É senso comum hoje, no meio do futebol, que o jogo que o Grêmio vem apresentando nos últimos anos, é um dos melhores do continente, devido muito a sua filosofia de jogo, implantada por Roger Machado, e aperfeiçoada por Renato.
4-2-3-1, saídas rápidas, toques curtos, posse da bola, contra-ataques letais, e uma solidez defensiva inquestionável. Esse é o DNA de um time histórico, empilhador de títulos, que nos últimos anos é referência, tanto pela beleza de seu jogo, quanto pela veia ganhadora.
Já em 2019, o estelar Grêmio, vem enfrentando um ano turbulento, muito devido ao que outrora era motivo de orgulho de sua gente, o estilo de jogo. Inconsistência, apatia, passividade, confusão, tem definindo o atual momento. Por mais que sejam 36 gols marcados, e apenas 4 sofridos nessa temporada, nos momentos de decisão, onde sempre teve grande poder de reação, o tricolor foi titubeante, e sucumbiu diante de Libertad e Universidad Católica, pondo em risco a busca pelo tetra na atual edição da Libertadores.
Descompactação, desorganização, inconsistência do sistema defensivo, e ineficiência, tanto defensiva quanto ofensiva, tem sido recorrentes, porém nem tudo é terra arrasada, pois as soluções estão dentro do próprio elenco tricolor.
Na imagem, do último jogo, contra a Católica, vemos o que foi dito acima, um Grêmio espaçado, lento na recomposição, tendo seus encaixes explorados pela transição veloz do time chileno, que sempre que retomava a posse da bola era muito perigoso, graças ao espaço cedido pelo sistema defensivo gremista.
Créditos: Taticamente Falando |
Também no último jogo, na segunda imagem temos outro sintoma aparente, a passividade. Dono de uma notória marcação pressão na saída de bola do adversário, o time de Renato, esteve sempre encolhido no seu campo, assim facilitando o trabalho de construção dos donos da casa.
Créditos: Taticamente Falando. |
Mas como nem tudo é terra arrasada, no segundo tempo, após a entrada de Jean Pyerre, e André, o Grêmio teve mais profundidade, e conseguiu articular melhor as trocas de passes, com mais velocidade, assim ocupando mais o campo de ataque, empurrando o adversário, que seguiu compacto e com bastante intensidade para proteger sua meta.
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Sabemos que o antídoto desses sintomas está mais perto do que se imagina, Matheus Henrique pede passagem, Jean Pyerre, idem, e com eles, o time ganha muito, tanto na saída de bola, quanto na construção das jogadas. Com Renato chacoalhando o elenco nos últimos dois dias, mudanças virão, e eu, assim como todos os tricolores, e os admiradores do exuberante futebol tricolor das últimas temporadas estão ansiosos pelos próximos capítulos dessa trama.
Os elementos dessa trama já estão em evidência, e os próximos jogos serão essenciais para recuperar a confiança, e a energia do elenco, assim, quem sabe, trazendo de volta o estilo multicampeão, consagrado tanto por sua beleza, quanto agressividade, enquanto isso, ficamos no campo das hipóteses, aguardando os próximos capítulos, que certamente serão divisores de águas lá pelos lados da Zona Norte de Porto Alegre.
Por: Pedro Mussoi.
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