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domingo, 22 de março de 2015

UMA POESIA IMPERFEITA

Mesclando jogadores titulares e reservas, o Atlético venceu o Tombense, em Ipatinga, chegando à segunda posição, atrás do surpreendente time da Caldense. De fato, não fora nenhum jogo magistral, mas, valem os pontos, e, novamente, rumamos a mais uma conquista do Mineiro. Poderia eu contar a minha versão da partida, como fazem todos os vencedores; mas, em homenagem à bela cidade de Tombos, permito que o Fictício Geraldino, ilustre torcedor daquele time, conte como tudo aconteceu.
(Foto: Bruno Cantini / Flickr do Atlético-MG)
“Era uma tarde chuvosa em Ipatinga, e, antes da partida, uma nesga de sol parecia querer assistir ao jogo e à nossa ascensão ao estrelato. Como que para mostrar a sua magia, inspirando o nosso time, eis que o astro-rei ofereceu-nos um belo espetáculo: dois lindos arco-íris sobre o belo Ipatingão.  Foi quando tive a certeza de que aquela tarde seria uma bela poesia.

Entramos em campo com Darley, no gol; Gedeilson, Heitor, Alexandre e Mazinho; Coutinho, Joilson, Dejair e Luiz Fernando; na frente, Mateus e Daniel Amorim. Alguns dirão não se tratar de nenhuma uma maestria futebolística; mas, convenhamos, é um time de respeito, abençoado pelos deuses celestes. O Galo, por sua vez, entrou com Víctor, no gol; Patrik, Edcarlos, Jemerson e Emerson Conceição; Josué, Danilo Pires, Cárdenas e Luan; na frente, Carlos e Pratto. Nenhum bicho de sete cabeças.

Debaixo da prazerosa chuva que caía, eu era um dos mais de oito mil torcedores, no Vale do Aço. Do alto da arquibancada, olhava os times em campo, cada qual com seu desenho perfeito, como se fossem obras de arte pintadas no tapete verde. Imaginei as obras de Portinari ou os poemas de Vinícius dispostos numa grande galeria; verdadeiras questões matemáticas colocadas no papel. Tentei decifrar os números, mas, não teve jeito. Perdi-me no 4-2-3-1, variando em diagonais, losangos e quadrados.

Preferi, portanto, vislumbrar a chuva que caía, o arco-íris que se desfazia e o sol que se punha no horizonte, para que a lua surgisse, timidamente, por entre as nuvens acinzentadas. No final do jogo, o placar marcava 3 a 0 para o Galo, com dois gols de Luan e um de Pratto. Disseram-me que não fora um bom jogo, que não fomos páreos para o time alvinegro. Não me importo, afinal, esta fora uma tarde de poesia, imperfeita, é verdade, mas, uma bela poesia.".

Eis, portanto, o relato do Fictício Geraldino, direto de Tombos. Só para não dizer que somos um clube sem coração. Vencemos com um time misto, mostramos força, controle do jogo e ainda fizemos caridade, mostrando que sabemos vencer. Tenho dito!

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