Cruzeiro: Fecha-se um ciclo, começam novos desafios

Irmãos de manto,

Sabemos da dificuldade de entrosamento de um elenco recém formado, após 11 (ONZE) peças novas no time. Alguns podem afirmar "Já vi esse filme" (confiantes nas mudanças de 2013), outros prontamente se assustarão e vão temer o pior, talvez, por medo de criar expectativas e se decepcionar. O fato é fechou-se um clico e começou novos desafios para o Cruzeiro.

O ideal não é comparar o time bi-campeão brasileiro com o time que ainda nem teve oportunidade de emplacar uma sequência de jogos definido. Mudou um time titular inteiro, consequentemente, mudou estilos e afinidades com a bola. Cabe ao torcedor apoiar, empurrar e dar combustível ao elenco que temos atualmente. Afinal, a página heroica imortal foi escrita com começo, meio e fim, se repetiu porque tinha que ser assim, mas agora os protagonistas mudaram e dia após dia, jogo após jogo NÓS (torcedores) vamos escrever cada letra neste novo (re)começo de capítulo.

ANÁLISE TÁTICA

O esquema tático do Professor Oliveira, 4-2-3-1, continua intacto, mas temos que observar que a característica individual dos jogadores contratados são extremamente diferentes, não que sejam melhores ou piores, mas, simplesmente, pode-se equiparar apenas em termos de suprir à altura (as necessidades do time) de forma diferenciada. Como? Por exemplo, as novas caras do time possuem um nível de força física e pegada muito mais forte que o time anterior, os reforços vieram especificamente com a 'cara' da Libertadores da América. E logicamente, o estilo do time não será priorizar a posse de bola (como nos anos anteriores), pois é um time mais pesado.

De Arrascaeta, meia do Cruzeiro. (Foto: Washington Alves/Light Press)

Temos para a posição do Éverton Ribeiro, uma jovem promessa de grande qualidade técnica e velocidade, Arrascaeta. Lateral de pegada e experiência como o Mena. O bi-funcional Fabiano, que além de um bom lateral que apoia no ataque, desenvolve bem a função defensiva de zagueiro (que no momento possui uma lacuna por conta de contusões) e será bastante acionado para apoiar o time. No ataque, temos o velocista e louco por gols Joel, o cruel. Além de contar com Leandro Damião, que apesar de não ter quebrado o jejum de gols possui uma marca de 3 assistências em 3 jogos, também, demonstra muita vontade e determinação em campo. Podemos contar também com nomes como: Seymour (volante), Riascos (atacante), Paulo André (zagueiro), possível chegada de Henrique (atacante vice-artilheiro do Brasileiro 2014), entre outras peças da base que serão de suma importância para a temporada. Todos estes jogadores precisam de um tempo para se adaptarem ao novo treinador, novo estilo de jogo e etc.

JOGO CONTRA A CALDENSE

Damião disputando a bola contra a Caldense.
(Foto: Washington Alves/Light Press)

Sem dúvidas, este jogo é para ser esquecido, ou, somente, lembrado para corrigir erros, posicionamentos e afins. Um empate amargo para a torcida, mas de bom agrado, pois somamos 1 ponto enquanto poderia ter sido pior. Deixamos de somar +2 e poderia ser melhor? Sim. Mas nosso time é recém formado, o lateral Mena foi apresentado essa semana e já estreou jogando a partida toda como titular. O time ainda não se adaptou, nem obteve um entrosamento para se elevar ao nível que a torcida se acostumou após dois anos de festa na Toca. Com isso, lamentavelmente, tivemos uma cena de vaias (por uma parte da torcida) após o jogo, insatisfeitos com a apresentação do time na segunda rodada do campeonato mineiro. De certa forma a torcida tem o livre arbítrio de expressar seus sentimentos e indignação, mas, talvez, não teria sido o momento certo para cobrar tanto do time pelas circunstâncias que estamos vivenciando: mudanças, jogadores dependendo de regularização para estrear, falta de um meia qualificado para armar jogadas, etc.

Vejo o time do Cruzeiro se esforçando, jogando de forma a visar um bom entrosamento e, infelizmente, procurando este ritmo em uma competição valendo título. Porém, uma competição que, felizmente, não tem tanto peso.

Foi apenas o segundo jogo de muitos que temos para fazer e buscar uma regularidade dentro de campo. Com certeza, e com apoio da torcida, esse time terá muito a evoluir e crescer a cada jogo, pois a competição de maior importância (Libertadores) ainda não começou e, no momento, estamos nos preparando para entrar com o pé direito.

NOVOS DESAFIOS

O maior desafio do Cruzeiro é correr contra o tempo para que o time embale no ritmo das ultima temporadas. O ingrediente principal desta receita foi mantido: o técnico Marcelo Oliveira. As peças foram trocadas e nosso professor tem a árdua missão de criar uma nova fórmula usando alguns ingredientes diferentes, para elevar ainda mais o nível futebolístico da equipe mineira.

Marcelo Oliveira comandando treino no 'novo' Cruzeiro. (Foto: guerreiodosgramados.com.br)

Um grande desafio, mas nada impossível, para um grande treinador bi-campeão brasileiro e 3 vezes finalista da Copa do Brasil. Obviamente experiência adquirida é o que não falta para o Mestre 'Cuca' e a expectativa é que o tempo possa trazer as respostas esperadas deste novo plantel e, logicamente, que sejam notícias positivas para inflamar o Império Azul outra vez.

RECADO AO TORCEDOR

Vamos ser ainda mais #FechadosComOCruzeiro; colocar o time nas costas, empurrar em cima da montanha, não importando quão alta ela seja; gritar exaustivamente o hino do nosso clube amado, fazer com que o Brasil ouça em forte coro o grito de "A IMAGEM DO CRUZEIRO RESPLANDECE"; pois cada guerreiro que veste o manto e entra em campo é motivado pelo canto que ecoa da arquibancada.