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quarta-feira, 15 de abril de 2015

A primeira vez de um campeão!

Elenco campeão do Paulistão de 2000.
[Foto: Terra Esportes]

A nossa infância às vezes pode nos enganar pelo saudosismo, mas muitas vezes ela também pode nos marcar, de forma que depois podemos ter certeza de que sim, vivemos um momento que ficou para a história e foi assim aquele São Paulo x Santos, na final do Campeonato Paulista de 2000.

No auge dos meus 10 anos de idade, pouco eu poderia entender sobre a magnitude daquele jogo e confesso que, ao ver o tamanho e importância do Paulistão atualmente, me esforço muito para compreender porque aquele jogo foi tão importante. O fato é que naquele momento, nada era mais importante do que o San-São que definiria o estadual.

Lembro que meu pai resolveu me levar ao jogo porque o Santos não era um time da capital e não teria muito torcida. Verdade seja dita, na época, com a fila que enfrentavam os rivais litorâneos, realmente não havia nem de longe um esboço de torcida similar ao que vemos hoje.

Eu estava apreensivo por jogarmos sem o França, meu ídolo maior de infância e confesso, apesar de passados dois anos, ainda sentia muito a transferência de Denilson. O alento era poder ver nomes como Raí e ouvir todas as histórias do meu pai, avô e tios sobre como aquele cara havia conquistado o mundo com a nossa camisa.

De pai pra filho, meu pai realmente me guiou durante aquele jogo. Eu não poderia entender tudo, mas a atmosfera me dizia que algo era especial. O Santos saiu na frente e a tensão tomou o Morumbi, ainda mais com o gol marcado por Dodô, considerado um traidor recente do tricolor. 

- Veio o grande momento do jogo, aquele golaço de falta do Rogério, que jogou o balde de água fria nos santistas. -

Na volta para o segundo tempo, Rincón fez fila na nossa zaga e sofreu o pênalti. Tal qual meu pai, fiquei incrédulo. O volante bateu e marcou, deixando todo mundo novamente tenso. Com medo de perder o título que parecia ganho.

Foi a vez de Marcelinho Paraíba se consagrar, em uma falta de muito longe. Lembro com perfeição, meu pai se segurava na cadeira, tenso e disse a seguinte frase: "Seria lindo se o Marcelinho fizesse esse gol". E foi lindo mesmo, foi incrível. 

É claro que ainda tinha jogo, mas ninguém acreditava que o Santos poderia fazer dois gols. Depois da falta de Marcelinho tudo foi festa. Lembro da torcida cantando, das bandeiras tremulando, lembro até das frases que ouvi.

Foi minha primeira vez campeão no Morumbi. A primeira, ainda bem, de muitas. Depois disso vi e vivi muitos outros títulos. É engraçado, quem diz que a primeira vez pode ser decepcionante, certamente nunca teve o seu primeiro título em um estádio.

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Gabriel Fuhrmann Tranquilli Barbosa

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