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domingo, 2 de outubro de 2016

Pós Jogo - Ponte Preta x Atlético MG: 3 pontos de segurança



Saudações CAMbada, eai, boas novas?

Decidi trazer esse post no domingo eletivo, de forma estratégica pra que vocês tenham um pós jogo mais limpo e mais completo, num dia sem futebol, afinal de contas, dentro de campo ou fora dele, com ou sem ele, todo dia é dia pra se discutir futebol.

Estamos chegando praticamente ao encerramento da 28ª rodada, que será concluída com dois jogos na segunda feira, um que não nos interessa (Coxa x América) e um que nos interessa muito (Santa Cruz x Palmeiras). Lá se vão praticamente 3/4 do campeonato, com muita coisa indefinida, de um extremo até outro da tabela. A partir de agora, faltando 10 jogos para o fim do campeonato, todo jogo deve ser encarado propriamente como uma decisão particular, uma final de libertadores. Estavam ontem em campo, um candidato ao G4, a Ponte Preta, de campanha muito regular em casa, e um candidato ao título, o Galo,, de campanha irregular fora de casa. 

A importância da vitória para ambas as equipes era substancial, mais ainda para o alvinegro de minas, que precisava vencer pra se manter vivo na disputa do certame. O que se observava na teoria, se aplicou na pratica: Duas equipes agressivas, em busca do resultado. A macaca, que habitualmente atua com duas linhas de quatro bem postadas entre a intermediária, decidiu atuar com dois meias, num 4-2-3-1; Já o Galo, que habitualmente joga no 4-2-3-1, decidiu apostar na velocidade dos seus pontas e no apoio muito qualificado pela esquerda, no 4-3-3, alternando em 4-5-1 no momento defensivo, com os dois pontas, no caso, Otero e Clayton, recompondo com velocidade essa linha de 5 homens fixa no meio campo. Tenho considerações do sistema defensivo a fazer, mas isso vou deixar para o final.

O jogo começou truncado, disputado na faixa de meio campo, mas com a Ponte Preta levemente superior, criando chances e chegando com volume ao gol atleticano. A pressão inicial durou pouco, tão logo que o Galo conseguiu se organizar um pouco melhor em campo, compactando mais as suas linhas. A Ponte continuou tentando imprimir seu ritmo, tentando propor seu jogo até os 13 minutos, mas o Galo passou a ter mais posse, porém, contava com uma tarde infeliz de nosso menino de ouro Cazares, que se deu ao luxo de errar tudo o que não costuma errar, muito deslocado á ponta direita, flutuando pouco pela linha de meias, chamando pouco a responsabilidade. Além desse fato, o Galo encontrava serias dificuldades na transição pelo meio, era um time que verticalizava demais as jogadas pelos lados, aonde a Ponte concentrou sua marcação, facilitando a vida da macaca. O Galo pouco aproveitou os espaços cedidos pela Ponte Preta pelo meio, chegando muito pouco á areá adversária e trabalhando muito pouco a posse de bola, facilitando ainda mais a vida da Ponte, que ganhava confiança apesar do equilíbrio da partida. Esse equilíbrio ruiu aos 16 minutos da 1ª etapa com uma triangulação maravilhosa entre Otero, Clayton e Fábio Santos, com Fábio fazendo um cruzamento maravilhoso, daqueles que você faria com a mão, para a chegada de Junior Urso, penetrando muito bem na defesa da macaca e batendo de primeira, de "voleio", fazendo um golaço (pra mim, um dos 5 gols mais bonitos do campeonato até aqui) e abrindo o placar: 1x0 Galo. 

