Não foi contra o Fluminense que caímos. Nem durante estas 38 rodadas. Esses acontecimentos foram apenas consequência. Caímos em janeiro de 2015, quando a gestão do "O campeão voltou" assumiu. Se não vejamos. O presidente eleito iniciou sua campanha lá em 2014 dizendo estar acertado com Tite.
Após vencer o pleito, viu seu sonho de consumo acertando com o Corinthians. Negou vários treinadores de ponta, inclusive magoando alguns com palavras infelizes e se contradizendo em outras declarações mais infelizes ainda. Acabou contratando um treinador estrangeiro, que para quem não lembra, havia sido negado pelo mesmo durante uma de suas infelizes entrevistas.
O treinador caiu no gosto da torcida. Afinal, era um treinador moderno, que entendia a grandeza do Inter, porém sem respaldo desde que chegou, não durou. É correto afirmar que a preparação física de Diego Aguirre deixava a desejar, mas demiti-lo três dias antes de um clássico e alegando fato novo, foi o fim, aliás, o começo de um fim. Os 5 x 0 foram pouco mesmo.
Sem técnico, o presidente começou a ouvir não, o primeiro foi Mano Menezes, que claramente com razão deu não a Píffero. Afinal, se o mesmo acha que Mano não tinha perfil para o time, por que queria contratá-lo depois? Veio Argel. E com ele vimos o Inter virar um Figueirense da vida.
Graças ao bom time deixado em 2014, conseguimos nos recuperar em 2015 mais por talento individual de jogadores como Vitinho, que deve ter ganho mais de cinco jogos com seus gols decisivos, do que por qualidade.
Começa 2016 e com Argel mantido no cargo, ele acaba sendo encarregado de fazer a montagem do time do Inter. Jogadores que eram refugos de Bahia, Ponte Preta, Joinville, Figueirense e etc, viraram "reforços para o Inter". Incrível! E o pior, caímos na doce ilusão do hexa ou "a vigésima" para quem preferir. Aliás, outra contradição, já que a gestão ignorava tanto as conquistas da gestão passada, mas para criar o marketing da "vigésima" as mesmas passaram a valer.
Vale lembrar também que mesmo com estes refugos, o Inter tinha uma referência, um capitão, um meia de qualidade e um motivador, caso algo desse errado. Disse bem, tinha. Pois a diretoria com o discurso de renovar emprestou o ídolo, D'Alessandro. Sim, EMPRESTOU. Você não leu errado. E o pior, demorou meio ano para repor com o discurso que para o Gauchão, o time que estava jogando servia. Esqueceu que precisaríamos entrosá-lo juntamente com a equipe, para a disputa do Brasileirão.
Ganhamos o "hexa" muito mais pela fragilidade dos rivais do que por nossa qualidade, e começamos bem o Brasileiro, com o tal "pézinho no chão" que acabou sendo esquecido antes do clássico, no qual o treinador teve a infelicidade de dizer que passaríamos o trator em cima do rival, não deu outra, perdemos em casa e aquilo tudo se virou contra nós.
Empilhamos derrotas. Demitiu-se treinador, vice de futebol. O presidente que mal cuidava do seu cargo, decidiu se multiplicar e virar diretor de futebol. Novamente tomamos um não de Mano Menezes, podíamos até pedir música no fantástico. No fim, contratamos Falcão, que nunca deu certo quando resolveu ser técnico, mas a direção viu nele a solução, não sei para que, mas viu.
Foto: Ricardo Duarte/ Internacional |
Bastou cinco jogos, dois empates com ajuda de arbitragem, que o ídolo foi demitido. Sem ter para onde correr o presidente chamou a Swat, ou o que era para ser uma. Carvalho, Ibsen, Chumbinho e Roth assumiram o clube. Seijas, Nico Lopez e Ariel chegaram. Dois jogadores de qualidade e um mediano. Adivinhem quem ficou no banco e quem recebeu chances? Sim, o mediano chegou a ser titular, enquanto os mais qualificados as vezes nem banco pegavam.
Conseguimos bons resultados. Chegamos as semi da Copa do Brasil. Sim, vou falar de Copa do Brasil. Aquela competição que mostrou que não aprendemos NADA com o Mazembe em 2010. Walter, mas por que falar do Mazembe? Simples, em 2010 abrimos mão do Brasileirão para "focar" no tal Mundial, poupamos todo mundo e o que aconteceu? Fiasco!
Esta Copa do Brasil, que estava legal para ganharmos, abrimos mão. Com o discurso que o foco era a primeira divisão. Resultado: Perdemos a Copa, vimos nosso rival ganhar ela, e em seguida fomos rebaixados. Será que o Inter vai aprender novamente um dia que se deve entrar pra ganhar todas? Ganhamos tudo de 2006 a 2010 por isso. Será que esquecemos?
Enfim gente, fechando 2016 da pior fase, faltando três rodadas para o fim, demitimos o Roth, e trouxemos o Lisca, que se mostrou competente e corajoso. Botou o time pra cima, porém, infelizmente, o time já estava abatido e totalmente sem padrão de jogo. Nada pode ser feito e ontem após mais um jogo horrível e um empate, fomos rebaixados. Portanto colorados, com tudo isso, concluo que este rebaixamento começou em 2015, essas 38 rodadas, as 14 sem ganhar, enfim, tudo foi só consequência desta sucessão de erros.
A nova era
Foto: Ricardo Duarte/ Internacional |
Neste sábado, 10 de dezembro, o candidato de oposição, Marcelo Medeiros foi eleito novo presidente do Internacional para o biênio de 2017/2018. Com 94,7% derrotou o oponente Pedro Affatato, que convenhamos, nem devia ter se candidatado. Aí já vemos que nem a fatalidade que o clube se encontra foi capaz de diminuir a vaidade dos membros desta administração.
O trabalho de Marcelo Medeiros já começou. Afinal, nem deveria ser diferente. O técnico Antônio Carlos Zago e o diretor executivo de futebol Jorge Macedo foram anunciados hoje. Ambos com contrato até o fim de 2017 terão a incumbência de montar um time e promover uma reformulação afim de devolver o Inter para a elite máxima do futebol brasileiro. A apresentação da dupla deve ocorrer nesta terça-feira, 13 de dezembro, às 10h30 no Beira-Rio.
Foto: Divulgação Juventude |
Eu particularmente gostei do técnico escolhido. Acredito que para um período de renovação, um profissional com ideias novas, modernas e vontade de vencer é sempre bem vindo. Só para constar: Zago assumiu o Juventude em agosto do ano passado. Por pouco não subiu o rival da Serra em 2015 mesmo. Em 2016, foi vice campeão gaúcho, foi até as quartas de final da Copa do Brasil, eliminando o grande São Paulo e conseguiu o tão sonhado acesso à Série B.
As amostras dele são boas. Veremos agora na prática em 2017. Eu estarei na torcida, irei a jogos e tudo mais. Rebaixados sim, mas abandonar jamais. E conto com vocês massa colorada. Assim como levamos nosso amado Colorado a grandes conquistas, o recolocaremos de volta na elite. Essas pessoas que deixarão o poder no final do mês não representam o Inter, eles passam, mas nós e o clube ficamos. Vamos, Inter!
Walter de Souza
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