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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Relembrando a Imbatível 'Segunda Academia'!

Todo clube com uma história gigantesca precisa de uma escalação inesquecível, daquelas que o torcedor pode recitar, com orgulho, do goleiro ao ponta esquerda. O torcedor alviverde ganhou a sua na impecável temporada de 1972, marcada pelo nascimento da Segunda Academia.

Na preparação para o Campeonato Paulista, o Palmeiras viajou para disputar o Torneio de Verão em Montevidéu-URU e em Mar del Plata-ARG. Durante a vitória alviverde por 2 a 0 sobre o Peñarol, no dia 3 de fevereiro de 1972, o zagueiro Polaco sentiu lesão e acabou substituído por Alfredo Mostarda.

Há 45 anos, os 11 integrantes da Segunda Academia estiveram juntos no gramado pela primeira vez, já que o time dirigido por Oswaldo Brandão terminou com Leão; Eurico, Luís Pereira, Polaco (Alfredo) e Zeca; Dudu e Ademir da Guia; Edu, Leivinha, César e Nei. O jornalista Carboni Filho foi o enviado especial do jornal A Gazeta Esportiva para o Torneio de Verão. Coincidentemente, os artistas brasileiros Francisco Egídio, Wilson Miranda, Antônio Marcos e sua esposa Vanusa, no Uruguai para um festival, estavam hospedados no mesmo hotel da delegação alviverde e viram o jogo contra o Peñarol.

"A perda de gols por parte do ataque do Palmeiras não deu ao placar do Estádio Centenário a dimensão exata da supremacia dos comandados de Oswaldo Brandão na estreia do Torneio de Verão", relatou o enviado especial do diário.
"De qualquer forma, o Palmeiras venceu e convenceu", opinou.

O jogo seguinte seria contra o Boca Juniors, em Mar del Plata. Polaco, com uma lesão grave, precisou retornar ao Brasil para realizar tratamento. Leivinha, Eurico e Luís Pereira sofreram pancadas diante do Peñarol, mas fizeram tratamento com toalhas quentes e puderam participar do confronto com os argentinos.

No dia 5 de fevereiro de 1972, foram titulares pela primeira vez Leão; Eurico, Luís Pereira, Alfredo e Zeca; Dudu e Ademir da Guia; Edu, Leivinha, César e Nei. Durante a partida contra o Boca Juniors, encerrada com placar de 1 a 1, Madurga substituiu Ademir da Guia e Pio entrou no lugar de Nei. A Gazeta Esportiva classificou o encontro como "uma grande partida de futebol" e atribuiu nota máxima ao zagueiro Luís Pereira, que também foi elogiado pela imprensa Argentina. "O melhor homem em todos os sentidos. Marcou e cobriu com uma precisão tremenda, além de ajudar bastante no ataque", descreveu o jornal.

Na edição de 8 de fevereiro do diário, Ademir da Guia deu suas impressões sobre a equipe, ainda em formação. "O Brandão impôs coisas diferentes das que existiam. Cada técnico tem seu sistema. O time está em um período de reajuste e acho que vai se armar muito bem", previu ele.

Ademir da Guia estava divinamente correto. César Maluco, punido pelo Tribunal de Justiça de Desportiva (TJD), foi obrigado a retornar ao Brasil durante o torneio. Com Fedato como titular, o Palmeiras garantiu o título do Torneio de Verão ao empatar por 1 a 1 com o San Lorenzo.

Na volta ao Brasil, a delegação foi recebida com entusiasmo. "Milhares de torcedores  apareceram em Congonhas. Bandeiras, a bandinha não parando de tocar, e cada jogador sendo festejado quando chegava ao saguão. Até um corso foi realizado com carros de bombeiros para levar os atletas em desfile", descreveu A Gazeta Esportiva .

O técnico Oswaldo Brandão, responsável por conceber a Segunda Academia, substituiu Mário Travaglini em novembro de 1971. Após o título do Torneio de Verão 1972, ainda durante a pré-temporada, o treinador manifestou confiança no desempenho de seus jogadores.

"Essa será a equipe para os torneios em nossa capital e fora dela. Apenas mais alguns pequenos ajustes são necessários", anunciou o técnico, exigente. "A linha de frente, na preocupação constante de marcar gols, às vezes perde o ritmo", observou Brandão. Em uma temporada quase perfeita, além do Torneio de Verão, o Palmeiras conquistou o Torneio Laudo Natel, o Campeonato Paulista (invicto) e o Campeonato Brasileiro, além da Taça dos Invictos, oferecida pelo jornal A Gazeta Esportiva. Com uma campanha de 49 vitórias e 26 empates, o time sofreu apenas cinco derrotas em 1972.

