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terça-feira, 7 de maio de 2019

Entrevista com o Conselheiro Márcio Cadar




Fala, galera! Pois é, estou de volta! No momento em processo de mudança, “exilado” no interior de SP, sem pc, tive de ficar sem escrever esse tempo todo – com crise de abstinência pra voltar a escrever, diga-se de passagem... - ... mas estamos aí de volta! E com um texto interessante: uma mini entrevista feita com o Conselheiro Márcio Cadar, pelo twitter, onde algumas questões foram colocadas, e opinarei a respeito do que o mesmo respondeu.
Importante ressaltar que este texto não visa defender ou atacar nem a gestão Sette Câmara, nem o Conselheiro em questão; ao contrário, apenas levantar alguns pontos que, creio, ainda não foram colocados em pauta enquanto se discute a atual gestão, em meio à crise que o clube vive, assim como estas mesmas questões, em minha humilde opinião, não foram comentadas em gestões passadas também, tendo sido boas ou não.  Bora então pro texto? Grande abraço a todas e todos, e boa leitura!

Há um bom tempo o GALO vive uma crise financeira, onde sua dívida cresce assustadoramente ao ano. Só de juros, a instituição paga mais de 50 milhões anuais, o que equivale a dívidas inteiras de vários clubes somados no Brasil. O atual presidente do clube, Sérgio Sette Câmara, foi eleito em 2017 para o triênio 2018/2020, falando que sua maior preocupação era justamente pagar as dívidas do clube, batendo o tempo inteiro na tecla da austeridade financeira. Reduziu folha de pagamento, renegociou dívidas – começando a pagá-las - , quitou outras, enfim... e mesmo assim, quando o balanço de 2018 foi publicado, o que se viu foi um aumento da dívida. Esse não é o ponto de discussão do nosso texto (a dívida em si), mas sim o que esse balanço gerou internamente no clube: conselheiros questionando a administração Sette Câmara, os números do balanço, o líder da oposição (que disputou a eleição contra Sette Câmara no último pleito) chegando a pedir a sua renúncia... enfim, uma crise como há muito não se via.

Um dos conselheiros que questionou o presidente foi Márcio Cadar. Ao analisar os números do balanço, não compreendeu tais números e os questionou – inclusive pelas redes sociais. Foi através de uma delas (o twitter) que entrei em contato com o conselheiro, também questionando algumas colocações, dando sugestões, enfim... fazendo o que creio que todo atleticano gostaria de fazer. Informei ao conselheiro que escrevia para 2 blogs, após iniciar efetivamente o contato, e perguntei se gostaria de conceder uma entrevista. E assim aconteceu, por twitter mesmo. Ao final da mesma, ainda confirmei com o conselheiro se permitia a publicação, no que o mesmo consentiu. Agora, transcrevo para vocês o conteúdo, incluindo minhas impressões sobre o que foi respondido (OBSERVAÇÃO: o que tiver sido postado em maiúsculas, será mantido. Somente as abreviações serão colocadas em palavras inteiras,já que aqui não se faz necessário limitar caracteres).

Começou em um post no twitter de Márcio Cadar,no dia 22/04, onde ele dizia:

A função de um conselheiro do #Galo deve ser exercida,sobretudo, por quem deseja o melhor para o Clube Atlético Mineiro. Isso não quer dizer bajular aqueles que estão na diretoria e exige coerência de quem foi eleito para fiscalizar os diretores de forma independente”.

Ao ver este twitter, questionei o conselheiro em um ponto que sempre considerei sensível dentro do Atlético, com a seguinte pergunta:

Bom dia! Só uma pergunta: Realmente, há que se ter transparência dentro do clube para qualquer um que ocupe um cargo. Só gostaria de saber porque isso não foi feito com AFONSO PAULINO (que iniciou nossa dívida MONSTRUOSA), com NÉLIO BRANT (dívida com WRV), entre outros. Questionar SÓ o Sette Câmara não resolve”.

Para os que não estão por dentro do assunto: o ex-presidente Afonso Paulino fez um empréstimo em sua gestão, ao governador à época, Newton Cardoso. A dívida do GALO começava aí. Já o ex-presidente Nélio Brant, em 2000, fez um empréstimo junto à empresa WRV, para manter 2 pilares do time de 1999: o centroavante Guilherme e o zagueiro Cláudio Caçapa. O empréstimo foi de 7 milhões de reais. Como garantia, cedeu 60% do passe dos 2 jogadores. Caçapa foi vendido ao Lyon em 2001, por 5,25 milhões de dólares – e o Atlético NÃO repassou a porcentagem aos credores... e Guilherme nunca foi vendido. Assim, começava uma enorme briga na justiça. Em 2018, a dívida acumulada passava de 80 milhões!  Por isso questionei o conselheiro sobre esses – e outros – antigos gestores do Atlético. Ora, Sette Câmara tem seus erros? Claro. Mas a mim pelo menos me parece muito estranho se fazer tal estardalhaço em cima de uma gestão de 1 ano e meio, enquanto o conselho fica de “deixa pra lá” com os gestores anteriores que deram prejuízo aos cofres da instituição. Que se investigue o atual presidente, se for o caso. Sem problema, sou a favor! Mas que se faça o mesmo com os casos anteriores.

