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quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Pós Jogo - Atlético MG x Juventude: Da festa ao espanto




Saudações, massa alvinegra, como vocês estão?

Já faço o que não é muito usual em textos discursivos, fazendo uma pergunta: Qual o prognóstico de vocês em relação á ontem? Darei o meu no decorrer do texto, mas gostaria até de saber o que cada um que ler essa coluna pensa, até pra construir um raciocínio.

Mas vamos lá,

A Copa do Brasil talvez seja a mais traiçoeira das competições entre clubes do certame nacional. É o tipo de competição que pode premiar incompetentes pela intensidade, mas punir os competentes pela morosidade. Se analisarmos friamente os caminhos de Atlético e Juventude ao longo da temporada, muitas coisas se assemelham: As duas equipes tem bons rendimentos em números, estão em duas frentes de possibilidades de briga por algo, mas algo não transparece ao Galo do que pareceu transparecer ao Juventude durante o jogo. Esse ponto eu vou tocar mais a frente.

Galo e Juventude não tiveram muitos encontros, mas resta na memória Atleticana o memorável jogo de 99. Frente a frente, duas equipes lutando pela vaga para as semi-finais da Copa do Brasil. O Galo trouxe a campo sua imensa qualidade e bom retrospecto, e na expectativa da torcida, que lotou mais uma vez o Mineirão, esperava-se um placar mais elástico, com um time mais intenso e veloz. Pra isso, o esqueleto tático e a formatação da partida anterior foi mantida. O humilde Juventude, por sua vez, fez o que se esperava dele: Seguiu o manual de "como se impor na casa de seu adversário", buscando anular os trabalhos ofensivos do Galo e impor seu ritmo. 

A partida começou intensa, movimentada, principalmente por conta do dono da festa, o Galo, que começou imprimindo muita velocidade e movimentação, principalmente de suas peças de frente, flutuando e invertendo posições para confundir a defesa do adversário. Já o Juventude, buscou a organização e o espelho tático, buscando seguir o manual, avançando suas linhas de marcação na intermediária atleticana, suprimindo os laterais, forçando o erro do Galo pela intermediária e contra atacando em bloco, se aproveitando de passes em profundidade. Os primeiros 25 minutos foram maravilhosos para o Galo, pois apesar do bom posicionamento defensivo do adversário, muito bem treinado por sinal, conseguia trabalhar bem a posse, tinha volume. O único erro foi verticalizar demais, usar demais os passes longos e não fazer a transição pelo meio campo, trocar passes para cansar o adversário, quebrar a dinâmica do adversário triangulando no setor ofensivo. O Galo de ontem lembrava muito o "Galo Doido" de Cuca, mas de uma forma mal executada. Aos 17, o Galo abre o placar após linda jogada individual de Pratto pela esquerda, fazendo a diagonal com muita qualidade e invertendo para Carlos César, que devolveu a bola a Pratto, na marca do pênalti, que empurrou a bola para o fundo das redes: 1x0. 

A partir do gol, aquilo que poderia se consumar como uma atuação a se reverenciar, foi ganhando contornos de consternação e preocupação, pois estranhamente, o Galo diminuiu seu ritmo, passou a afastar suas linhas, a ficar menos compacto, a cadenciar demais o jogo e até oferecer campo ao Juventude, que nada tem de bobo, aproveitar muito bem. A partir daí, o Juventude cresceu em campo, passou a seguir a risca o manual que o Atlético de forma estupidamente insistente dá aos seus adversários quando atua em casa: No momento que constrói a vantagem, o time muda sua dinâmica e passa a dar a bola pro adversário, apostando em contragolpes. Já cansei de dizer aqui que essa alternância não encaixa no estilo de jogo atleticano. Mas algo muito pior aconteceu em campo: o time ficava cada vez mais moroso, parecia certo de que a qualquer momento faria o gol. A intensidade inicial deu espaço para a apatia. Até o final do primeiro tempo, o Juventude já tinha equilibrado as ações e parecia até melhor em campo, já havia criado pelo menos 3 chances perigosas e uma bola na trave de Roberson. 

No retorno para a 2ª etapa, mais uma vez, como vem se repetindo com ABSURDA frequência, o Galo volta totalmente desligado, fugindo de sua formatação tática, apostando demais em bolas longas, fazendo a bola rodar pouco pelo meio campo. Mais uma vez destaco aqui, sabendo que falar disso É CHOVER NO MOLHADO, da má organização da linha defensiva atleticana, principalmente na recomposição. Há algumas considerações que fiz no jogo contra o Inter e não vou fazer de novo, mas pra você se inteirar, leia AQUI o que eu disse sobre a dupla Junior Urso e Rafael Carioca e a organização defensiva.

