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quinta-feira, 27 de agosto de 2015

De novo, Corinthians?

   Passadas algumas horas da eliminação corinthiana e agora de cabeça fria, gostaria de analisar alguns pontos-chaves da eliminação do Corinthians frente ao Santos.
   Antes de tudo, vale ressaltar o que Tite disse na entrevista coletiva logo após a partida. O técnico alvinegro apontou o jogo ruim na Vila Belmiro e questões físicas para explicar a eliminação desta quarta-feira, na Copa do Brasil. Aliás, a alegação em relação ao cansaço vem sendo o principal motivo da comissão técnica pelos revés corinthianos desde o Paulistão.
Apesar do resultado negativo, a torcida deu um show a parte! Fez mosaico e apoiou nos 90 minutos.
Foto: Jaqueline Lima / Goal BR
    O fato é que antes do primeiro jogo contra o Santos, Tite havia deixado claro que usaria um time misto em virtude do Campeonato Brasileiro, competição esta que a comissão técnica julgou ser de maior importância. Porém, a diretoria corinthiana vetou a escalação do time misto, justamente pela partida ser eliminatória e principalmente por se tratar de um clássico regional. Entretanto, da porta do vestiário pra dentro, eu acredito que houve um consenso em focar esforços no Brasileirão mesmo, pois dentro de campo as atuações do Corinthians em ambas partidas foram no mínimo apáticas, pífias. Comportamento inversamente contrário ao adotado no Brasileirão.
   Faltou raça, faltou comprometimento, faltou futebol. Claramente não estavam afim de jogo. Pareciam que não queriam estar lá e jogaram por mera obrigação. Tanto é que, após a derrota na Vila Belmiro, Tite fez questão de poupar Fagner e Elias no jogo da volta, dois dos principais jogadores do Corinthians na temporada e que vêm fazendo excelentes atuações no Campeonato Brasileiro. Jadson, machucado, também foi desfalque.
   Edílson, nitidamente fora do peso, foi um dos piores em campo. Deu a impressão de ser mais um terceiro zagueiro do que propriamente lateral-direito. Não defendeu bem e não apoiou as subidas ao ataque. Lucas Lima e Geuvânio deitaram e rolaram no lado direito da defesa alvinegra. Bruno Henrique e Malcom entraram muito nervosos e sequer conseguiram acertar uma boa sequência de passes. O volante foi substituído por Cristian no intervalo, que também não entrou bem e fora de ritmo, não conseguiu ajudar o Timão. Cássio não saiu do gol em nenhum dos dois tentos santistas para pelo menos tentar fechar o ângulo. E, goleiro sem movimentação, parado embaixo das traves é tudo o que o atacante precisa para marcar. O jovem Matheus Pereira foi escalado no lugar de Jadson, sendo que num clássico e precisando reverter placar negativo, Danilo era a melhor alternativa. Foi bem até o primeiro gol, depois sumiu e perdeu a confiança. Romero entrou, fez o gol de honra e pasmem: teve a melhor nota do torcedor, em enquete feita no UOL Esporte.
Vagner Love e Renato Augusto bem que tentaram reverter o placar, mas sem sucesso. Foram os melhores em campo pelo lado corinthiano. Foto: Daniel Augusto Jr. / Agência Corinthians

   O Santos, por sua vez, jogou pra frente e com uma consistência defensiva impecável. A proposta santista em adiantar a marcação e tocar a bola rapidamente e no chão, organizando os ataques sem chutões e apostando na habilidade e velocidade de seus atletas, fizeram com que o Corinthians se perdesse facilmente. O quarteto ofensivo vive um momento excepcional, com Lucas Lima, Geuvânio, Gabriel e Ricardo Oliveira. Final de jogo, no placar agregado deu Santos: 4x1, sendo 2x0 na Vila Belmiro e 2x1 na Arena Corinthians.
   O sucesso do alvinegro praiano não foi sorte e sim fruto de um planejamento traçado no início da temporada, onde o Santos contratou doze jogadores a custo zero, pagando apenas salários. São eles: Vanderlei, Chiquinho, Werley, Valencia, Marquinhos Gabriel, Rafael Longuine, Marquinhos, Elano, Nilson, Neto Berola, Ricardo Oliveira e Leandro. Tanto para contratar em definitivo ou por empréstimo, o clube não desembolsou nenhum valor pelos atletas. A diretoria santista também apostou nos contratos de produtividade para contar com os experientes Ricardo Oliveira e Elano. A dupla fez uma espécie de "contrato de teste" para a disputa do Campeonato Paulista, com salários aproximadamente de R$ 50 mil mensais. Aprovados no primeiro semestre, os dois estenderam o vínculo e receberam aumento salarial.
   Para concluir a análise de forma simples e objetiva: o Santos mereceu! Ao Corinthians, restou a obrigação de vencer o Campeonato Brasileiro, competição que Tite quis priorizar e agora conseguiu.

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