Até então, a entrevista em si não tinha começado; peguei o post do conselheiro, comentei, e ele não me respondeu. Ocorreu que 5 dias depois, o abordei novamente no twitter, ao ver que postagens de outros torcedores tinham respostas. Assim, fiz a seguinte colocação:

Pena que torcedor que questiona outras questões relevantes ao senhor, não tem resposta. Enviei uma questão no início da semana e até hoje não tive 1 linha. Assim fica difícil dar crédito. Ou só quem concorda com tudo sem questionar merece resposta?

Cadar viu o tweet, e me respondeu, perguntando “Para mim? Onde?”. Ali vi que tinha chamado sua atenção, e que poderia enfim conseguir uma matéria interessante que ajudasse a dirimir certas dúvidas que não só eu, mas toda a torcida possuímos. Foi quando respondi a ele, dizendo que já  tinha retuitado a pergunta, dizendo que aguardava retorno... aproveitei  também para dizer que era um assunto que “há tempos quero debater com alguém de dentro do GALO. Inclusive, escrevo para 2 blogs. Caso queira conceder uma entrevista, seria muito interessante colocar seu ponto de vista para a torcida”. O conselheiro então respondeu meu tweet com a seguinte postagem:

Pra que fazer a (sic) caça às bruxas? Não deixá-los chegar perto do clube novamente para mim já é castigo suficiente. Olho sempre para frente. Uso o passado para aprender com os erros e não cometê-los novamente”.

De imediato discordei da postura do conselheiro, respondendo:

Caça às bruxas? Ora, procurar ver o que fizeram de ruim ao clube, quem levou o que, quem teria  de devolver o que, quem de repente teria de ser excluído do clube – até porque tem influência até hoje, sabemos disso – não é “caça às bruxas”; é fazer o CORRETO! Para se LIMPAR o clube MESMO, há que se verificar TUDO”!

(observação: nessa parte da conversa, outro participante da rede social entrou na discussão, com alguns poucos tweets; como não temos a autorização do mesmo para postar o que disse, não será colocado. De qualquer forma, não interferiu nas respostas, pois estas foram diretamente para mim, que era quem o questionava).

Ainda continuei: “Deixando clara minha opinião: creio que o Atlético precisa ser PASSADO A LIMPO! E não tem como se fazer isso, deixando outros ex-gestores “pra lá”, e focando somente no atual. O que  o Atlético vive HOJE, é um ACÚMULO de gestões desastrosas. Responsabilizar só o atual, pra mim, não resolve”.

Aqui, nessas duas postagens que faço, teço uma crítica não só aos conselheiros atuais como a todos que passaram de uma forma geral; a impressão que o Conselho Deliberativo do Clube Atlético Mineiro nos passa, é que, se alguém causou um mal ao clube, mesmo enorme, há muito tempo – especialmente se está há um bom tempo “nas sombras”, afastado da mídia - ,”não há porque mexer com o caso, já foi”... por mais que o Conselheiro Márcio Cadar esteja no conselho do Atlético apenas desde 2016, se realmente quer/ pretende lutar pela moralização do clube de forma geral, porque não buscar informações de antigos gestores no clube? Acesso, todos os conselheiros tem! Que se faça um requerimento pedindo as contas passadas! Que se verifique realmente o que cada um fez, como fez, quais os reais prejuízos deram! Que sejam expulsos se for o caso! No mínimo que se faça uma auditoria das gestões passadas! Porque só há preocupação com auditorias de gestões recentes e de quem está no poder no momento? Dívidas de um clube de futebol não aparecem do dia para a noite, ainda mais quando ultrapassam 600 milhões! Há mais de 30 ANOS que essa dívida vem sendo construída... e apenas a gestão atual teria de “dar conta” dela? Entendo o que o conselheiro quer dizer com “olhar para frente”; em determinadas coisas no futebol realmente não cabe... não adianta por exemplo voltarmos ao 4-2-4, ou os times levarão goleadas... mas quando  se trata de saúde financeira dos clubes, tudo tem de ser investigado SIM! Essa pelo menos é a minha opinião. Inclusive, continuo meu questionamento dizendo ao conselheiro justamente o seguinte: “Só complementando, usando sua própria frase: não seria interessante também fazer com que os antigos gestores que tanto mal fizeram ao clube (e ainda estão lá), não ‘chegassem mais perto do clube’? É a isso que me refiro: Enquadrar a todos”!

