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sábado, 6 de junho de 2015

Um ano sem nosso Capitão

Foto: AP Photo/Silvia Izquierdo-FILE

Comecei a prestar atenção no Fernandão logo que ele surgiu no Goiás, o cara aparecia sempre nos gols do Fantástico, todo domingo fazendo gol de tudo que era jeito.

Pois Fernandão seguiu empilhando gols pelo Goiás até ser negociado com o Olympique de Marseille, fez o caminho natural de todo grande jogador que surge em nosso país, muito jovem seguiu para Europa.

Alguns anos se passaram, o Inter em um processo de crescimento depois de anos ruins, então, em 2004 era anunciada a contratação de Fernandão, lembrei de cara daquele jogador que vivia aparecendo nos gols do Fantástico e vibrei com sua contratação, mas sem imaginar que além de um ótimo jogador, o Inter estava trazendo um cara diferenciado em todos os aspectos, um cara que chegava pra retomar os anos de glórias do meu time, um cara que chegou para resgatar o orgulho de nossa torcida.

Para fortalecer essa condição de ídolo imediato, Fernandão estreou em um GreNal, entrou no 2º tempo e na sua primeira participação no jogo marcou o gol 1000. O Inter  venceu o clássico e ali nascia um caso de amor eterno, Fernandão parecia cria do Inter tamanho seu entrosamento com clube e torcida.

O ano de 2004 serviu para iniciar a montagem de um grupo vencedor, que apareceu de fato em 2005, ano em que fomos roubados nos tribunais do STJD e também no gramado naquele jogo contra o Corinthians.

O sentimento de injustiça, por um Campeonato Brasileiro tirado na mão grande, fortaleceu ainda mais aquele grupo que tinha um líder intelectual, emocional e técnico, Fernando Lúcio da Costa.

Em 2006 o Inter conquistou a América e nosso capitão resgatou nosso sentimento de orgulho e paixão, que na verdade nunca morreu, mas que estava adormecido por anos frustrantes de derrotas traumáticas. Aquele cara que tinha a braçadeira de Capitão honrava a camisa do nosso Colorado, seus companheiros viam nele um exemplo e sua força empurrava todos para conquistas, não existia impossível com aquele cara em campo.

Derrotamos o Barcelona e conquistamos o Mundo, e lá estava o nosso Capitão levantado mais uma taça, o Inter era manchete mundial, tinha derrotado um time que era tido como imbatível. Nos bastidores pós jogo, pudemos ver o discurso de Fernandão e ali entender como foi construída aquela vitória.

A volta para Porto Alegre foi épica, jogadores sendo ovacionados nas ruas e no estádio, Fernandão Capitão deu lugar ao Fernandão maestro e torcedor. Um profissional cantando cânticos de um torcedor comum e puxando a torcida. O cara que nos trouxe de volta a uma época de vitórias era muito mais que um jogador, que um líder, que um capitão, que um goleador.

Fernandão foi embora e voltou, não como jogador, voltou como dirigente, depois como técnico, depois como protagonista na re-inauguração do Beira-rio.

Eu sempre imaginei Fernandão como presidente do Inter, sério mesmo, e achei que isso aconteceria no futuro...

Mas no dia 7 de junho do ano passado, um sábado, acordei com uma notícia que parecia ser uma brincadeira de mau gosto, liguei a TV e noticiavam a morte de Fernandão. Perplexo e não acreditando naquilo, acessei a internet e ali se confirmava a tragédia.

Senti o golpe, fiquei triste como se tivesse morrido um amigo querido.

Perdemos o cara do gol 1000 em GreNais, o capitão que ajudou o Inter exorcizar vários fantasmas, o cara que fez 3 gols no 8 a 1 contra o Juventude, um cara especial que falava com carinho e amor do Inter, o mesmo amor que eu tenho como torcedor, não podia e não queria acreditar naquilo.

Nós perdemos um ídolo, a Fernanda, esposa de Fernandão, perdeu o seu amor, Enzo e Eloá perderam o pai.

Amanhã fará 1 ano da tragédia, mas passe o tempo que passar nunca esqueceremos Fernandão, um cara acima da média, um cara iluminado que fez história e será lembrado eternamente como um dos maiores nomes do Sport Club Internacional.

Fernandão estará sempre vivo em todos os corações Colorados, ídolo e lenda, o cara que não acreditava no impossível.

Humildemente só posso dizer: obrigado por tudo Capitão!

Tchê Mano

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