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sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Qual o futuro do Mundial De Endurance?

Tomei a pachorra de abordar um tema que a cada dia mais se mostra uma incógnita: O futuro do Mundial De Endurance - Word Endurance Championship (WEC). Após ter em 2016 16 carros em sua classe principal (LMP1) durante as 24 horas de Le Mans, a categoria viu o número minguar para seis, sendo apenas cinco carros de fábrica. Por consequência, antes vista com bons olhos, a categoria teve retirada de montadoras: AUDI, Nissan e recenemente a Porsche.
Falando nela, a atual tri campeã do WEC e 19 vezes campeã de Le Mans, fez como sua co-irmã Audi - ambas do grupo Volkswagen -, abdica de seu projeto com motor híbrido, e migra para a Fórmula-E. Audi, BMW, e Mercedes também fizeram/farão isso. Mas decidiram isso depois do escândalo 'Dieselgate', e entraram na linha por causa do acordo com o o governo alemão, que a partir de 2030 extinguirá carros movidos a combustão. Tendência, é que a Toyota abdique da LMP1 e migre também para a F-E. Pois calharia a ela ficar investindo para competir em uma classe com apenas ela mesma competindo? Ela teria paciência de esperar até 2020 em um novo regulamento, e torcer pela entrada de uma ou duas montadoras na classe? Acho pouquíssimo provável.

Sendo assim, o WEC sobreviverá sem a classe LMP1, caso ninguém se interesse em competir por ela? Eu creio que a resposa é sim. Pois as classes LMP2, LMGTE PRO, LMGTE AM, tem níveis altos de competitividade aliados a grandes pilotos e suportes financeiros, mesmo em uma categoria de alto custo e
constantes mudanças no regulamento. Tais fatores de instabilidade tem dois culpados:  a FIA e a ACO. Os franceses tanto de Le Mans quanto na Place de la Concorde têm que reconhecer seus erros e buscar alternativas para tornar o WEC e as 24 Horas atrativas. Sei que 2018 é impossível, mas, porque não estender a mão ao regulamento DPi da IMSA – este sim, um tiro certeiro que vem atraindo fabricantes – para tornar a disputa em Sarthe viável? A questão de bufunfa para investir é no momento, algo que desfavorece. Mas a partir do momento que se pode seduzir uma Penske, uma Joest Racing, Cadillac e outras a competirem na França, quem negará? Basta se reinventar, se reorganizar e adequar-se com uma realidade mais sensata.

Maior exemplo é a Nascar, que é uma liga independente, sem que qualquer federação enfie o bedelho em seus assuntos, e que mesmo assim teve que reinventar para atrair novamente público e patrocinadores. Modificou seu regulamento desportivo, seu nome na categoria principal
passou a ser Monster Energy, e tenta atrair cada vez mais os jovens para ela. Energéticos para moçada aliados ao esporte e entreterimento com maior competitividade. Aos poucos o resultado planejado aparecerá. Há pontencial para isso. E se a NASCAR pode fazer, porque o WEC não pode? Vejam o efeito que causou a participação de Fernando Alonso para a Indycar, para a Fórmula 1 e para a própria imagem do piloto. Sucesso, retorno e marcas evidenciadas.

Cabe lembrar uma questão ambiental, que pode também interferir não apenas no futuro do WEC, mas sim do automobilismo mundial: A premissa de “emissão zero”. Ela passa por uma situação muito mais grave do que se imagina. Pois a extração do lítio, metal que alimenta as baterias dos veículos elétricos, é tão nociva ao ecossistema do que qualquer areia petrolífera. É
As baterias não têm vida longa, e não se sabem como as  descarem Alguém pensou em soluções? Eu não as vi.

Outra Iniciativa que chama a atenção, e mostra que o WEC pode e deve se reinventar, é a forma como a APE (Associação de Pilotos de Endurance) que organiza e projeta uma categoria com futuro promissor, e que ajuda o nosso enfraquecido automobilismo brasileiro, na questão estrutural. O Campeonato Brasileiro de Endurance/ Dopamina Endurance Series, que ninguém queria organizar, está sob a tutela da APE (Associação de Pilotos De Endurance), e que nas últimas provas teve em média, cerca de 40 carros alinhados por etala. A solução foi aplicar no certâme, o mesmo regulamento do Regional Gaúcho, o melhor do país. Com vontade, desprendimento e egos humildes, se pode fazer algo bacana.

O futuro a Deus pertence. Mas o laboro requer ser revisto. O final dos tempos um dia virá, mas ele está longe de ser visto no WEC.











Foto: Fórmula Sport/Reprodução














por: Leonardo Bueno

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