Esse texto é uma homenagem
ao futebol brasileiro, que veio a falecer no ano de 2002.
“Regina, eu te amo”. Essas
foram às últimas palavras de Cafu, e os últimos murmúrios do nosso futebol. Em
um não tão longínquo ano de 2002 o Brasil sagrava-se penta campeão mundial e se
despedia do cenário do futebol. Uma geração de encher o peito de orgulho, de
fazer a população parar em frente à televisão, vestindo a amarelinha, portando
sua bandeira e torcer até o último segundo. Saudades, único sentimento que
restou disso tudo.
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| Seleção brasileira pentacampeã do mundo. (Foto: imortaisdofutebol.com) |
De lá pra cá, acumulam-se
vexames empilhados em um cenário sem perspectiva de melhora. Eliminações em
duas edições de Copa América, uma para o Paraguai nas quartas de final em 2015,
e a eliminação ainda na fase de grupos em 2016, onde enfrentou Peru, Equador e
Haiti. Não bastasse isso, ainda lembramos daquele terrível e insuperável 7 a 1
contra os alemães, dentro da nossa casa em uma Copa do Mundo. Para completar,
nesse ano estamos sediando as olimpíadas e correndo atrás do ouro inédito. Mero
sonho. Em dois jogos, nossa seleção olímpica acumula dois empates contra as
grandes “potências” Iraque e África do Sul, e não me deixaria surpreso ficarmos
pelo caminho ainda na fase de grupos.
Mas
então tudo está perdido? Não exatamente. Ainda nos resta a matéria-prima, temos
jogadores promissores e que sabem jogar futebol, apenas falta-lhes personalidade,
caráter, e tudo isso começa lá na base, onde nossos craques são descobertos,
lapidados, e direcionados a fazer o que mais sabem: jogar futebol.
O maior problema está em quem gerencia o
futebol, está nas pessoas e entidades que tem o poder de fazer a mudança, mas
não fazem. Mídias, federações, confederações, clubes e demais órgãos
competentes, o único pedido que faço é que voltamos a ser Brasil, e para isso
precisamos de vocês. Falta gente competente, falta investimento, falta
trabalho, falta comprometimento, falta gente. Gente que chegou lá não porque é
filho do treinador, ou sobrinho do presidente, mas aquele(a) que saiba executar
o que lhe é solicitado, que tenha conhecimento e qualidades para estar
desenvolvendo suas tarefas. E isso acaba se refletindo dentro de campo. Meu
único desejo é poder parar em frente a televisão e ter orgulho de ser
representado por atletas do meu país, mesmo que sejam derrotados, mas que saiam
de cabeça erguida e que tenham a sensação de dever cumprido. Em outras
palavras, espero que a partir de agora, possamos se erguer e não ficar deitado
eternamente em berço esplêndido, para que possamos voltar a ser gigante pela
própria natureza.

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