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Fernando Henrique, Gabriel,
Thiago Silva, Luiz Alberto, Junior César, Ygor, Arouca, Darío Conca, Thiago
Neves, Cícero, Washington. Que time sensacional, o Dôdo ainda era reserva,
sempre entrava pra decidir.
É... ontem fez 8 anos, não
parece, a dor continua aqui, a cicatriz está fechada, mas toda vez que me falam
sobre aquele fatídico dia, ela supura um pouco, todos os sentimentos retornam e
eu sinto vontade de desaparecer, mas penso mais um pouco e lembro como eu era
feliz.
Aquela campanha foi simplesmente
sensacional, jogamos como eu nunca tinha visto o Fluminense jogar e tudo iria
acabar no dia 2 de Julho de 2008, uma pena, aquele jogo nunca acabou para
qualquer torcedor do time das Laranjeiras. Ainda vive dentro de nós todas as
vezes que citam o nome do time adversário, ao qual me recuso a mencionar.
Eu estava em solo carioca, quando
vi a derrota por 4 a 2 no jogo de ida, isso não me fez duvidar nem por um
segundo de que seríamos campeões da America, enfrentei fila para o segundo
jogo, por causa de esquema de cambistas, não consegui meu ingresso, talvez uma
peripécia divina.
Assisti a grande final em um bar
na região oceânica de Niterói, eram 7 torcedores do Fluminense e no mínimo uns
50 torcedores do Flamengo que cantaram e muito quando tomamos o primeiro gol
aos 5 minutos do primeiro tempo, naquele momento, me forcei a ser otimista, já
tínhamos enfrentado desafios piores e Washington nos tinha salvo aos 46 do
segundo tempo com um gol memorável contra o São Paulo, naquele momento nada
mais era impossível, óbvio que ainda dava.
Falar sobre o jogo é duro, você
provavelmente se lembra do que aconteceu, Thiago Neves recebeu um dom divino de
fazer tricolores felizes e naquele dia ele utilizou grande parte dele. Foram 3
gols, e aos 11 do segundo tempo o placar agregado já estava empatado, 3 a 1
para o tricolor carioca.
Aquela campanha foi uma ODE ao
bom futebol, quando desejo falar de um time grande que era a antítese do
futebol moderno mesmo não desejando ser, me refiro a este. A superação virou
marca registrada do Fluminense, era como se quiséssemos nos colocar em
situações complicadas desnecessariamente apenas para ter que lutar contra todas
as probabilidades.
Assistir aos jogos era como ver
um espetáculo, você não sabe o que virá no fim, mas tem quase certeza de que
acabaria com vitória tricolor.
O que me deixou realizado foi
poder comemorar cada um daqueles gols no meio de tantos flamenguistas, a cada
gol de Thiago Neves, os 7 bravos tricolores entoavam cânticos antigos e canções
proibidas em comemoração, os flamenguistas ouviram tudo o que tínhamos a dizer
e dissemos: O FLUMINENSE TEM MUITO MAIS CORAÇÃO DO QUE TODOS VOCÊS.
Foram mais 35 minutos para acabar
o segundo tempo e mais 30 minutos de prorrogação, e se o jogo continuasse até
hoje, Guerrón ainda estaria correndo como se nada tivesse acontecido.
Sabemos o que se deu, perdemos
aquela final, mas a campanha ainda vive em nossos corações. Todo tricolor está
preso àquela final não porque perdemos, está preso porque nada nos fazia mais
feliz do que ver aquele time jogar. Tivemos muitas alegrias nos anos que se
seguiram, mas ainda desejamos ver o Fluminense amedrontar tanto os adversários
como fazíamos.
Para todos os tricolores o que
posso dizer é que compartilhamos do mesmo sentimento e que possamos ter boas
lembranças do dia mais triste de nossa história.
Por: Daniel Pasini
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