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sábado, 2 de janeiro de 2016

SEM TÍTULO HOJE! EM 95 ANOS GANHAMOS DEMAIS



Existe um grande clube na cidade... grande!? Gigante, enorme! Mas que não nasceu colossal desta forma. Provindo dos anseios de imigrantes italianos, que decerto não tinham dimensão da instituição erigida àquela altura.

E ele mora dentro do meu coração... no meu, no seu, no nosso, no de uma nação. Nação esta que de tão grande é chamada de China Azul, de contagiante vibração, das festas mais lindas, dos cânticos mais comoventes, de jornadas lisérgicas em busca de triunfos inesquecíveis, a que diversas vezes conduziu o clube à glória, que torcida!

E eu vivo cheio de vaidade, pois na realidade é um grande campeão, de tantas conquistas e vitórias, que contaremos cheio de brilho nos olhos para nossos filhos, respeitado em qualquer rincão deste planeta - planeta este que por sinal é visto da mesma cor de nosso manto - do Oiapoque ao Chuí, nas Américas, no Velho Continente, no Hino Nacional, independente de qualquer circunstância, a imagem do Cruzeiro resplandece.

Nos gramados de Minas Gerais ou de qualquer metro quadrado da galáxia, sempre haverão páginas heroicas e imortais, escritas caprichosamente pela vida, capazes de remeter ao apaixonado pelo clube lembranças eternas, causadoras de sorrisos gratos, histórias para contar, felicidade, na plenitude do sentimento, aquelas que são descritas com descomunal riqueza de detalhes na mente de um aficionado por menor a alusão que seja feita. Ah! Quantas páginas! Os jovens abusados que goleiam o time do Rei e ganham o Brasil pela primeira vez; O menino ousado que ganha a América batendo de supetão a falta que deveria ser cobrada por um especialista; O clube que recebe a alcunha de La Bestia Negra após ser tão vitorioso no continente; Que mostrou pro mundo um menino de 17 anos, dentuço, tomando a bola de um goleiro distraído; Os que calam um estádio após desbancar os galácticos da Parmalat; Do canhoto humilde que chuta de direita para nos dar a América novamente após 21 anos; Da falta entre a barreira de Rogério Ceni aos 44 do segundo tempo; De um capitão do selecionado argentino que faz o gol do título com a cabeça costurada; De um certo Talento Azul deixando o país boquiaberto em uma temporada brilhante; Do time que faz 5 no rival; Do time que faz 5 novamente no rival; Do time que faz 6 no rival (como é vilipendiado este rival!); Quantas histórias! Ficaríamos falando delas durante toda uma tarde com extrema facilidade. Roteiros mágicos, que não seriam escritos nem no melhor enredo Hollywoodiano. 

O Cruzeiro, querido, muito querido, que provoca as mais diversas reações, que faz rir, que faz chorar, que emociona, que judia, que transforma. A primeira vez no Mineirão, a arquibancada que forma caráter, os perrengues de se torcer, me tomo como exemplo, o pior frio sentido em toda a vida foi em meio a uma fila por ingressos, a maior chuva já enfrentada foi para ver meu time ser campeão brasileiro. A gratidão por um título, os salários se esvaindo em reta final de campeonato, as noites mal dormidas em vésperas de embates épicos, todas as emoções reunidas em um sentimento, de diversas nuances, aflorando nos momentos convenientes. Pergunto-me se somos ingênuos, sentir tudo isso por futebol, algo tão simplório, cabe a reflexão. Que nada! Ingênuos são aqueles que não sentem este fenômeno. Mas tergiverso.

Cruzeiro, tão combatido! Porém jamais vencido. Os dispersos pensarão: “Mas semana pós semana perdem jogos, títulos, jogadores...”, devemos interpretar esta sentença como algo além, pois como aprendemos desde criança, o bem sempre vence o mal, cedo ou tarde, independente dos fatos. E assim, no dia de hoje completam-se 95 anos de que as coisas se sucedem desta forma, invariavelmente. E será assim, pelos próximos 100, 1000, ou quantos forem possíveis, na história da bola, o Cruzeiro querido, será sempre deveras combatido, mas jamais vencido, tendo a nobre defesa de seus guerreiros, bravos heróis, mesmo que estes troquem as capas pelas camisas estreladas e as armas pelas chuteiras benditas, que serão o eterno motivo para o regozijo deste povo. 

Portanto, aproveitemos nosso dia! É nosso aniversário, além do mais, são felizardos aqueles que tiveram o privilégio de sentir o sangue azul pulsando nas veias. Tenho orgulho de todas as glórias que já conquistou! Obrigado Cruzeiro Esporte Clube, por tudo que já fez por nós, em nome de todos os que caminham contigo. 

Abraços, Vitor de Araújo.

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