Thiago Greco, 23 anos, 6º semestre de Jornalismo, dono do blog e canal Catimbero. |
Como foi a ideia de criar o canal?
Thiago Greco: O canal surgiu antes como um blog. Eu postava textos, de minha autoria, sobre temas que eu estava a fim de escrever. Meses depois, ou talvez um ano depois, inspirado em YouTubers que fazem dailys de suas vidas, somados aos que fazem dias de jogos de seus respectivos times, eu decidi juntar vida + futebol e fazer o Catimbero.
Qual o momento em que você disse ''vou pra web e virar um vlogger'‘? Foi por uma questão profissional ou por gostar mesmo?
Thiago Greco: Por já trabalhar cobrindo jogos da dupla Gre-Nal no meu outro emprego, o Esportchê, frequentava Arena e Beira- Rio. Logo, uni o profissional à paixão pelo futebol e pela comunicação.
Quais resultados você quer alcançar com o canal?
Thiago Greco: Diferente da Dilma, eu bolei algumas metas. A primeira era usar o ano de 2016 como teste. Mesmo tendo três vídeos ainda em 2015, com o celular, considero que o canal começou de fato neste ano. Para o ano que vem (2017) eu ver até onde eu posso chegar. Com quatro meses de canal, já estou com mais de 700 inscritos no YouTube, mais de três mil no Facebook e mais de sete mil no Twitter. Confesso que estou apavorado de feliz.
O youtube tem mais alcance que a televisão e o rádio?
Thiago Greco: Sou #TeamRádio. Nada supera a velocidade e a magia do Hard News. Agora, a televisão sim, já está atrás dos meios digitais como YouTube e Netflix. As pessoas não querem mais que outras digam "tu tem que assistir isso", eles que querem dizer "eu quero assistir isso", e assistem. E melhor, a hora que bem entender, não tem que se programar para assistir um programa que passa em determinado horário.
Você nunca se sentiu envergonhado com a câmera?
Thiago Greco: Já. Muito! Agora, não mais. Mas no começo, andando pelos arredores dos estádios falando "sozinho". A gente pensa muito no que os outros vão falar/pensar da gente, mas acaba esquecendo que nós mesmos vamos achar de um vídeo com uma qualidade inferior por causa da vergonha. Por isso, agora falo, falo alto, como se as pessoas que acompanham o canal estivessem atrás daquela lente. E estão.
Depois do canal você ficou mais famoso?
Thiago Greco: Eu já tinha um pequeno número de seguidores por causa dos meus outros empregos, o Esportchê que já citei, cobrindo futebol do interior, o Vavel, onde sou redator do Liverpool, e no A de Rádio, programa de humor nos estúdios da Unisinos, onde estudo. Mas agora com o Catimbero, as pessoas me param nos estádios para trocar uma ideia, pessoas que eu não conheço, mas elas me conhecem, e todo o esforço começa a fazer sentido quando essas coisas acontecem. Ver que o teu trabalho chega às pessoas, dá aquele gás a mais para cada vez mais isso acontecer.
A Viagem pra argentina, como foi? Foi uma coisa maluca, como é Buenos Aires com 11 estádios de futebol, e a aquela invasão gremista?
Thiago Greco: A viagem foi maluca total. Quero, à medida do possível, acompanhar Inter e Grêmio fora do Rio Grande do Sul, por isso, sempre pesquiso passagens para ir a jogos fora. Nem sempre dá, pois ainda não tenho tem$po suficiente. Pesquisando sobre Buenos Aires, vi que estava relativamente barato. Falei com o Lucas Adamatti, noivo da minha prima em um churrasco aqui em casa, ele de cara pilhou, com um adendo: "cara, com esses preços a gente vai de carro". Meu tio, Aderbam da Silva, ouviu a conversa, se escalou e já ligou para o meu primo, Vinícius Lenz, que à época estava nos Estados Unidos, avisando que íamos para a capital Argentina ver o Grêmio. Na mesma hora reservamos o hotel. Não tinha mais volta. Já tinha feito essa viagem de Porto Alegre/Buenos Aires de carro. Não existe sensação de liberdade maior do que tu estar na estrada, atravessando três países em um dia com pessoas que tu ama. Já na capital de 11 estádios, para quem gosta de futebol, não conheço lugar mais espetacular. As pessoas respiram bola 24h por dia, sete dias por semana. Pra onde tu olha tem um estádio. E o mais doido são os rivais de Avellaneda, o Cilindro, do Racing, e o Libertadores da América, do Indepiendente, são separados por uma rua de mão única. Ou seja, 5m. No dia do jogo do Grêmio, eu não imaginava que iriam tantos gremistas, mas quando vi a praça, onde partiria os hinchas de Grêmio, como os argentinos falam, para o Nuevo Gasómetro, foi de arrepiar. E poder filmar toda aquela vibe, foi especial.
