho não parecia tão feio quanto pintavam.
O primeiro tempo termina com um impedimento de Rubens Cardoso, por milímetros (se fosse no ataque do time catalão, o juiz daria?) e uma chance do Índio na área do Barcelona e do outro lado, um toque de bola refinado, um falta cobrado por Ronaldinho Gaúcho e um penalti pretendido pelo 10 do Barça. Enfim, zero a zero.
Para quem diziam que sofreria uma goleada histórica....estávamos no lucro.
Ou, como diria, o hoje saudoso, Fernando Lúcio da Costa, "a nossa marcação havia encaixado."
Em Gravataí... ficamos mais aliviados, estávamos tranquilos pois parecia possível a vitória.
Os times retornam para o segundo tempo, colocam-se em seus lugares - e nós também, é claro - a bola na marca da cal e reinicia-se o jogo.
Tudo parece encaminhar-se para uma prorrogação quando começam-se a se somar eventos que, aparentemente, favoreceriam a equipe catalã: a lesão no nariz de ìndio, em lance fortuíto e substituições que pareciam não dar resultado.
Quando ocorre o improvável: Fernandão cai e deve ser substituído devido a uma lesão na coxa. Quem Abel chama para seu lugar? O atacante Adriano Gabiru.
Lembro até hoje que, na casa que eu estava, alguém virou-se para o grupo e disse "Agora é na superação!"
Gabiru entra e, como que tocado por uma mão divina, participa, de forma decisiva, do único contra-ataque que o Barcelona proporcionou ao Inter em todo o jogo: Ìndio, Luis Adriano, Iarley e Gabirú e dali....pra festa!
Em Gravatai, a festa muito grande. Porém, contida.
Aos 36 minutos do segundo tempo, Inter 1a0!
E aquele Barcelona cresceu. Tanto que aos 43 teve a famosa falta na entrada área que, todos os milhões de torcedores colorados pelo mundo, tiraram com os olhos.
Aos 46, o único momento em que Ronaldinho desprendeu-se da marcação de Ceará e serviu seu atacante no miolo da nossa grande área. Deu em nada.
Em seguida, Clemer repõe a bola em jogo e o juiz dá por encerrada a partida.
crédito:coloradosp.blogspot.com
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E o resto foi festa.
Uma festa sempre será lembrada!
Foi assim que eu vivi aquela manhã de 17 de Dezembro de 2006.
Ulisses B. dos Santos
@prof_colorado
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