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segunda-feira, 6 de maio de 2019

“Pasito a pasito...”


Jogador de futebol, canhoto, meio-campista/armador ou “enganche”, habilidoso, típico camisa 10, essas são características nobres do país vizinho quando o assunto é revelar novos nomes para o futebol mundial.

Nascer na Argentina e ter as qualidades descritas acima é sinônimo de sucesso ou no mínimo grande expectativa, não é à toa que seguidamente vemos clubes do mundo inteiro mirar o país platino atrás do novo “Maradona” ou de um raríssimo “Messi” escondido nas “calles” de Buenos Aires...

Eis que no Brasil, mais precisamente no Rio Grande do Sul, o Internacional tem o presente e talvez futuro camisa 10 com alguns elementos interessantes nessa “receita hermana” de sucesso, afinal nosso ídolo Andrés D’Alessandro é nascido em Buenos Aires, canhoto, com formação no River Plate, habilidade indiscutível, “La Boba” e sua capacidade de passe, um meia raro no futebol atual, que felizmente encontrou seu lugar no Beira-Rio em 2008 e segue encantando por aqui, apesar da idade (os 38 anos carregam a experiência e os atalhos) e de estar bem fisicamente, o futebol atual exige muito de D’Ale e cada vez mais é necessário preservá-lo, para que cumpra com a maestria rotineira sua função.

Olhar para a frente é necessário, o futuro seria sombrio sem D’Alessandro, a referência técnica e liderança do gringo são inquestionáveis, porém, o torcedor colorado pode ter “buenas vibras” e depositar com cautela suas esperanças em um jovem promissor que segue a recomendação da cartilha hermana de sucesso, falo de Martín Sarrafiore, a promessa que aguça o imaginário vermelho.

"Presente e futuro da 10 vermelha." (Foto:Ricardo Duarte/Divulgação Inter)


Sarrafiore chegou ao Inter em 2018 após um imbróglio jurídico já resolvido com o Huracán (conforme esclarecido pelo Internacional), depois de entrar em algumas partidas e dar uma resposta positiva, caiu nas graças do torcedor e frequentemente é apontado como o futuro 10 do clube, o canhoto argentino tem bom passe, excelente finalização de média distância e boas referências já que passou pela base do Boca Juniors, Barcelona e Manchester City.

O “pibe” é visto como o grande nome de afirmação na temporada 2019, acompanhando as redes sociais é notável a cobrança de grande parte da torcida vermelha para que Odair Hellmann dê mais minutos ao garoto de 21 anos, o gol que garantiu a vitória contra o Flamengo por 2 a 1 no Beira-Rio foi o grande momento de Martín no Inter até aqui, um novo ciclo começa?

Apesar de toda expectativa com Sarrafiore é preciso a boa e velha cautela, a começar que o garoto ainda deve oscilar muito, segue seu processo de adaptação, existirão momentos em que o jovem pecará por sua inexperiência, nessa hora entra a parte de ter alguém como D’Alessandro ao lado, o ídolo colorado ainda tem muito a entregar, mesmo entrando no decorrer das partidas o 10 dá ritmo, cadencia, traz a marcação, impõe respeito e dá suporte aos mais novos, presente e futuro dividindo vestiário, concentrações, rotinas diárias, um processo de amadurecimento, troca de idéias e aprendizado importantíssimo para o Internacional.

Experiência, catimba, bom futebol e qualidade acompanham D’Alessandro, explosão, intensidade, juventude, bom futebol e qualidade também acompanham Sarrafiore, acredito que ao longo do ano iremos ver os 2 em ação em momentos distintos, cada um dentro da necessidade da equipe, ambos ajudando o Internacional na temporada.

“Vacinado” por Andrigo e afins me limito apenas a dizer que Sarrafiore tem bola no pé, qualidade capaz de um dia vestir a 10 colorada, mas é preciso dar tempo ao tempo, desfrutem de toda experiência de D’Ale, projetem o futuro com Martín Sarrafiore, tudo dentro do ciclo natural, sem queimar etapas, sem queimar ídolos, sem pressões exageradas e terra arrasada, obedecendo o tempo o Internacional continuará ao som de tango no país do carnaval e Sarrafiore chegará ao seu lugar “pasito a pasito...”


Jonas Almeida


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