O Gol trouxe tranquilidade ao Galo e, em contrapartida, tirou a Macaca dos eixos. O Galo passou a ter domínio de posse e aumentar o volume, diminuindo o ímpeto da Ponte, mas improdutivo no setor de meio campo. Aos 37 minutos, veio o segundo gol, num passe espetacular do General Donizete, atravessando de 3 dedos da esquerda para o meio, encontrando Clayton (sejamos francos, em posição IRREGULAR), que bateu no canto do goleiro Aranha, aumentando a vantagem do Galo na partida: 2x0. Placar merecido pela fidelidade á proposta e pela imposição do jogo atleticano no Moisés Lucarelli. O Galo era melhor em campo, e a partir do 2º gol, a Ponte Preta se perdeu na partida, passou a afrouxar sua marcação, a abrir demais suas linhas compactadas no setor de intermediária e deu espaço ao Galo, que poderia ter ampliado ainda mais a vantagem. Vacilo da defesa ponte-pretana, a bola sobra para Cazares, EM POSIÇÃO LEGAL, que ainda se deu ao luxo de driblar o goleiro aranha e... PERDEU... bateu mascado e perdeu o gol vazio. Segundo os analistas do Inacreditável F.C, 9,5 graus na escala Deivid de gols inacreditavelmente perdidos. Esse gol perdido acabou premiando a atuação ruim do nosso menino Cazares, que aliás, não voltou bem da contusão. Creio que além do ritmo, precisa-se de um pouco mais de confiança, que certamente ele vai adquirir com a sequencia do campeonato. O gol perdido curiosamente deu mais confiança a Ponte, que passou a povoar mais o campo defensivo do Galo, que dessa vez, comandado pelo nosso General, o 1º volante de CONTENÇÃO, o "cabeça de área" para os mais romancistas do futebol, estava mais organizada, mais bem postada, com recomposição mais veloz no momento defensivo, pois Leandro Donizete passou a atuar mais fixo na primeira linha, como uma espécie de líbero, dando fluidez a defesa e organizando a saída de bola, impedindo que a Ponte "gostasse do jogo", decretando a vitória parcial do Galo.

No intervalo, nas redes sociais e nos bares, o temor da torcida pelo apagão atleticano no retorno para a 2ª etapa. Na volta para a 2ª etapa, o time estava de fato concentrado, diferentemente do que havia acontecido nos últimos 5 jogos, em que a equipe fazia o resultado parcial e se desconcentrava no 2º tempo, dando espaço, posse e amplitude ao adversário. Mas a Ponte de fato voltou melhor, agredindo mais o Galo, tentando repetir a pressão inicial do 1º tempo, avançando novamente suas linhas de marcação, tentando travar as subidas dos laterais e as puxadas de contragolpe atleticano. A estratégia vinha dando certo, mas o nosso Coach Marcelo Oliveira vem mostrando que está evoluindo no quesito "visão de jogo" e alterou bem as peças do Galo, tirando Clayton e colocando o Mago Maicosuel, com o objetivo de devolver ao Galo a intensidade que não teve durante grande parte do jogo, flutuando pelo setor ofensivo e organizando o jogo do Galo pelo meio, dando um pouco mais de liberdade á Cazares, que poderia trabalhar mais pelo meio, melhorando esse ponto que até então era negativo para o Galo. Apesar da alteração ter surtido efeito, a Ponte continuava melhor, mais aguda e criando mais chances, obrigando Marcelo Oliveira á sacar Cazares, que continuava improdutivo em campo, para a entrada de Robinho, para tentar fazer o que se buscava desde o começo do 2º tempo: Tirar a velocidade do jogo da Ponte, cadenciar mais, reter mais a posse e passar a ditar o ritmo. Porém, a estratégia com Robinho não surtiu efeito, tão logo que a Ponte chegou ao seu 1º gol, num lançamento pela esquerda de Wellington Paulista, que acabou encontrando Roger, entre os zagueiro, que teve apenas o trabalho de empurrar pra rede e diminuir a vantagem do Galo: 2x1. 

A partir desse momento, retornamos como todo bom atleticano ao dilema do drama, pois aquilo que parecia em certos momentos estar sob controle passou a ganhar contornos dramáticos. Poderia se esperar de tudo até ali, mas diferentemente de outras partidas, em que o setor defensivo, principalmente em suas linhas de marcação deixou muito a desejar, acabou se tornando o triunfo do Galo para a vitória, passando a compactar mais e tirar espaços do setor ofensivo da Ponte, que a partir do gol, não incomodou mais, segurando a vitória e nos dando os primeiros 3 pontos de visitantes do 2º turno do campeonato. Hoje, o drama teve seu final feliz.


