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| Foto: AP Photo/Silvia Izquierdo-FILE |
Comecei a prestar atenção no Fernandão logo que ele surgiu
no Goiás, o cara aparecia sempre nos gols do Fantástico, todo domingo fazendo
gol de tudo que era jeito.
Pois Fernandão seguiu empilhando gols pelo Goiás até ser
negociado com o Olympique de Marseille, fez o caminho natural de todo grande
jogador que surge em nosso país, muito jovem seguiu para Europa.
Alguns anos se passaram, o Inter em um processo de crescimento
depois de anos ruins, então, em 2004 era anunciada a contratação de Fernandão,
lembrei de cara daquele jogador que vivia aparecendo nos gols do Fantástico e
vibrei com sua contratação, mas sem imaginar que além de um ótimo jogador, o
Inter estava trazendo um cara diferenciado em todos os aspectos, um cara que
chegava pra retomar os anos de glórias do meu time, um cara que
chegou para resgatar o orgulho de nossa torcida.
Para fortalecer essa condição de ídolo imediato, Fernandão estreou
em um GreNal, entrou no 2º tempo e na sua primeira participação no jogo marcou
o gol 1000. O Inter venceu o clássico e
ali nascia um caso de amor eterno, Fernandão parecia cria do Inter tamanho seu
entrosamento com clube e torcida.
O ano de 2004 serviu para iniciar a montagem de um grupo
vencedor, que apareceu de fato em 2005, ano em que fomos roubados nos tribunais
do STJD e também no gramado naquele jogo contra o Corinthians.
O sentimento de injustiça, por um Campeonato Brasileiro
tirado na mão grande, fortaleceu ainda mais aquele grupo que tinha um líder
intelectual, emocional e técnico, Fernando Lúcio da Costa.
Em 2006 o Inter conquistou a América e nosso capitão
resgatou nosso sentimento de orgulho e paixão, que na verdade nunca morreu, mas
que estava adormecido por anos frustrantes de derrotas traumáticas. Aquele cara
que tinha a braçadeira de Capitão honrava a camisa do nosso Colorado, seus
companheiros viam nele um exemplo e sua força empurrava todos para conquistas,
não existia impossível com aquele cara em campo.
Derrotamos o Barcelona e conquistamos o Mundo, e lá estava o
nosso Capitão levantado mais uma taça, o Inter era manchete mundial, tinha
derrotado um time que era tido como imbatível. Nos bastidores pós jogo, pudemos
ver o discurso de Fernandão e ali entender como foi construída aquela vitória.
A volta para Porto Alegre foi épica, jogadores sendo
ovacionados nas ruas e no estádio, Fernandão Capitão deu lugar ao Fernandão
maestro e torcedor. Um profissional cantando cânticos de um torcedor comum e puxando a torcida. O cara que nos trouxe de volta a uma época de vitórias era
muito mais que um jogador, que um líder, que um capitão, que um goleador.
Fernandão foi embora e voltou, não como jogador, voltou como
dirigente, depois como técnico, depois como protagonista na re-inauguração do
Beira-rio.
Eu sempre imaginei Fernandão como presidente do Inter, sério
mesmo, e achei que isso aconteceria no futuro...
Mas no dia 7 de junho do ano passado, um sábado, acordei com
uma notícia que parecia ser uma brincadeira de mau gosto, liguei a TV e
noticiavam a morte de Fernandão. Perplexo e não acreditando naquilo, acessei a
internet e ali se confirmava a tragédia.
Senti o golpe, fiquei triste como se tivesse morrido um
amigo querido.
Perdemos o cara do gol 1000 em GreNais, o capitão que ajudou
o Inter exorcizar vários fantasmas, o cara que fez 3 gols no 8 a 1 contra o
Juventude, um cara especial que falava com carinho e amor do Inter, o mesmo
amor que eu tenho como torcedor, não podia e não queria acreditar naquilo.
Nós perdemos um ídolo, a Fernanda, esposa de Fernandão,
perdeu o seu amor, Enzo e Eloá perderam o pai.
Amanhã fará 1 ano da tragédia, mas passe o tempo que passar
nunca esqueceremos Fernandão, um cara acima da média, um cara iluminado que fez
história e será lembrado eternamente como um dos maiores nomes do Sport Club
Internacional.
Fernandão estará sempre vivo em todos os corações Colorados,
ídolo e lenda, o cara que não acreditava no impossível.
Humildemente só posso dizer: obrigado por tudo Capitão!
Tchê Mano

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