Desde que começou a ser disputado o Campeonato Brasileiro, vários clubes tiveram o
privilégio de levantar a taça de campeão. Mas apenas um pode se vangloriar de
ter conquistado um título sem uma derrota sequer. Há 36 anos, em uma tarde ensolarada, o Internacional dava um grande presente de Natal à sua torcida. No dia 23 de
dezembro de 1979, com a vitória por 2 a 1 sobre o Vasco no Beira-Rio, o
Internacional fechou uma campanha perfeita no Brasileirão daquele ano, ganhando
o torneio de forma invicta. Em 23 partidas, o Colorado venceu 16 jogos e empatou
sete.
O time treinado por Ênio Andrade reunia habilidade e força.
Experiência e juventude. Na ponta direita, estava Valdomiro, perto de completar
34 anos, que defendeu o Brasil na Copa do Mundo de 74. Na zaga, despontava o
jovem Mauro Galvão, 18 anos completados quatro dias antes da decisão. E sobrava
técnica nos pés de Falcão, Batista, Mário Sérgio e Jair.
A campanha invicta foi repleta de grandes desafios. O Inter
teve que superar tradicionais equipes do futebol nacional. Na terceira fase,
teve o Cruzeiro no seu grupo, reeditando a final de 1975. O jogo, disputado no
Mineirão, foi vencido por 3 a 2 pelo Colorado, com gols de Valdomiro, Falcão e
Zezinho (contra). Já nas semifinais, o Inter encarou Palmeiras, e mais uma vez
mostrou força fora de casa, ao vencer no Morumbi por 3 a 2, com gols de Falcão
(2) e Jair. Na partida de volta, no Beira-Rio, o empate em 1 a 1 garantiu a
vaga na grande final.
A decisão do título colocou frente a frente Inter e Vasco da
Gama. O primeiro duelo foi no dia 20 de dezembro de 1979, no Maracanã. O reserva
Chico Spina atuou no lugar de Valdomiro e teve participação decisiva na capital
carioca: marcou dois golaços e assegurou boa vantagem para a partida de volta.
Três dias depois, o Beira-Rio – assim como fora nas finais
de 75 e 76 – lotou para mais uma partida antológica. Com muita gana de dominar
o Brasil mais uma vez, o Inter foi para cima da equipe de São Januário. Jair e
Falcão fizeram 2 a 0, um gol em cada etapa. Wilsinho descontou para os cariocas,
mas o placar servia para o Colorado ser campeão brasileiro.
A terceira estrela estava posta, brilhante e orgulhosa, no peito de todos os colorados.
Jessé Lincke
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