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quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Pós-Jogo - Atlético MG x Vitória: 3 pontos com a assinatura de Fred




Saudações, massa alvinegra. Confortáveis ai na parte mais nobre da tabela?

Mais um jogo em que, de uma ótica mais conservadora, não se observaria tantos empecilhos e dificuldades. Mas quem disse que Campeonato Brasileiro é um campeonato fácil? Não é atoa que é um dos mais disputados do mundo (independente do nível técnico que se observa em campo).

Começo essa análise de pós jogo chamando a atenção de alguns torcedores que insistem em enxergar futebol pela ótima romantista: No futebol moderno, não existe espaço para comparações e nem a qualidade se sobrepõe sempre á eficiência. Quem esperava um Vitória resguardado na defesa, se organizando em linhas compactas, dando posse ao adversário e trabalhando depois de sua intermediária, logo percebeu que hoje seria uma noite daquelas pra nenhum atleticano com bom prognóstico cardíaco botar defeito. Foi um jogo aberto, amplo, franco, de duas equipes que buscaram o tempo inteiro tomar as ações da partida. A estratégia do leão baiano foi surpreendente pelo momento que a equipe vive, mas também necessária: Um 4-2-3-1, que se configurava em 4-2-4 ofensivo, marcando o Galo no nascedouro de suas jogadas, buscando explorar o erro da intermediária atleticana, avançando em bloco com 4 peças ofensivas, com Cárdenas (saudades, torcedor?) organizando o meio campo. 

O jogo começou muito intenso, com as duas equipes buscando a ofensividade. O Galo veio em sua escalação tradicional, mas buscando explorar também a intermediária da equipe do Vitória. Apesar do volume de jogo (63% de posse de bola, com 57 minutos de bola rolando), o Galo tinha dificuldades de evoluir e trabalhar a posse de bola pelo meio. Os meias não flutuavam e tinham dificuldade de infiltrar. A ideia de Marcelo Oliveira era ter dois meias alternando nessa transição de meio-ataque, mantendo a dinâmica e a infiltração, característica do excelente Maicosuel, e retendo mais a posse, buscando passes longos em profundidade, característica de Carlos Eduardo. A verdade, é que não deu certo. O Galo encontrava dificuldades, pois não havia compactação. A defesa, lenta, encontrava dificuldades para trabalhar a saída, com os volantes distantes, se movimentando pouco e buscando pouco o jogo. Lucas Cândido mais uma vez foi displicente do ponto de vista tático, comprometeu em grande parte essa transição pelo meio, pois se posicionava muito a frente, na linha da intermediária e pouco fazia sua função tática, que era municiar a saída pela esquerda. Com isso, abriu-se um espaço pelo meio e foi aonde o Vitória conseguiu extrair as melhores oportunidades que teve ao longo da partida, com uma defesa extraordinária de Giovanni, tirando o gol dos pés de Marinho (aquele mesmo, "que sabia não"), que acabara saindo cara a cara com a meta alvinegra por erro de cobertura dos volantes. 

Um jogo movimentadíssimo e intenso tem que ter chances perdidas. O inacreditável resolveu passear na verbete dos atleticanos que foram ao horto. E quem diria, que o monstro do jogo de hoje deixaria Deivid com inveja. Segundo alguns atleticanos, 9 graus na escala "Deivid" de gol inacreditavelmente perdido... Em dose DUPLA... Mas estamos falando de Frederico Chaves Guedes, Fred. Você não pode jamais criticar ou duvidar da capacidade de quem é gênio dentro das pequena área. Você não pode questionar a qualidade de um jogador fora da curva, fora de série. Antes, havia perdido um gol sem goleiro, praticamente a 40cm da linha do gol. Mas em uma ótima jogada inciada por Rafael Carioca, conduzindo a bola e entregando nos pés de Robinho, que encontrou Carlos Eduardo em profundidade, cruzando a meia altura, encontrou Fred, que se jogou em direção a bola, desviando a e guardando na meta do goleiro Fernando Miguel: 1x0 Galo. Era o gol que teimava em não sair. 

No segundo tempo, o prognóstico se manteve o mesmo, um jogo intenso, rápido, com boas oportunidades pra cada lado. Eis que aos 13 minutos, numa bola parada, o Vitória chega á igualdade, com Kanu, subindo mais que a defesa (estou pra dizer que foi falha do sistema defensivo) e guardando no fundo das redes. Mudou o panorama da partida? Não mesmo. O jogo continuou bom de se ver, movimentado, intenso, disputado, com o Galo tomando as ações da partida, porém, sem a mesma dinâmica no meio campo e falta de velocidade na saída de bola. As peças dessa linha de meias do Galo continuava não funcionando, mas o dia era mesmo de Robinho e Fred. 2 minutos após o gol do Vitória, em uma bola rebatida pela defesa leonina, Fábio Santos recupera a posse e cruza, a bola encontra Fred, que não perdoa e recoloca o Galo na frente do placar. 

Logo após, em uma jogada semelhante ao 2º gol, a bola encontra mais uma vez Fred, que pego de surpresa, a 50cm da linha do gol, manda na trave. Esse foi 9,5 na escala "Deivid" de gols inacreditáveis. Quem diria que nosso artilheiro da temporada, a principal peça desse time, Robinho, ganharia tamanho presente do goleiro Fernando Miguel e desperdiçaria uma chance claríssima, sem goleiro!? O pessoal do quadro "Inacreditável F.C" vão ficar felizes, vai sobrar conteúdo para matérias. Mas isso não apaga a partida extraordinária feita por Fred e Robinho, que na base da superação, conseguiram suprir as deficiências ofensivas geradas pela falta de compactação e intensidade do meio campo alvinegro. A partida seguiu nervosa, com as duas equipes jogando um futebol franco. Me surpreendeu e alegrou a atitude do Vitória, que poderia merecer sorte melhor no campeonato, pois ousadia lhe sobra, talvez, a falta de qualidade técnica lhe faça padecer ao final do campeonato. 

