Viver em uma família colorada é algo totalmente confortante para jogos como o da próxima quarta-feira quando o Inter vai ao México, mais precisamente em Monterrey, encarar o Tigres e definir a vida na semifinal da Libertadores da América.
Meu irmão tem 5 anos, nasceu em 2010, ano que o Inter sagrou-se bicampeão da América.
É bem verdade que ele não tem lembranças daquela data, tinha apenas 5 meses na época, mas já deu sorte logo na chegada a esse mundo louco, nasceu e de cara já se tornou bicampeão da América.
Hoje ele começa a adentrar nessa insana aventura de torcer para um clube de futebol, confesso o orgulho de vê-lo com a camisa vermelha dizendo aos quatro cantos: “Eu sou do Inter”.
O caçula da família pegou um período vitorioso do Colorado, não passou pelas agruras dos anos 90, já veio “Campeão do Mundo”, veste a camisa colorada com uma alegria sem fim, desejo que 2015 fique eternizado na memória dele como um grande ano do Inter.
Nutro muita gratidão por meus avôs, ambos têm grande participação, eu diria que 90% no meu “coloradismo” exacerbado, o avô materno ainda está aqui na ânsia pelo Tri, o paterno partiu antes mesmo das conquistas de 2006 (uma injustiça sem fim a meu ver) mas me deixou de herança o amor pelo Clube do Povo e tenho certeza de que em algum lugar está olhando o Colorado.
Meu avô materno tem 81 anos, o mais experiente da família, a sabedoria em forma de gente, aprendi com ele que Falcão foi o melhor do Brasil, que D'Alessandro é o melhor da América e que Fernandão nos deu o Mundo.
Ele viu grande parte da trajetória do Colorado até aqui, e até hoje não deixa de acompanhar um jogo sequer do Inter, é justo dizer que por tudo que ele já passou com o Colorado merece ver mais uma conquista da América.
É sempre um prazer sentar com meu avô e escutar suas histórias dos tempos do Estádio dos Eucaliptos, até a construção do Beira-Rio, de Valdomiro, Manga, Figueroa, Carpeggiani até chegar em Gamarra, Fabiano.
Quero muito que Eduardo Sasha, Rodrigo Dourado, Alisson, Valdívia, Aránguiz e etc., entrem pro rol de histórias vencedoras do Inter que o vô costuma dissertar.
São ciclos distintos mas com o mesmo objetivo, enquanto quero que meu irmão inicie sua trajetória como torcedor de forma gloriosa, desejo que meu avô só tenha momentos de alegria com o Colorado nessa fase da vida.
A diferença de idade entre meu avô meu irmão é de 76 anos, sabe o que os difere na quarta-feira? Nada! Ambos estarão com o mesmo sentimento, a cabeça e o coração estarão lá no México, junto com o Colorado.
Há um elo histórico, o amor pelo Inter nos une, é um conflito de gerações, meu avô e o brilhantismo dos anos 70, meu pai e o início dos complicados anos 80, eu e os sofrimentos dos anos 90 e a redenção dos anos 2000 passará pelo meu irmão.
E quando a bola rolar lá no México, estaremos outra vez unidos pelo Inter, prontos para o que der e vier, um apoiando o outro e todos apoiando o Colorado.
Vamos com a vantagem do 2 a 1 obtido em casa, vantagem mínima é verdade, mas o time de Diego Aguirre tem total condição de voltar com a vaga para a final da Libertadores.
Precisamos de uma atuação daquelas memoráveis, é hora da entrega, é jogo que não tem bola perdida, os 11 titulares precisam dar a vida em campo e assim farão.
Façamos nossa parte por aqui, torcer, torcer e torcer.
Portanto, nessa quarta-feira não importa a tua idade colorado, o quanto tu já sofreu, o quanto tu sofrerá, o quanto tu já sorriu ou chorou por esse clube, não importa qual Inter tu viu ou qual Inter tu ainda verá, entregue-se a loucura de “viver o Inter”, na frente da TV, na frente do computador, no rádio, no bar, enfim, onde estiveres, pensa que lá no México há um grupo de guerreiros te representando, jogando por ti, jogando pelo teu clube, não os abandone lá, torça daqui, torça como nunca torceu antes, faça valer o teu mais profundo “coloradismo”.
Do mais novo ao mais velho colorado, do mais cético ao mais fiel, do mais pessimista ao mais otimista, abandonemos rótulos e afins nessa quarta-feira, sejamos todos Internacional e vamos juntos “caçar” o Tigres.
Chegou a hora Inter, a hora de jogar pelo meu irmão, pelo meu pai, pelo meu avô, por mim, por uma nação vermelha e branca, pelo Rio Grande, pelo nosso amor!
#CadaUmÉOnze
#FechadoComOInter
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