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segunda-feira, 13 de abril de 2015

Santos 103: O pulmão, o time de branco e o caldeirão

E a bola rolou novamente na Vila famosa
O grande verde era palco da competição que ele mais gostava
A libertadora sensação de ter os olhos da América no time de branco
Ah, como é lindo ver outro menino negro vestido de branco

Menino liso, magrelo e ousado
Fez do goleiro expulso um assassino-açogueiro-covarde
Deus me livre e guarde
Que agonia asfixiante esse embate

É novamente um Brasil e Argentina, meu amigo
Até as gotas de suor demoram mais a pingar em casos assim
Elas sabem.
Elas sentem o clima diferente
Elas querem aproveitar o máximo possível

Jogo duro no aquário, como é chamado pelos rivais
Que quando afrontado pega fogo por baixo
Vira caldeirão.
Te cozinha, te afoga, te mata.
Virou sopa de tubarão.

O pulmão entrou em campo respirando como nunca
Mesmo com idade de ancião, jogou como o menino negro
Liso, careca e ousado
Senhor abusado.

Em passe para o gol do sábio espírita,
Pulmão se fez pela primeira vez na noite.
Tudo acabou bem por hora
Hora da loteria.

Loteria pra quem? Loteria aonde?
O menino goleiro se agigantou
O caldeirão ferveu e respingou seu caldo, gol após gol.
Defesa após defesa.

Partiu Léo para a bola, correu, bateu…
O caldeirão ferveu e respirou
Gritou.
Como o grito de choro que traz oxigênio ao nascer.
Todos nós choramos e respiramos naquela noite.
Estávamos vivos.




Acompanhe a série "Santos 103":
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