(Há novamente uma participação de outro membro da rede social, que não temos autorização para publicação, e que o conselheiro responde dizendo que o que ele diz “É um dos meus questionamentos. O #Galo hoje gasta mal e de maneira ineficiente. Só olhar o balanço”. ).

Continuando meu raciocínio na conversa, sugiro uma prática utilizada em grandes centros do futebol em relação aos dirigentes: “E dando uma sugestão: porque não modernizar o estatuto, fazendo com que os próximos gestores passem a arcar com seus próprios bens caso dêem prejuízos ao clube? Vamos imitar a Europa pelo menos nisso! Seria uma idéia...” .

Márcio Cadar responde sobre a sugestão, mas em relação a mudar-se o estatuto, não à sugestão específica em si: “Essa idéia de mudança no estatuto tem que olhar com calma também. Tem que haver um debate mais profundo sobre isso com a participação do conselho, torcida e diretoria. Todos têm o direito de opinar”.

Aqui, o que observo é que a burocracia realmente tomou conta do Atlético até nas pessoas melhor intencionadas (digo isso porque não posso duvidar da boa intenção do conselheiro, como não posso duvidar do mesmo em relação ao presidente; até prova em contrário, os dois querem o melhor para o Atlético). Ora, por menos tempo que o conselheiro tenha de Atlético – e lá se vão 3 anos, e isso é muita coisa - , isso nunca foi pensado? Por nenhum dos conselheiros? Onde, por favor, está essa enorme preocupação com a liquidez e a saúde financeira do clube? Se os maiores clubes do mundo podem implantar esse tipo de política, porque nós não podemos? Se já fomos pioneiros na modificação do estatuto para adequação ao PROFUT! Porque não sair na frente como EXEMPLO em mais outra adequação interessantíssima para nós mesmos, e para o futebol nacional? E me perdoe a crítica, conselheiro; mas participação da torcida COMO? Uma torcida que não vota, não tem participação alguma no clube! Não escolhe seu presidente! COMO essa torcida teria força para ajudar a modificar o ESTATUTO do clube? Seria necessário INTERESSE E BOA VONTADE dos DIRIGENTES!  Dá para se fazer! Dá para dificultar a vida de quem só quer “sugar” o clube! Dá sim para imitarmos as melhores práticas internacionais que os melhores e mais desenvolvidos clubes utilizam. Mas para isso, não dá para ficarmos no “desejo” ou no “devaneio”! É preciso QUERER! PROPOR! E para isso existe o cargo de conselheiro, de presidente do conselho deliberativo, de presidente do clube! Garanto que o 1º a tomar alguma atitude assim terá o apoio integral da MASSA!

Finalizando a  entrevista, pergunto ao conselheiro:

A propósito... gostaria de saber se tenho sua autorização para publicar nos blogs que escrevo, na íntegra, suas opiniões a respeito do Atlético. Creio que seria de interesse da torcida. E fomentaria o debate. Agradeço desde já”.

Cadar me responde – ainda o questionamento anterior (que como já disse aqui discordo), e depois a última pergunta, e se mostra extremamente gentil e aberto. Aí marcou muitos pontos, pois essa abertura com a torcida é extremamente necessária. Precisamos urgentemente de alguém que não nos deixe no vácuo, que saiba receber críticas, e que entenda o papel de conselheiro. Pois quem está ali naquelas cadeiras está PARA REPRESENTAR A TORCIDA, QUE SOMOS NÓS! E não para representar a si mesmo. Neste ponto, Cadar merece elogios. De nossa parte, quando os merecer, os terá. Assim como quando merecer críticas, também as faremos. Como com qualquer dirigente, aliás. “Passar pano” ou fazer a “crítica pela crítica” não faz parte do nosso DNA. Respondeu o Conselheiro:

Não quero e não vou fazer ‘caça às bruxas’, já te disse, olho para frente. Respeito sua opinião, mas não acho que seja esse o caminho. Quanto a publicar meus comentários, fique à vontade. Tudo que está aqui no twitter é público. Adoro debater idéias. Estou às ordens”.

Faço meu último comentário em resposta , dizendo:

Quero que saiba que também respeito sua opinião, conselheiro. E fico feliz que esteja à disposição. Agradeço em nome do @ArqdoGalo e do @AtleticoVQTTV, os blogs para os quais escrevo. Assim que saírem as publicações, será informado. Contamos poder procurá-lo outras vezes! Abraço”!

E ele finaliza com uma resposta simples, mas que dá abertura – novamente – a outros canais, blogs e sites que desejem falar e saber sobre o GALO. Simplesmente responde: “Sempre às ordens amigo”!

Deixem suas impressões nos comentários! E aí? O que acharam? Quais as críticas? Há alguma pergunta que faltou? Qual? Participem SEMPRE com a gente! Esse espaço É DA MASSA!!!! Grande abraço a todas e todos!!!


#AQUIÉGALO

Por: Renato Mello
Twitter: @mellorenato
             @AtleticoVQTTV
             @ArqdoGalo

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