Nota positiva sobre hoje: Na visão deste que vos fala, hoje ficou comprovado que podemos contar com a força do elenco, principalmente visando confrontos como da próxima quarta, contra o Corinthians, em que teremos 6 desfalques certos. Na falta ou na oportunidade de se poupar alguns titulares, seja por análise fisiológica de Creatininoquinase sérica (do sangue) ou outros fatores físicos, os que estão no banco correspondem com imensa qualidade. Não temos o melhor elenco do Brasil, mas temos um grande elenco.

Nota negativa sobre hoje: Suspensão de Junior Urso pelo 3º cartão amarelo recebido ontem, aumentando a lista para 6 desfalques, sendo eles: Otero (Seleção Venezuelana), Pratto (Seleção Argentina), Rafael Carioca (Seleção Brasileira), Cazares e Erazo (Seleção Equatoriana), além de Junior Urso (suspenso). Coincidência ou não, nosso adversário é o Corinthians em Itaquera, mas sobre isso eu vou fazer um adendo mais a frente.



Vamos para o melhor jogador da partida:



FABIO SANTOS - GALO
Fonte: Bruno Cantini / Atlético MG

Sempre achei Fábio Santos um puta jogador. Não teve um começo de carreira glorioso, mas depois da passagem dele pelo Corinthians, nas mãos de Tite, melhorou absurdamente seu futebol, passando a ser um dos melhores, senão o melhor lateral esquerdo em atividade o futebol. No Galo, desde que chegou, assumiu a titularidade com muita propriedade e proficiência. Eu avisei quando esse homem veio, que se chegasse, iria assumir a titularidade pra não sair mais. Dito e feito. Fábio Santos É DE FATO o melhor lateral esquerdo do campeonato brasileiro, do futebol brasileiro e vou até mais além: Ao lado de Gabriel Jesus, Robinho, Willian Arão, Copete, é um dos melhores jogadores DO CAMPEONATO BRASILEIRO. Pena que os laterais não são tão valorizados assim, afinal de contas, quem ganha os louros são os atacantes, mas se tem alguém merecendo a bola de ouro, esse alguém é Fábio Santos. Além da excelente consciência tática, da noção espetacular de linha defensiva, chega como poucos laterais que já vi jogar á linha de fundo, faz triangulações, se apresenta ao jogo, recompõe com velocidade. Pra mim, a 2ª melhor contratação da temporada. Até maior do que Fred. Robinho vem primeiro. Esse "prêmio" é seu Fábio, e a próxima camisa do Galo que comprar, vou comprar com teu número. 



Quem não foi bem:


Nosso Messi Negro, nosso diamante, Edson Arantes Cazares do Nascimento não foi bem hoje. Aliás, não vem bem desde que voltou da contusão. Não vou criticá-lo, monstro, eu vou exaltá-lo e esperar para que você atue na seleção equatoriana, ganhando mais ritmo e voltando mais leve para essa reta final. Perder gol, todos perdem, atuar mal, todos atuam. Todo mundo tem seu dia de Pelé e seu dia de Macalé. Assim como eu, 80% da massa, tirando os odiosos corneteiros profissionais, apoiamos e acreditamos em seu futebol. Boa viagem e volte bem do Equador.



Concluindo:


Vou começar a análise final fazendo diferente do que normalmente faço, que é discursar e vou pontuar algumas coisas:

1- Está comprovado experimentalmente, em campo, que o Atlético Mineiro NÃO PODE atuar sem um volante de contenção, sem um homem para fazer a organização da linha defensiva, principalmente na recomposição, ou até mesmo na sobra, no momento ofensivo. Leandro Donizete está para esse time, assim como Marília está para Dirceu (quem já leu o conto, sabe do que estou falando): Inseparáveis. 