Grêmio ou Inter? Qual a torcida mais louca do RS?
Thiago Greco: O Canal Catimbero RS, não leva a sigla do Estado à toa. Difícil dizer que uma é maior que a outra. Um exemplo claro, neste último final de semana, fui ao Beira-Rio no sábado, na Popular, e domingo, na Arena, fui à Geral, com toda a sinceridade do mundo, as duas torcidas são muito parecidas.
Um espelho pra você como comunicador, por quê?
Thiago Greco: André Rizek, apresentador da Redação Sportv. Desde que comecei no jornalismo, admiro o jeito em que ele leva a sua carreira. Sua postura como apresentador há mais de seis anos em um programa diário. Fora as sacadas, as ironias e as opiniões que eu as compartilho na maioria das vezes.
Um futebolista que tu admira, por quê?
Thiago Greco: Messi. Deus.
Talvez, não goste muito, mas qual teu time?
Thiago Greco: Ninguém começa a cobrir futebol se não gosta. E se gosta, tem um time. Eu nunca fiz muita questão de esconder. Quem me conhece sabe. Mas agora, não faz diferença para que time torço. Sou Catimbero e nada mais. Agora, quando tiver uns milhões de inscritos, talvez revele as minhas cores. Mas adianto, tem branco.
O que te desaponta e o que te deixa mais feliz com o futebol?
Thiago Greco: Grades, muros, fronteiras. É o maior símbolo da derrota da população para quem vai ao estádio bagunçar. Exemplo claro disso, é a Inglaterra. Lá, sem grades, muros e fronteiras, eles venceram. Talvez, um dia, a gente vire este jogo aqui no Brasil. O gol. Nada supera um gol.
Que nota que você da para o marketing e assessoria do Grêmio?
Thiago Greco: Por mais que seja boa, como tudo na vida, pode melhorar.
Tu acredita que Roger está no caminho certo?
Thiago Greco: Roger é o melhor técnico do Brasil. Pra quem não lembra, ele só foi eliminado do Gauchão 2015 nos pênaltis pelo próprio Grêmio. Quando chegou em um time grande, com a infraestrutura para realizar um bom trabalho, mesmo que o elenco tricolor não fosse lá essas coisas. Com a qualidade técnica de Roger, levou o time para a Libertadores e, em certo momento no Brasileirão, brigou pelo título, inclusive, não perdeu para o vulgo melhor técnico do Brasil, Tite, e para o campeão do certame, Corinthians. Em 2016, perdeu duas peças do setor defensivo, e três volantes. Vamos chegando ao mês de abril e na 5ª rodada da Libertadores. Roger está achando o time e, como falei que acredito no tri da América, uma hora o time chega ao nível ideal. Também não adiante atingir o ápice no Gauchão e cair depois. Que siga nessa crescente e atinja o melhor futebol na hora decisiva.
Tu faria uma tatuagem tipo a do Rodrigo Adams com o 5x0?
Thiago Greco: Mesmo respeitando e achando muito corajoso tatuar um jogo e não um título, eu não faria. Teve um torcedor do West Ham que tatuou um 2 a 0 sobre o Arsenal e um 3 a 0 sobre o Liverpool. Minha ideia é tatuar alguma coisa do canal quando alcançamos nossas metas.
Qual teu melhor amigo na imprensa?
Thiago Greco: Tenho vários. Fabiano Baldasso e Porã da Rádio Atlântida, César Fabris do Esporte Interativo, pessoal da Rádio Galera etc. Também trabalhei na Rádio Grenal em 2013. Desde lá, trago um carinho muito grande por todos, em especial pelo Douglas Demoliner, Angelo Afonso e Diogo Rossi, que fora meu colega de aula. Mas o meu melhor amigo na imprensa, não trabalha na área esportiva, e sim na policial. O Vítor Rosa da Rádio Gaúcha.
Como vai muito a estádios, tu acredita no TRI do Grêmio?
Thiago Greco: Acredito. Inclusive, já estou fazendo um cofrinho escrito Japão. Onde Inter e Grêmio estiverem dividindo a vida, o Catimbero vai.
Por: Igor Müller e Matheus Rossetto
Foi uma conversa bem legal com o Thiago, uma grande figura. Agradeço ele pela oportunidade de nossa conversa.
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