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quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Obrigado Gabriel Jesus! (Parte 1)


A sensação é estranha. O Palmeiras campeão brasileiro depois de vinte e dois anos. A sensação é estranha. Não porque é campeão, longe disso. Por isso, a felicidade é imensa. No próximo domingo, o jogo de festa, da entrega da faixa, ou pelo menos deveria ser assim. Não há clima para festa ainda, não depois de tudo que aconteceu no acidente com a Chapecoense e amigos da imprensa. 

Mas teremos a última rodada do campeonato brasileiro, campeonato que já tem dono. O Palmeiras campeão por mérito e competência. Falar da eficiência da equipe que mais vezes venceu o maior campeonato do país é chover no molhado. Teremos ainda um último jogo contra o Vitória da Bahia, jogo que, para eles é de extrema importância, para o Palmeiras também, mas não pelo resultado em si, mas para algumas despedidas e medições para o próximo ano. 
Será um Palmeiras complemente diferente daquele que bateu a Chapecoense no último dia 27. Um time cheio de reservas, com alguns jogadores que não tiveram tantas chances ao longo da temporada. Muitos dos titulares já estão em período de férias e o planejamento para 2017 começa a ser colocado em prática já nesta partida. 

Além da emoção por conta da Chapecoense, teremos nós palmeirenses mais alguns motivos para nos emocionar. Para os que estavam no Allianz Parque no último dia vinte e sete, viram pela última vez, o menino Gabriel Jesus vestindo o verde e branco de Palestra Itália. Havia a expectativa de que o jogador ainda entrasse em campo contra os baianos, mas por um acordo com os ingleses do Manchester City, novo clube do jogador, o bom senso prevaleceu e ele não irá para partida, já está liberado. 

E pensar que Gabriel Jesus há três anos e meio ainda atuava nas partidas de várzea em São Paulo. Ele não tem dois anos completos no futebol profissional e já foi vice-campeão paulista, campeão da Copa do Brasil, campeão brasileiro, artilheiro da “nova seleção brasileira”, o jogador mais caro da história do clube e por aí vai. Só para uma comparação rápida, Zé Roberto, o vovô Zé que tem 42 anos e quase 30 de carreira, só conseguiu tais títulos agora. Gabriel Jesus além da aura de campeão, tem carisma, tem futebol de ponta e tem acima de tudo humildade. Tem tudo para ser um dos grandes do futebol daqui para a frente. Foi para o melhor clube, com o melhor treinador possível. 

Aqui, fica o meu agradecimento por todos os momentos de glória que nos proporcionou. Não só pelas taças que fique bem claro. Glória, para mim, que amo este clube, é ver que mesmo negociado, mesmo com todo o sucesso, você Jesus, não desistiu de nenhuma dividida, “suou sangue” e encarou todos os desafios como um jogador gigante que demonstrou ser. Obrigado Jesus. 
Outro motivo para o palmeirense se emocionar é a despedida do técnico Cuca. Depois de cumprir a sua promessa, lá em março, quando depois de um início horrível, cravou que seríamos campeões, e fomos. Cuca deixa o comando técnico do clube por motivos pessoais e familiares. Muita gente não entende, mas não há discussão quando o assunto é família, e, mesmo não entendendo a saída precisamos respeitá-la. Com o acidente da Chapecoense, muita gente, e eu me incluo nessa, paramos para pensar um pouco mais sobre as coisas que realmente fazem sentido nas nossas vidas, e, sem dúvida nenhuma, a família é a principal delas. 

Cuca sai, e Eduardo Batista é a bola da vez para vir comandar o clube com a melhor estrutura do futebol nacional atualmente, e o clube que terá certamente a maior receita e consequentemente terá o maior desafio na montagem do elenco para o ano de 2017. 

A continuidade com Alexandre Mattos (que já tem a proposta para mais dois anos de trabalho em mãos, é bem provável que o anúncio seja feito na sexta-feira) fará toda a diferença para o sucesso da próxima temporada. Outra saída importante é do atual presidente Paulo Nobre, que, mesmo não sendo unanimidade entre os torcedores, ou parte deles. Sai para a entrada de Galiotte que sempre foi o homem forte da gestão Nobre. Pouca coisa deve mudar, mas com certeza mudará. Galiotte é mais político do que o seu antecessor, costuma ouvir mais e é tão influente que não teve resistência nem mesmo da oposição no clube que sempre foi problema. 

Os que vão, certamente deixarão saudade, mas me preocupo com os que vão chegar. Neste momento há muita especulação e é preciso tomar muito cuidado com as “certezas” que começamos a acompanhar na imprensa. De Gustavo Scarpa à Lucas Pratto, todos, segundo a imprensa estão bem encaminhados. Mas, prefiro comemorar depois que o contrato estiver assinado e a nota esteja publicada no site oficial do Palmeiras. 

O que fica claro é que mesmo sem Cuca, sem Jesus e sem Nobre, o Palmeiras estará figurando entre os maiores do país e candidato a todos os títulos da próxima temporada. Espero que confirmemos isso em campo. 

P.S. Em tempo, parabéns ao Grêmio pela conquista da Copa do Brasil. 
Equipe Palmeiras: Twitter
por Bruno Massa

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