Voltando ao jogo, o 2º tempo nos reservou as algúrias de mais uma partida de sofrimento. Há momentos em que sofrer pelo Galo é uma condição pela qual cada atleticano tem que se sujeitar. Mas há momentos em que isso é totalmente desnecessário e que premia a incompetência de quem esteve em campo. O 2º tempo pode ser resumido dessa forma: Juventude amplamente superior em praticamente toda a etapa complementar, criando oportunidades, anulando a criação pelo meio do Galo, encaixotando os alas, avançando suas linhas, forçando o erro pela intermediária atleticana, se aproveitando disso e chegando com velocidade nos contragolpes. Era visível a diferença de intensidade e de COMPETITIVIDADE entre as duas equipes. Parecia que a lógica havia se invertido, e a partida havia sido transferida de forma expontânea para o Alfredo Jaconi, estadio do Juventude. Era um ataque intenso, com movimentação, contra um time que se arrastava em campo, não pelo cansaço, mas pela indisposição. Parecia que de um lado, o Galo jogava um amistoso de Pré-temporada e do outro lado, o Juventude jogava a vida em busca do gol que poderia deixar o confronto totalmente aberto e indefinido. Pra completar a "Via Crucis", Carlos César recebe 2 amarelos em menos de 10 minutos e é expulso aos 23 minutos do 2º tempo. A partir daí, era visível a distância entre um time com gana, vontade, que mesmo consciente da diferença de qualidade técnica e do peso de suas limitações, buscou o resultado e entre um time apático, lento, moroso, de marcação frouxa e PÉSSIMA, principalmente na sua recomposição defensiva, sem ímpeto. 

O Juventude foi punido pela sua deficiência técnica, não teve recursos suficientes para conseguir o merecido empate. Já o Galo, ganhou de presente uma vitória do acaso, algo que não se pode se orgulhar. Ao final do jogo, alguns vaiaram, outros se perguntavam, outros simplesmente foram embora. O clima de vitória acabou ficando melancólico. Sorrisos viraram dúvidas e alegrias viraram incertezas. Tudo isso, numa noite que prometia ser de sorte. Acabou virando a noite do esquecimento para alguns, e para entusiastas, um dia apenas para se pensar. Meu caso.


Nota positiva sobre hoje: Mais uma vez, a torcida respondeu ao chamado e lotou o Mineirão com bom público. Posso destacar também o retorno à boa forma de Lucas Pratto, que faz seu 3º GOLAÇO em 3 partidas, anotando 37 tentos em menos de 100 partidas, em 1 ano e meio de Galo. Tem que respeitar quem é diferenciado, cornetas.

Nota negativa sobre hoje: Nenhum detalhe a fazer, que não seja a atuação do time. Disso, vou falar a seguir.



Vamos para o melhor jogador da partida: 


LUCAS PRATTO - GALO
Fonte: Bruno Cantini / Atlético MG

Falar que Lucas Pratto é diferenciado, fora da curva, tem características que poucos centroavantes modernos, ainda que absurdamente qualificados, tem é chover no molhado. O que deixa essa pessoa que vos fala feliz, é que quando mais as críticas infundadas aparecem (aquelas depreciativas, pedindo jogador pra se lesionar porque está mal, logo não vai fazer a menor falta - sim, vários "atleticanos" do Twitter disseram isso) mais Lucas Pratto entra em campo determinado a mudar o panorama. Pratto vem sendo até aqui o melhor jogador do Atlético, analisando as ultimas 3 partidas. Só que me parece mais leve, com mais impulso e velocidade, flutuando com mais facilidade, com mais vontade. A seleção Argentina fez bem ao moço. Que continue assim, Pratto, você não precisa se justificar, só precisa amar o que faz, que é fazer gols. Nós, atleticanos, somos felizardos e orgulhosos por ter você no time, bruxo.



Quem não foi bem:


Eu qualifico seu trabalho como bom. Qualifico seu conjunto da obra como bom. Tirar um time despedaçado, sem ritmo, sem nenhuma amplitude tática, sem organização de um Z4, há exatamente 4 meses atrás e colocar numa disputa de título, é MUITO MAIS MÉRITO do treinador do que da qualidade dos jogadores. O navio mais tecnologicamente avançado do mundo, com materiais de primeira linha não chega a lugar ALGUM sem um bom timoneiro. Por esses aspectos, sigo elogiando o trabalho de Marcelo Oliveira. Mas como nada é perfeito, inclusive as convicções, restam algumas críticas. Premio sua incompetência de hoje muito mais pela insistência em coisas que não estão dando liga do que os resultados. Vencemos, porra! O Galo não foi goleado pelo Juventude em casa. Mas fica o sinal amarelo ligado para alguns aspectos do time, que Marcelo precisa resolver. Por isso, jogo essa responsabilidade á ele.