Nas temporadas seguintes, o time formado durante o Torneio de Verão se provou merecedor da comparação com a Primeira Academia, lembrada por representar a Seleção em 1965, já com Dudu e Ademir da Guia. Confiante e destemido, o elenco do Palmeiras ganhou o Brasileiro 1973, o Paulista 1974 e o Ramón de Carranza 1974.
Seis jogadores do time alviverde foram convocados pelo técnico Zagallo para a Copa do Mundo da Alemanha 1974. Com Leão, Luís Pereira, Alfredo Mostarda, Ademir da Guia, Leivinha e César Maluco no elenco, a Seleção Brasileira, superada pela Holanda, perdeu a decisão do terceiro lugar diante da Polônia.

Leão; Eurico, Luís Pereira, Alfredo e Zeca; Dudu e Ademir da Guia; Edu, Leivinha, César e Nei ficaram juntos de 1972 a 1974, mas foram titulares em apenas 18 partidas pelo Palmeiras. Com oito vitórias e 10 empates, a Segunda Academia jamais saiu de campo derrotada.
Ademir da Guia (902 jogos), Emerson Leão (620) e Dudu (611) são os três jogadores que mais atuaram pelo Palmeiras - os dois de linha foram homenageados com bustos na sede. Alguns ídolos ainda participam do time de masters e costumam se reunir no Jantar dos Veteranos, promovido anualmente pelo clube no mês de setembro.

O número de partidas pode parecer  insignificante, mas é maior do que de todos os outros grandes esquadrões. de outros grandes clubes. Sempre tinha uma suspensão por cartão amarelo, expulsão ou alguém machucado Por isso, os maiores timaços do país, se reuniram-se poucas vezes com os mesmos onze jogadores.

Veja na lista abaixo: QUANTAS VEZES CADA ESQUADRÃO MITOU:

Santos 1962/63
Gilmar, Lima, Mauro e Dalmo; Zito e Calvet; Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe. Técnico: Lula 10J, 9V, 0E, 1D

São Paulo 1992/93
Zetti, Vítor, Adílson, Ronaldão e Ronaldo Luís; Pintado, Cerezo, Raí e Palhinha; Cafu e Muller. Técnico: Telê Santana 7J, 7V, 0E, 0D

Corinthians 2000 -
Dida, Índio, Fábio Luciano, Adílson e Kleber; Rincón, Vampeta, Marcelinho e Ricardinho; Edílson e Luizão. Técnico: Oswaldo de Oliveira 1J, 0V, 1E, 0D

Corinthians 1950/51 -
Gilmar, Olavo e Homero; Idário, Goiano e Roberto; Cláudio, Luizinho, Baltazar, Rafael e Simão. Técnico: Osvaldo Brandão 2J, 1V, 0E, 1D

Corinthians 1982/83 -
Solito, Alfinete, Mauro, Daniel González e Wladimir; Paulinho,. Sócrates e Zenon; Ataliba, Casagrande e Biro-Biro. Técnico: Mário Travaglini 13J, 7V, 2E, 4D

Flamengo 1981 -
Raul, Leandro, Marinho, Mozer e Júnior; Andrade, Adílio e Zico; Tita, Nunes e Lico. Técnico: Carpegiani
4 J, 3V, 0E, 1D

Cruzeiro 1966 -
Raul, Pedro Paulo, William, Procópio e Neco; Piazza e Dirceu Lopes; Natal, Tostão, Evaldo e Hilton Oliveira. Técnico: Aírton Moreira 9J, 7V, 0E, 2D

OS JOGOS DA SEGUNDA ACADEMIA COM OS ONZE JUNTOS 5/2/1972 - Boca Juniors 1 x 1 Palmeiras 7/2/1972 - San Lorenzo 0 x 0 Palmeiras 19/3/1972 - XV de Piracicaba 0 x 4 Palmeiras 26/3/1972 - Palmeiras 2 x 1 Santos 9/4/1972 - Ferroviária 0 x 1 Palmeiras 15/4/1972 - Palmeiras 4 x 1 Ponte Preta 23/4/1972 - Palmeiras 1 x 1 Corinthians 1/5/1972 - Palmeiras 1 x 0 Guarani 7/5/1972 - Palmeiras 1 x 1 Portuguesa 3/9/1972 - Palmeiras 0 x 0 São Paulo 6/5/1973 - Palmeiras 1 x 1 Santos 20/5/1973 - Palmeiras 0 x 0 São Paulo 23/1/1974 - Palmeiras 3 x 1 América-MG
27/1/1974 - Palmeiras 0 x 0 Corinthians 3/1/1974 - Palmeiras 3 x 0 Ceará 3/2/1974 - Palmeiras 5 x 0 Tiradentes-PI

Foto/Fonte: Reprodução/Porcopédia.com.br

por: Leonardo Bueno e Vitany Fernandes

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