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segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Do maior campeão, ao eterno campeão.

E depois de 22 anos conseguimos comemorar mais um título brasileiro. É muito tempo para um time com tanta tradição e história no futebol mundial. Nesses longos 22 anos sem o título brasileiro, ninguém teve a competência de assumir o posto de maior campeão do Brasil. Fico imaginando se nesse tempo todo tivéssemos pelo menos uns 2 ou 3 Paulos Nobres na nossa vida. Se não tivéssemos tantos incompetentes no comando do verdão esse tempo todo, imaginem o que seria dos nosso adversários. Mas finalmente o título chegou, uma campanha quase irretocável, uma rodada antes do final, com a casa cheia. Uma festa maravilhosa, tão esperada pelos torcedores. Uma semana que sofria para passar, dias de 24h duravam 30h, noites acordando no meio da madrugada, torcendo para que o tão esperado dia chagasse logo, e chegou.

Domingo, Allianz Parque lotado, festa preparada, ruas lotadas só esperando o apito final. Um jogo tranquilo, contra uma Chapecoense que estava com a cabeça na final Sulamericana na semana seguinte, mas mesmo assim fizeram valer sua viagem para São Paulo, jogando sério, tomando cuidado para não perder a cabeça e tomar muitos gols, dominamos o jogo todo, mas só marcamos 1 gol, o suficiente para dar ainda mais tranquilidade ao time. O apito final veio, e a torcida finalmente pode soltar o grito de campeão brasileiro. E como gritamos, como vibramos. As ruas foram tomadas, eram jovens, crianças, todas as idades e um grito só. 

A avenida Paulista foi o palco principal da festa aqui em São Paulo. Para a festa do título, a diretoria do clube alugou um trio elétrico que esperava os jogadores para continuar a festa, que foi madrugada a dentro. A segunda-feira foi de alegria e desfile de torcedores, orgulhosos com suas camisas pelas ruas das cidades. O sorriso de vitorioso, orgulhoso, campeão, estava estampado em todos os palmeirenses. Que segunda maravilhosa. Podíamos comemorar o fim de uma longa fila, e assim fizemos. Era mais do que merecido. A semana prometia, era aquela semana pra tirar o atraso, sair a forra e curtir com a cara dos rivais. Mas não imaginávamos que uma tragédia aconteceria, e faria um mundo todo se comover, se abater e sofrer junto das famílias dos jogadores. Que acidente horrível. Não era mais possível pensar, muito menos comemorar alguma coisa, sentimos como se nós tivéssemos perdido um parente ou uma pessoa próxima. Não era possível acreditar que aqueles jogadores, que poucos dias atrás, estavam com a gente no dia mais importante desses 22 anos, sendo derrotados para nós comemorarmos um título. Não era possível imaginar que aqueles jogadores que vimos no gramado, correndo, dividindo, sendo leais, estavam mortos. 

Eu, Claudio, me coloquei no lugar de praticamente todos os jogadores, que ali no Allianz, viram um time ser campeão e comemorando o título com a sua torcida, se imaginando em poucas semanas estar fazendo a mesma coisa com a sua torcida, na sua casa, ao lado dos seus familiares. Tenho certeza que essa imagem passou pela cabeça dos jogadores da Chapecoense, que ao final do jogo ficaram acompanhando pelos monitores a festa dos jogadores em campo, tenho certeza que se abraçaram e falaram: "Mais duas semanas e seremos nós". E mesmo derrotados saíram felizes por poderem presenciar uma festa tão bonita. Por se sentirem orgulhosos da batalha tão feroz que esse time tinha enfrentado para estar na final da copa Sulamericana. 

Aquele momento no Allianz Parque foi de realização, e também de sonho, que para os jogadores seria realizado em poucos dias. Mas Deus, ou o destino, não quis assim, ele preferiu nos surpreender e levar todos embora, sem mais nem menos. Tirou das famílias mais do que a esperança em um título, que até poderia não acontecer, mas tirou das famílias a esperança de ver seus familiares retornando para suas casas, porque mesmo derrotados, receberiam o carinho e o apoio deles. Dor maior do que essa eles jamais terão.

Mas em meio a essa tragédia, que comoveu o mundo, onde vários clubes fizeram homenagens aos jogadores mortos e seus familiares, tivemos um motivo para reflexão,para pensar que o mundo ainda tem esperança, ainda existem pessoas com alma e coração puro, onde nada é mais importante do que o próximo, mesmo quando ele está a muitos quilômetros de distância. 

O que falar dos COLOMBIANOS? Hoje eu só tenho agradecimentos, respeito, orgulho e amor por essas pessoas. O que eles fizeram em tão pouco tempo para amparar, demostrar carinho e respeito pelos familiares dos mortos foi ESPETACULAR. Jamais imaginei presenciar tamanho carinho, dedicação e respeito em uma situação dessas, pessoas que eles não conheciam, que não faziam parte das suas famílias. E aí veio a diferença, nos trataram como um deles, nos abraçaram sem estarmos lá, nos acariciaram sem estarmos lá, nos encheram de orgulho como se estivéssemos lá. O adversário da Chape, o Atlético Nacional, teve um atitude nobre de imediato solicitou a Conmembol que o título fosse dado ao time brasileiro. Não só por ter acontecido essa tragédia, mas também por reconhecer toda a trajetória desse time que, de degrau em degrau, estava alcançando seu sonho, vencendo no campo seus adversários, e que tinha condições de vencer o Atlético Nacional, e já entrava para a história.

Os COLOMBIANOS se mobilizaram em apenas 72hs, e fizeram a homenagem mais linda que já presenciei, uma cerimônia simples, mas feita com o coração, palavras perfeitamente colocadas. E o povo COLOMBIANO, nos emocionou cantando bem alto o grito de guerra da torcida da Chapecoense. Que momento emocionante, eu que já estava emocionado fui as lágrimas. Ganhei um país, uma cidade, um povo. Eles terão sempre o meu respeito, serei eternamente grato por esse carinho. Levaremos para sempre esses momentos como um dos mais marcantes em nossas vidas, e levaremos também mais dois times no nosso coração... 

VAMO VAMO CHAPEEEEEEEEEE.... 
VAMO VAMO ATLÉTICOOOOOOOOO.

Parabéns Palmeiras, o maior campeão nacional
Parabéns Chapecoense, campeão Sulamericano eterno
Parabéns Atlético Nacional, campeão do coração de todos nós


Forte abraço
Claudio Ricci

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