Pra
falar a verdade eu nem sei bem como desenvolver esse texto porque o que estou
sentindo no momento, e o que eu senti na hora do gol, não é fácil de expressar com
palavras. O jogo foi um teste pra cardíaco, com chances lá e cá, fraco
tecnicamente e eu já estava meio alcoolizada porque, sinceramente, sou fraca
para grandes emoções.
No
primeiro minuto de jogo o Botafogo foi lá e quase abriu o placar com Bill, mas
o Martin Silva (que homem, meus amigos) fez uma grande defesa. Logo após, o nosso
Júlio, muito bom em campo, perdeu um gol que fez meu coração parar e gelar.
Nesse momento não escondo de ninguém as dúvidas que começaram a aparecer na
minha cabeça, e olha que ainda tinha muito jogo pela frente.
(Foto: Luciano Belford/Agência Eleven/Gazeta Press) |
O
primeiro tempo foi embora e, junto com ele, metade da minha sanidade mental foi
também. Eu estava nervosa, ansiosa, com um nó na garganta, com incertezas
rondando a cabeça, minhas mãos estavam geladas e começaram a suar.
O
Vasco teve 70% de posse de bola, porém, não era
sinônimo de eficiência para o time, que demorava a se organizar do meio para a
frente.
Na volta para o segundo tempo parecia que eu estava
vendo um replay do que tinha acontecido bem lá no começo da primeira etapa. O
Botafogo pressionou no início e quase marcou com Bill. Nessa hora eu só
conseguia pensar em duas coisas: 1- Meu Deus, cadê o Gol?; 2- Por que o
Marcinho ainda está em campo?. Só a partir dos 15 minutos é que o Vasco passou
a entrar no jogo e assustou Renan com uma cabeçada de Júlio dos Santos e uma
tentativa de longe de Rafael Silva. As entradas de Bernardo e Rafael Silva
ajudaram um pouco, no entanto, minutos depois, a saída de Júlio dos Santos
deixou o meio de campo vascaíno numa situação muito desfavorável, quase sem
ligação com o ataque, o que possibilitaria uma recuperação botafoguense.
Willian Arão chegou a colocar uma bola no travessão, nessa hora eu já estava
com o dedo no celular pra ligar pro SAMU.
Eu já estava conformada com um empate, pensei que não
poderia sair mais nada daquele jogo quando algo aconteceu. Aos 47 minutos, nos
acréscimos, Rafael Silva aproveitou a falha da zaga adversária após cobrança de
falta e tocou para o fundo da rede. Era gol. Não me contive nessa hora.
Confesso que chorei. Levantei tão rápido da cadeira que balancei a mesa e
quebrei 5 copos. Sem FERJ, sem Eurico, sem choro, sem árbitros, sem final moral
(boatos que seria realizada na Arena Cantareira) e sem dúvidas. A rede
balançou, meu coração tremeu, o grito saiu e tenho certeza que os vizinhos
ouviram, mas não ligo.
Rafael Silva, autor do gol da vitória, comemora com a torcida vascaína. (Foto: Fernando Soutello/Agif/ Gazeta Press) |
Minha casa virou festa, ver os olhos dos meus amigos
vascaínos brilharem não tem preço, ver a nossa torcida explodir no Maracanã me
mostra o quanto é bom ser Vasco, o quanto a nossa torcida é apaixonada e nunca
deixará de comparecer. Aqueles minutos finais que tanto já me tiraram o sono
num passado não tão distante, ontem estavam a nosso favor. Agora temos mais uma
batalha de 90 minutos para podermos colocar pra fora o grito que já nos foi
tirado. Foi só o começo sim, mas foi um bom começo. Pés no chão, respeito ao
adversário e vamos adiante. Parece que é o destino.
@luziacibele
Nenhum comentário:
Postar um comentário