Concluindo:

O objetivo foi cumprido, massa: vitória em casa, sem sofrer gols. Copa do Brasil, como eu havia dito, é traiçoeira, as vezes o buraco é imensamente maior do que pensamos e só temos noção quando estamos dentro dele. Vamos valorizar a vitória, mesmo que seja magra. O Galo cumpriu seu objetivo, venceu sem sofrer gols. Mas a repetição dos erros não podem ser negligenciadas por ninguem. Seguem a sequência de erros de organização e composição defensiva, seguem os problemas de transição da saída de bola, seguem os problemas de recomposição, lenta, morosa, tediosa. O Galo joga e deixa jogar, mas de uma forma perigosa. Se por acaso se mantiver com essa postura e não houver reavaliação dos erros, a equipe vai ser premiada pela displicência, a exemplo do ano passado. Derrotas dolorosas como aqueles 3x0 do Corinthians no horto, ou os 3x0 do Raja Casablanca no Mundial de 2013 deveriam servir como pauta OBRIGATÓRIA pra todo jogo. Principalmente as comissões técnicas, que deveriam reforçar o que realmente decide as coisas em campo no futebol atual: COMPETITIVIDADE, REGULARIDADE, GANA, VONTADE. Hoje em dia, qualquer time de qualquer divisão pode rivalizar com qualquer gigante, sendo aqui no futebol brasileiro ou até na Europa. Informações e tecnologias pra se obter o feito, não faltam. Se as equipes não extraírem algo mais, vão acabar ficando no glossário do fracasso do futebol. A impressão que fiquei ontem foi essa: Não falta raça, falta INTENSIDADE. Não falta vitória, falta VONTADE DE VENCER. Se o Galo não tratar de buscar isso, se o treinador passar a ser mais severo e corretivo em relação aos erros, principalmente os de consistência defensiva, vamos ver o filme dos 3x0 do Corinthians se repetir novamente. Meu pesar não é perder o título, isso pode acontecer em campeonatos equilibrados, mas sim, o time perder a oportunidade tratando dela como se fosse qualquer coisa. Isso não é qualquer coisa, senhores, é ATLÉTICO MINEIRO.

Mas emfim, disse que ia dar meu prognóstico lá no início. Espero que tenha ficado claro. Bola pra frente, que tem campeonato a frente. 

Próximo compromisso: Ponte Preta, pelo Campeonato Brasileiro, em Campinas, Sábado, as 16:30. Teremos o desfalque de Rafael Carioca pra esse jogo e retorno de Otero. É esperar a sequência do trabalho da semana e torcer no sabadão á tarde.



Fica ai a avaliação do Marcelo Oliveira sobre o jogo:

O time deles é muito organizado, colocaram jogadores de velocidade para tentar contra-ataques e conseguiram alguns. Mas, posteriormente, após a saída do Carlos César, que eu achei até justa, embora eu acho que o juiz se equivocou algumas vezes, por falta de critério, principalmente na parte disciplinar. Aí o jogo ficou tenso, eles têm jogadores velozes, tivemos dificuldades para marcar com as linhas de quatro, com um jogador a menos. E chegamos pouco, com uma chance ali do Pratto, que desperdiçamos. Eles estavam muito descansados, acho que isso fez diferença, porque o último jogo foi muito desgastante.  

Quando não se pode ganhar o jogo por mais gols, pelo menos se tem a vitória dentro de casa. Temos totais condições de ganhar lá, embora seja um outro tipo de jogo, competitivo. A Copa do Brasil é assim, independente da competição que o adversário esteja disputando, dá-se a vida ali dentro, porque é uma oportunidade dos jogadores aparecerem, mudarem de clube. Uma oportunidade do próprio clube, o Juventude tem uma tradição também.  
Intimamente, nós também tínhamos essa expectativa (de construir um resultado mais elástico), e na medida que fizemos o gol cedo, era uma situação propicia para tentar ampliar. Esse foi o discurso do intervalo, para melhorarmos um pouco a parte técnica, porque eles se fecharam bem em duas linhas de quatro. Então ficou difícil, tinha que rodar a bola muito rapidamente. Era importante ter jogadas individuais com Robinho, Cazares, Clayton., para desmanchar essa estrutura defensiva. 



Scouts do jogo:


GALO: Victor, Carlos César, Léo Silva, Erazo (Gabriel), Fábio Santos; Rafael Carioca, Junior Urso; Cazares (Dátolo), Clayton (Patric), Robinho; Lucas Pratto.

Técnico: Marcelo Oliveira

JUVENTUDE: Elias; Neguete (Caprini), Micael, Ruan, Pará; Wanderson, Bruninho; Romarinho (Hugo Almeida), Wallacer, Roberson (Vidal); Caion.

Técnico: Antônio Carlos Zago

Gols: Lucas Pratto (GALO)

Cartões:   Amarelo -->  Rafael Carioca, Carlos César (GALO)

                   Vermelho -->  Carlos César (GALO).




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