Na dramaturgia uma pausa dramática é designada para extrair toda a tensão e atenção do espectador. É o momento de clímax da obra. O instante em que todos os olhares estão voltados para o que irá suceder. Usada no timing perfeito, a pausa dramática é elemento primordial para uma boa trama.
O Campeonato Brasileiro de 2015 entra em seus capítulos finais. E como uma boa trama que é, ao chegar a seu clímax, fez uso da mais dramática das pausas dramáticas. Os dez dias em que não houveram jogos no Brasileirão, por conta do início das eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018, não só captaram a atenção e tensão dos saudosos fanáticos torcedores brasileiros, como, em um fenômeno jamais visto – e que é resultado de uma complexa sequência de fatores que incluem o fiasco canarinho, a corrupção do colarinho, a crise econômica e, por alguma razão desconhecida, a presença de um dos sete anões no comando de uma paixão nacional –, fez com que os jogos da Seleção Brasileira fossem praticamente ignorados.
Ainda assim, por mais doloroso que seja não ver o seu time jogar no domingo, a pausa teria que terminar. E a espera acabou. Chegou o dia em que teremos bola rolando no solo verde, do norte ao sul do Brasil. Nesta pausa, estes dez dias admitiram dois caminhos diferentes: foram dez dias de folga – para aqueles times que não aproveitaram a parada na tabela para fazer alguns reajustes –, ou dez dias de ensaio – para os times que treinaram para voltar mais fortes.
Não houve melhor ensaio do que o feito pelo Flamengo. Além dos já habituais treinos intensivos, característicos do técnico Oswaldo de Oliveira, o Rubro-Negro realizou um bom teste para seu elenco, no amistoso contra a Deportiva, no Espírito Santo. O jogo, além de dar ritmo para os titulares, foi útil para testar jovens da base do Mengão, e que podem se constituir como novas opções para o time, na reta final de Brasileirão. Dois deles (Matheus Sávio e Douglas Baggio) deixaram sua marca na goleada amistosa.
No entanto, na hora da decisão, no momento em que se deve encarar cada partida como uma final, o time fraquejou. A meta traçada de terminar entre os quatro primeiros e garantir classificação na Taça Libertadores da América no ano que vem ficou mais difícil de ser alcançada, devido aos próximos desafios.
Flamengo de Alan Patrick não teve poder de criação. (Foto: Globoesporte.com) |
A primeira das decisões, contra o Figueirense, em Santa Catarina, foi completamente daquilo que o torcedor rubro-negro imaginava. Um Flamengo apático e pouco combativo foi vítima fácil para o time mandante. As inúmeras falhas defensivas voltaram a assombrar o Mengão, e se constituíram fator decisivo para mais uma derrota inconveniente. De positivo, apenas a figura de Matheus Sávio no jogo, que parece ter aproveitado a chance no amistoso para conquistar Oswaldo. Do resto, não há prazer nenhum sequer de comentar.
O Fla segue em sétimo, com 44 pontos. Nos próximos capítulos dessa trama futebolística, o clube da Gávea recebe o Internacional no Maracanã às 16h de domingo. Mais uma pedreira. Mas pra quem almeja grande, nenhum obstáculo deve ser tratado como intransponível. Certamente, com a força da Nação, o time reencontrará as vitorias e se aproximará da chance de ter um 2016 diferente do ano que vivemos.
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