Foi como uma tropa de
guerreiros defendendo os próprios ideais que o Cruzeiro encarou mais um clássico em
sua casa.
O atacante Willian proporcionou alegria e frustração aos cruzeirenses. (Foto: Washington Alves/Lightpress) |
Um clássico por si só já vem recheado de emoções, imaginem então um clássico de onze contra dez por um tempo inteiro... Um gol de empate aos 43' do segundo tempo... Pênalti que se convertido daria a vitória aos 44'... Cobrança de falta para matar o jogo aos 49'... Foi assim o clássico mineiro, foi um teste para cardíaco, foi emoção do início ao fim.
O Mineirão, palco de grandes clássicos, estava lindo. A torcida do Cruzeiro fez uma festa incrível, contrariando alguns da imprensa mineira. Antes e durante a partida, cantos e gritos de apoio soaram nas cadeiras do Gigante da Pampulha. Foram mais de 40 mil loucos intensificando os cânticos nos momentos em que o time precisava de uma força além do físico. Loucura que foi exaltada pelo treinador, que vem conquistando dia a dia a torcida celeste.
Mano Menzes:
- O torcedor hoje foi brilhante.
Brilhante. Empurrou a equipe, deu força no momento onde o time já não tinha
mais força física e tiramos lá de dentro porque olhávamos para a arquibancada e
víamos um comportamento simplesmente brilhante.
Para o Cruzeiro o cenário
estava perfeito. Jogando em casa, com a maioria da torcida apoiando, e com um treinador
preparado para enfrentar o rival. Na escalação Mano mostrou que estudou o
adversário. Desta vez jogamos sem um centroavante fixo, considerando que a
defesa do Atlético é melhor pelo alto, a melhor opção para explorá-la seria a
velocidade dos ataques. Marquinhos, Willian e Alisson junto com Ariel e
Willians fizeram isto de maneira perfeita.
A zaga atleticana perdeu-se nos contra-ataques celeste. A superioridade cruzeirense no primeiro tempo era nítida.
Aos 37' da primeira etapa,
Willian aproveitou o vacilo da defesa atleticana e mandou entre as pernas do
goleiro Victor, que viu a bola entrando lentamente e foi buscar no fundo das
redes - 1x0 Cruzeiro, que teve calma e recuou. Esperou o adversário avançar para
então sair com velocidade no contra-ataque. Deu certo e fomos para o intervalo
com a vantagem, podendo até estar com uma vantagem maior no placar. Para a
segunda etapa a mudança esperada era que o Mena fosse sacado do jogo. Estava
amarelado e não estava bem na partida, ainda no início Mano inverteu o
posicionamento de Marquinhos e Alisson, para que Marquinhos ajudasse o lateral
na marcação. No entanto, ele voltou do intervalo. Durou pouco! Por um carrinho infantil recebeu
o segundo amarelo e foi expulso, obrigando Mano Menezes a queimar ali sua primeira
substituição. No lance imediatamente após a expulsão o Cruzeiro teve com Alisson a chance de ampliar
o placar. O atacante foi egoísta demais, era só tocar e consagrar o Willian,
mas quis resolver sozinho e perdeu a chance mais clara de gol.
A partir dali, o Cruzeiro
ficou cada vez mais no campo defensivo. Marquinhos saiu e Fabrício entrou, a lateral precisava ser recomposta. Minutos
depois, Mano precisou queimar mais uma substituição, Ceará sentiu e Fabiano
entrou no seu lugar. A terceira e última mexida foi um tanto quanto
atrapalhada, Willians caiu em campo e a comissão técnica acreditou que ele
tivesse pedido para sair, um equívoco. De qualquer forma, Charles entraria em
campo, se não no lugar de Willians, para o lugar de Ariel Cabral, que estava esgotado
em campo. Mesmo sem qualidade o Atlético perturbava os defensores cruzeirenses e foi em uma das jogadas
despretensiosas que aos 43' do segundo tempo, aproveitando um desentendimento
na defesa entre Manoel e Fabiano, Carlos deixou o dele e empatou a partida. No
minuto seguinte, mesmo com todo desgaste físico o Cruzeiro foi pro ataque e
Willian sofreu pênalti. Era para cravar a vitória. O mesmo foi para a cobrança,
extremamente cansado psicológica e fisicamente, sem força tentou chutar com
jeito e facilitou a defesa do goleiro Victor. O Atlético ainda buscou a virada,
mas Fábio com duas defesas seguidas redimiu-se pela falha no gol sofrido -
segundo parte da torcida, ele falhou no gol do atacante Carlos.
Fim de papo, um ponto para
cada time, 1x1 o resultado final.
Foi justo o empate? Bom, o
Cruzeiro foi superior. Além do bom primeiro tempo e apesar de estar com um a
menos, chegou com mais perigo ao gol adversário. Ainda contou com um erro da
arbitragem, que não marcou um pênalti claro cometido por Leonardo Silva. A
Raposa resistiu ao cansaço o quanto pode, os jogadores doaram-se em campo.
Talvez, esta tenha sido em 2015, a partida em que os jogadores celestes deixaram
mais suor e raça em campo. Os 10 que permaneceram até o fim honraram o manto
azul, foram verdadeiros guerreiros! Mereceram os aplausos de sua torcida. No
entanto, nas duas oportunidades mais claras de gol, faltou calma e competência
para concluir. Sem competência para fazer, foi injusto o empate?
Justo ou não, o empate não
favoreceu nenhuma das equipes, o Atlético deixou que o líder distanciasse mais e o Cruzeiro deixou de ganhar posições na tabela. O que se pode tirar de positivo além da
pontuação mínima, é que o novo treinador já está deixando seus traços no
Cruzeiro. Em pouco tempo de trabalho, mas aproveitando o máximo de tempo livre,
Mano está endireitando o esquema e firmando a defesa celeste. Dominamos o
Atlético na primeira etapa, jogando com inteligência, defensivamente, com calma
esperando o adversário e matando nos contra golpes. Curiosamente, o que o ex-time de Mano Menezes, Corinthians, fez com o Cruzeiro em Itaquera.
Na busca de melhorar de posição no campeonato, enfrentaremos o Vasco na quarta feira, no Mineirão, uma partida na qual será inaceitável perder mais pontos em casa. A diretoria manteve a promoção, entendeu que o Cruzeiro precisa do seu torcedor, que fazemos a diferença, que somos o 12º jogador. Agora, é nossa vez de encarar o próximo confronto como mais uma final e ir de perto, das arquibancadas, gritar, incentivar, aplaudir, apoiar o Maior de Minas. Este é o momento para honrarmos o “jogue por nós, cantaremos por vocês.”
Dizer que Fábio falhou no gol é típico de torcedores que só sabem criticar. Todos podem errar que tudo é culpa do Fábio. É interessante ver como todos se recusam a aceitar que Fábio estava bem postado para a defesa e que a bola desviou em Manoel e tirou Fábio da jogada. Para um time exaurido, com um dia a menos de descanso, não foi justo o empate mas o time foi perfeito. Só lamento que todos os gols sofridos esse ano "foram culpa do Fábio". Mesmo que a porra toda do time falhe em campo a culpa sempre será só do Fábio.
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