2- Ontem, em determinados pontos, o Galo chegou à aquilo que seria sua formatação tática ideal: 2 meias, um de organização, centralizando mais a posse e distribuindo o jogo, outro, de flutuação pelo setor ofensivo, articulando as jogadas ofensivas. Além disso, 2 pontas abertos, fazendo corredor e invertendo posição á todo instante. Pra mim, jogaria esse losango até o final do campeonato: Cazares - Maicosuel - Otero - Clayton.

3- A mudança de postura também foi notável, tendo em vista que, a exemplo de outras partidas em que a equipe demonstrou muito pouco ímpeto. Dessa vez, vimos um Galo com mais vontade. Time que deseja conquistar campeonato de pontos corridos não pode depender essencialmente da sua técnica. Só ela não lhe credencia á volta olímpica no dia 4 de dezembro, tem que ter sempre um "algo mais".

4- Se joga o Urso, não joga o Carioca e vice e versa; Se joga Pratto, não joga Fred e vice e versa. Espero que tenha ficado mais claro.


Uma grande vitória de um time que me parece que quer chegar, somando ao fato de nossos rivais diretos (alguns deles) não terem tido boa sorte. Um fato que vinha me chamando a atenção é de que alguns atleticanos, após o jogo de quarta simplesmente jogaram pra cima o desejo de ser campeão. Não se faz uma análise de uma temporada por uma partida, ou de um campeonato por uma partida, se faz pelo conjunto da obra. Ao contrário de alguns infelizes e de algumas marias encubadas (desculpa a expressão), que tentam o tempo inteiro desqualificar o ÓTIMO TRABALHO de Marcelo Oliveira, que nos tirou das sombras do Z4, colocando o Galo na disputa pelo título, com um time com formatação tática, variações em campo, entrosado, com bons trabalhos ofensivos e organizado em campo. Lógico que temos defeitos como todos os times, cometemos erros como todos, nosso departamento médico sofre como todos os outros. Não quer dizer que pelo fato de nosso DM ter tido um 2016 cheio, não elimina o fato dos outros times terem problemas com DM. Basta que você, que vem cornetando sem parcimônia, analise e procure notícias dos times que estão no campeonato e o que eles vem sofrendo de lesões até aqui. Só vou citar 1: Palmeiras, o Líder do campeonato, também vem sofrendo com problema de lesões e não vejo nenhum palmeirense criando crise por conta disso. 

Portanto, vamos ser mais justos com as críticas. O poder da opinião é tão grande e impactante quanto uma fissão nuclear do Urânio 235, mas assim como um bom físico nuclear ou químico nuclear precisa de parcimônia pra controlar todo o processo, NÓS TORCEDORES precisamos de consciência na hora de fazer uma crítica, pois se ela tiver efeito negativo, de nada vai ser benéfica, nem pra você, nem pra mim, nem pro clube. Ok, desabafo feito kkkkkkk.

Próxima parada: 29ª rodada, dia 05/10, Corinthians, na Arena Corinthians, as 21:45. Grande jogo e muita coisa em jogo. 



Eu sou fã demais desse moço, joga muita bola esse menino Fábio Santos, diga lá, craque:


"Continuamos na briga, enquanto puder vamos acreditar. É complicado jogar aqui, poderíamos ter matado o jogo, mas fizemos um jogo consistente."




Scouts do jogo:


GALO: Victor, Carlos César, Léo Silva, Gabriel, Fábio Santos; Leandro Donizete, Junior Urso; Cazares (Robinho), Clayton (Maicosuel), Otero (Hyuri); Lucas Pratto.

Técnico: Marcelo Oliveira

PONTE PRETA: Aranha; Jefferson, Antônio Carlos, Fábio Ferreira, Breno Lopes; João Vitor (Wellington Paulista), Wendell (Matheus Jesus); Thiago Galhardo, Ravanelli (Zé Roberto), Felipe Azevedo; Roger.

Técnico: Eduardo Baptista

Gols: Junior Urso, Clayton (GALO); Roger (PONTE PRETA)

Cartões:   Amarelo -->  Junior Urso, Otero (GALO); Wendell, João Vitor (PONTE PRETA)

                      Vermelho -->  Nenhum



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