O
futebol sempre pautou-se por “máximas” e uma delas afirma que “Todo grande time
começa por um grande goleiro.” O Inter, além de formar excelentes goleiros na
maior parte das vezes contratou goleiros de muito boa qualidade.
Os
paraguaios Jose de la Cruz Benitez Santa Cruz, Gato Fernandes, são os exemplos
que me vem à mente quando trata-se de lembrar goleiros estrangeiros que
honraram a “1” colorada.
Vi
Benitez jogar e passar por dois momentos marcantes: o tricampeonato invicto de
1979 e a lesão estúpida em um amistoso, que ceifou-lhe a possibilidade de a
carreira ser mais coroada de êxito do que foi. Gato Fernandes, por sua vez,
veio em um período que, apesar de “poucas luzes” na História colorada,
conferiu-lhe a condição de Campeão Brasileiro da, até aqui, a única da Copa do
Brasil conquistada pelo Inter em 1992.
Alguns
jogadores são classificados como “grifes”: por onde passam deixam seu nome
marcada e sua contratação faz a torcida “lotar o aeroporto” assim como faz o
adversário local colocar uma, ou mais de uma, pulga atrás da orelha. Foi assim
com o argentino Pato Abbodanzieri.
Dono
de uma carreira plena de êxito, já caminhava para seus últimos momentos como “guarda
metas”, quando a direção colorada foi busca-lo para fazer parte daquele
esquadrão colorado na edição de 2010, da Libertadores da América, ou, como bem
lembra a Commebol, de “la otra mitad de la gloria”.
Abbodanzieri
chegou ao Inter e já entrou no time logo na estréia. Via-se, pelo menos eu via
assim, em Abbodanzieri um goleiro de “outra turma”, de “outro patamar”. Se,
muitas vezes, faltava-lhe reflexo; por outro lado, sobrava-lhe posicionamento.
Abbodanzieri
já fizera História no futebol argentino, no Boca Jrs. para ser mais exato, quando
veio para o Inter, mas, mesmo assim veio, como já comentei, disposto a fazer
história, a deixar sua marca. Se, nunca foi titular incontestável do gol
colorado, foi responsável por um momento senão único, raro, não só na História
do Inter como, acredito, na História do futebol mundial: no jogo contra o
Deportivo Quito, no Equador, o juiz marca um pênalti e, durante a confusão dos
jogadores discutindo com o juiz, ele caminha em direção ao auxiliar, com quem
conversa e este – como que atendendo a um pedido do ídolo – chama o juiz e
depois de conversarem o árbitro volta atrás na marcação. Sim, senhores,
Abbodanzieri fez um juiz em um jogo de Libertadores voltar atrás na marcação de
um pênalti em um jogo fora de casa. Se houve caso semelhante na história do
futebol mundial, me avisem.
(Foto: Divulgação/Internacional) |
Depois
deste momento, acreditei que Pato seria titular absoluto do gol colorado, o que
acabou não se confirmando. Depois do título de Bi Campeão da América esperei
que iluminassem a Comissão Técnica colorada e deixassem Abbodanzieri como
titular da camisa 1, o que mais uma vez, acabou não se confirmando.
Até
hoje não entendo sua reserva naquele mundial. E até hoje acredito que a figura
de Pato Abbodanzieri foi subutilizada dentro e fora de campo pelo Inter e seu
corpo diretivo.
Obrigado
por tudo, Pato Abbodanzieri.
Ulisses B. dos Santos.
@prof_colorado
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