Fim de jogo, mais 3 pontos, assinados pelo nosso monstro da 99 e boas perspectivas de se continuar buscando a ponta do campeonato.


Nota positiva sobre hoje: O retorno do goleiro Giovanni, goleiro que participou, em muitos momentos, até ativamente das conquistas alvinegras dos últimos 5 anos e ficou muito tempo sem atuar por conta de seguidas lesões. 


Nota negativa sobre hoje: Nenhuma. Isso mesmo, nenhuma.



Vamos para o homem em campo:

FRED - GALO


Hoje é daqueles dias em que um jogador faz de TUDO e mais um pouco. Desde protagonizar lances bizarros, até protagonizar momentos de pura genialidade. Hoje o dia foi todo seu, dom Fredon. Fez uma partida extraordinária, praticamente suplantou, junto com Robinho, a deficiência na criação do setor de meio campo, recompondo a linha de meias e flutuando no ataque, sem posição fixa, fazendo triangulações e se apresentando ao jogo. Fez dois gols da mais pura genialidade de um centroavante diferenciado, fora de série, mas hoje, também honrou a seleção do Inacreditável F.C. Foi uma noite um tanto quanto diferente, mas só sua Fred. MONSTRO !!!





Quem não foi bem:

Duas peças, pra esse que vos fala, foram decepcionantes na partida de hoje: Carlos Eduardo e Lucas Cândido. Confesso que esperava mais de Cadu, talvez uma evolução um pouco maior, mas também acho precoce analisando pelo fato do jogador ter recebido poucas oportunidades, mas a partir de agora, que deve ser mais utilizado, na eminência da saída de Dátolo e a lesão de nossos meias de articulação, já podemos ter uma análise mais crítica. Em 45 minutos, atuou bem em apenas 5. Um personagem que me decepciona como volante é Lucas Cândido. Talvez deva pensar em mudar sua posição para meia de ligação, atuando mais centralizado, flutuando na linha de intermediária. Como volante, é totalmente displicente, comprometeu o sistema defensivo se atirando em demasia ao ataque e desguarnecendo a linha defensiva, que sofreu bastante nessa partida. Além disso, prejudicou a transição pelo meio e a saída de bola, permitindo que o adversário ganhasse espaço para fazer seu trabalho ofensivo. Sinto muito, Lucas, tem que melhorar meu velho...


Concluindo:

Falar sobre as dificuldades impostas dentro do campeonato brasileiro é chover no molhado pra quem acompanha há tantos anos. Não era surpresa a postura do Vitória, que briga contra o rebaixamento, buscando propor e agredir o Galo em seus domínios, impondo um jogo aberto, porém, perigoso. Talvez pelos gols perdidos, o placar possa ser traduzido de outra forma, mas a síntese que se faz para esse momento, em que os 3 candidatos ao títulos se definem (Palmeiras, Galo e Flamengo), é ATENÇÃO. Respeito, atenção, dedicação, trabalho e PLANEJAMENTO. O Planejamento que precisa ser feito para se chegar á gloria será mais do que nunca, fundamental para o Galo. Cada partida deve ser encarada como uma final de campeonato e esse pensamento precisa permear a mente de alguns torcedores, que insistem em bater o pé e achar que estamos disputando um campeonato com "19 Américas". Há ainda muito o que se pavimentar, afinal, esses são só mais 3 pontos, mas por isso é importante se pensar positivo e pensar por etapas. 


Próximo desafio: Fluminense, no "happy hour" do futebol brasileiro, Segunda feira, as 20:00, em Edson Passos, município de Mesquita, Rio de Janeiro. Reencontro com o penúltimo e glorioso treinador Levir Culpi, a quem devemos tantos agradecimentos. Até lá, vamos confiar. O sucesso chega á quem trabalha.



Fala tu Robinho, R7, o pedalada da massa:


"É muito ruim perder gol. Se o time não conseguisse a vitória, eu ia ficar muito triste. Mas o mais importante foi a vitória. Às vezes acontece, a bola não quis entrar. Tem o Fred, que fez dois gols, mas perdeu também. Acontece".


Scouts do jogo:

GALO: Giovanni; Carlos César, Edcarlos, Gabriel, Fábio Santos; Rafael Carioca, Lucas Cândido (Hyuri); Carlos Eduardo (Clayton), Maicosuel (Yago), Robinho; Fred.

Técnico: Marcelo Oliveira

VITÓRIA: Fernando Miguel; Euller (Diogo Mateus), Ramon, Kanu, Diego Renan; Marcelo, Amaral; David (Alípio), Cardenas, Marinho; Rodrigo Ramallo (Serginho).

Técnico: Vagner Mancini

Gols: Fred (2x) (GALO); Kanu (VITÓRIA

Cartões: Amarelo -->  Fernando Miguel, Kanu, Ramon, Diogo Mateus, Alípio (VITÓRIA); Edcarlos, Clayton (GALO)

              Vermelho --> Nenhum.



PÚBLICO E RENDA:
Público: 13.532 pagantes 
Renda: R$ 588.174,00






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