Foto: Diego Vara / Agencia RBS |
Diego Aguirre desafiou o destino e a lógica ontem escalando
Jorge Henrique. Com esta decisão, flertou com o fracasso, ficou exposto a uma
avalanche de críticas, e, caso tivesse perdido o jogo, estaria com a cabeça à
prêmio hoje. Escalar Jorge Henrique foi nadar conta a maré, foi dar "arma
ao inimigo" e acabar com a paciência da torcida antes do jogo iniciar.
Falando no jogo, este se apresentava difícil, a estratégia
pensada por Aguirre não estava tendo êxito, Jorge Henrique não acertava nada na
frente e a função tática de ajudar Fabrício também não funcionava, todos
ataques da La U estavam concentrados nas costas do lateral esquerdo Colorado.
Já estavam quase todos resignados com o 0 x 0 no primeiro
tempo, quando aos 44 minutos veio o pênalti sofrido e convertido por
D'alessandro. O intervalo que seria de resmungos e vaias se transformou em
alegria e aplausos. O rumo que parecia conspirar contra Diego Aguirre, naquele
momento deu sua primeira grande virada. Sorte? Talvez, mas ainda tinha todo o
segundo tempo pela frente.
Veio o segundo tempo, boa parte da torcida esperando que o
time já voltasse do intervalo sem Jorge Henrique, mas o jogador tático, que
encanta técnicos e desencanta torcedores, estava lá firme e forte. O jogo
seguiu disputado e Aguirre confrontou todos mais uma vez, colocando Alex e
tirando Vitinho. A torcida, a imprensa, o mundo queria ver Alex em campo, mas
não no lugar de Vitinho, queriam ver Alex no lugar de Jorge Henrique. Agora a
insatisfação, antes velada, aparecia em forma de murmuro, queixas e algumas
vaias.
Mais ou menos três minutos depois da substituição contestada,
o Inter construiu um contra-ataque, a bola se apresentou nos pés de Alex que fez
um lançamento perfeito para o renegado Jorge (que fazia pouco para justificar
sua presença em campo), ele avança em velocidade, fica cara a cara com o
goleiro Johnny Herrera e com calma e categoria conclui para o gol.
Vibração em todo o Beira-rio! Os Deuses do Futebol resolvem
debochar mais uma vez de todos nós, o vilão vira herói, o maldito agora é amado
(não importa se o amor durar apenas 10 minutos), os jogadores confraternizam, a
torcida canta, Jorge Henrique chora emocionado, corre para agradecer o voto de
confiança e abraça Diego Aguirre. O resto do jogo virou história.
Ok, a Universidade de Chile logo em seguida descontou, o
medo de um revés voltou a rondar o Beira-rio, mas no final Sasha fez um golaço
e garantiu a vitória. Porém, tudo isso que aconteceu após o gol de Jorge
Henrique se tornou "menor” e a teimosia incompreendida de Diego Aguirre foi
enfim recompensada.
Particularmente acredito que a escalação de ontem tenha sido
emergencial, a partir de uma proposta pensada para a La U. Sou um dos maiores
críticos do Jorge Henrique, mas não torço por teses, torço pelo Internacional e
torcerei sempre para qualquer jogador que vestir o manto Colorado.
Talvez tenha sido uma obra do acaso tudo que aconteceu na
noite passada, de repente o gol do "maldito da vez", no final da
história, nem tenha tanta importância. Mas ontem, vivemos mais um capítulo emblemático
de redenção deste esporte fantástico chamado FUTEBOL!
Finalizando, queria fazer um agradecimento especial a um
outro personagem “maldito”, de uma história ainda recente: Obrigado Gabiru!
Tchê Mano
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