Jogador de futebol, canhoto, meio-campista/armador ou “enganche”,
habilidoso, típico camisa 10, essas são características nobres do país vizinho
quando o assunto é revelar novos nomes para o futebol mundial.
Nascer na Argentina e ter as qualidades descritas acima é
sinônimo de sucesso ou no mínimo grande expectativa, não é à toa que seguidamente
vemos clubes do mundo inteiro mirar o país platino atrás do novo “Maradona” ou
de um raríssimo “Messi” escondido nas “calles” de Buenos Aires...
Eis que no Brasil, mais precisamente no Rio Grande do Sul,
o Internacional tem o presente e talvez futuro camisa 10 com alguns elementos
interessantes nessa “receita hermana” de sucesso, afinal nosso ídolo Andrés D’Alessandro é nascido em Buenos
Aires, canhoto, com formação no River Plate, habilidade indiscutível, “La Boba”
e sua capacidade de passe, um meia raro no futebol atual, que felizmente
encontrou seu lugar no Beira-Rio em 2008 e segue encantando por aqui, apesar da
idade (os 38 anos carregam a experiência e os atalhos) e de estar bem
fisicamente, o futebol atual exige muito de D’Ale e cada vez mais é necessário
preservá-lo, para que cumpra com a maestria rotineira sua função.
Olhar para a frente é necessário, o futuro seria sombrio
sem D’Alessandro, a referência técnica e liderança do gringo são
inquestionáveis, porém, o torcedor colorado pode ter “buenas vibras” e
depositar com cautela suas esperanças em um jovem promissor que segue a
recomendação da cartilha hermana de sucesso, falo de Martín Sarrafiore, a promessa que aguça o imaginário vermelho.
"Presente e futuro da 10 vermelha." (Foto:Ricardo Duarte/Divulgação Inter) |
Sarrafiore chegou ao Inter em 2018 após um imbróglio
jurídico já resolvido com o Huracán (conforme
esclarecido pelo Internacional), depois de entrar em algumas partidas e dar
uma resposta positiva, caiu nas graças do torcedor e frequentemente é apontado
como o futuro 10 do clube, o canhoto argentino tem bom passe, excelente
finalização de média distância e boas referências já que passou pela base do
Boca Juniors, Barcelona e Manchester City.
O “pibe” é visto como o grande nome de afirmação na
temporada 2019, acompanhando as redes sociais é notável a cobrança de grande
parte da torcida vermelha para que Odair Hellmann dê mais minutos ao garoto de
21 anos, o gol que garantiu a vitória contra o Flamengo por 2 a 1 no Beira-Rio
foi o grande momento de Martín no Inter até aqui, um novo ciclo começa?
Apesar de toda expectativa com Sarrafiore é preciso a boa e
velha cautela, a começar que o garoto ainda deve oscilar muito, segue seu
processo de adaptação, existirão momentos em que o jovem pecará por sua
inexperiência, nessa hora entra a parte de ter alguém como D’Alessandro ao
lado, o ídolo colorado ainda tem muito a entregar, mesmo entrando no decorrer
das partidas o 10 dá ritmo, cadencia, traz a marcação, impõe respeito e dá
suporte aos mais novos, presente e futuro dividindo vestiário, concentrações,
rotinas diárias, um processo de amadurecimento, troca de idéias e aprendizado
importantíssimo para o Internacional.
Experiência, catimba, bom futebol e qualidade acompanham D’Alessandro,
explosão, intensidade, juventude, bom futebol e qualidade também acompanham
Sarrafiore, acredito que ao longo do ano iremos ver os 2 em ação em momentos distintos,
cada um dentro da necessidade da equipe, ambos ajudando o Internacional na
temporada.
“Vacinado” por Andrigo e afins me limito apenas a dizer que
Sarrafiore tem bola no pé, qualidade capaz de um dia vestir a 10 colorada, mas
é preciso dar tempo ao tempo, desfrutem de toda experiência de D’Ale, projetem
o futuro com Martín Sarrafiore, tudo dentro do ciclo natural, sem queimar
etapas, sem queimar ídolos, sem pressões exageradas e terra arrasada, obedecendo o tempo o Internacional continuará ao som de tango no país do carnaval e Sarrafiore chegará ao seu lugar “pasito a
pasito...”
Jonas Almeida
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