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quinta-feira, 9 de julho de 2015

Cruzeiro, Grêmio e eu: Uma história ao longo do tempo

Esse é um daqueles textos que deveriam começar com "Era uma vez..". Um conto de fadas meio real, totalmente sem malícias e inocente em sua essência infantil. Era, não uma vez, mais (sim de somar) precisamente ano de 1999, um jogo válido pelo Campeonato Brasileiro, no Olímpico (o Estádio dos deuses imortais). Eu, na época, com 6 anos, após um acidente que abalou toda a minha família e quase tirou a minha vida junto com a do meu tio (motorista) e os dois amigos dele que se encontravam no carro, uma tragédia contemplada com um milagre em resguardar duas vidas (a minha e da minha madrinha, mãe do motorista). Esqueçamos isso, voltemos à 99. Só tinha olhos pra camisa azul, mas que azul? Cruzeiro e Grêmio. Sim, meu pai queria que fosse corintiano, meus tios, flamenguista, meu avô, vascaíno, meus primos, são paulino. E eu? Nada disso. Batia o pé, me negava a ter uniformes e camisetas que não fossem azul. Não brincava com carrinhos, era bola e mais bola o dia inteiro, com dificuldade por ter fraturado a perna no acidente, além de rompimentos musculares, mas eu acreditava que seria um jogador de futebol e, claro, do Cruzeiro ou Grêmio. 

Meu pai passava em frente a televisão - "Vai torcer pra quem hoje? Seus dois times jogando um contra o outro". Eu ficava com muita raiva, pois ele sabia que eu queria que os dois ganhassem. Mas inocência de criança era enorme, ainda aos seis aninhos, nem sabia ao certo as regras, só que um teria que perder ou empatar. Então, respondi - "o que ganhar". E um fazia gol, eu comemorava, mas quando o Cruzeiro fazia o seu, meus olhos brilhavam mais. E numa reviravolta, eis que o Cruzeiro saiu da arena dos deuses levando a imortalidade que me tornaria o cruzeirense mais chato e apaixonado pro resto da minha vida. Olha que naquele ano o Grêmio tinha Ronaldinho Gaúcho no seu auge. Nem isso me impressionava. Aos poucos fui crescendo e percebendo que a minha cultura, minha identidade era toda do interior, do sertão, sertanejo, da vida simples, da roça mesmo. Fui pra Uberlândia, conheci a família do meu falecido tio. Perguntava a todos se eram cruzeirenses, achava que todo mineiro era cruzeirense também, ou deveria ser. Queria muito conhecer pessoas que torcessem pro mesmo time que eu, afinal, minha infância foi repelir a insistência e influência do "EIXO".  (Detalhe: eu não sabia da existência do Atlético-MG até os 15 anos, quando conheci uma prima atleticana que entrou pra família do nada. Para mim, rivais do Cruzeiro eram: Flamengo, Corinthians, São Paulo, Vasco, Grêmio).

Veja, um menino tocantinense, sem ter nascido no berço mineiro, nasceu azul como o céu que reflete o amanhecer. Essa cor celestial, encantava, brilhava dentro dele. E desde que nascera tinha seu destino cruzado pelos céus e brilharia ainda mais carregando as cinco estrelas mais belas em seu peito. 

Com o passar dos anos, o conhecimento foi batendo à porta e ela foi se abrindo. A cada etapa da minha vida buscava saber ainda mais, me aproximar (mesmo que de longe) de mais e mais cruzeirenses. Conheci Belo Horizonte em uma das viagens inesquecíveis. Mas, nunca me aproximei do maior sonho "conhecer o Mineirão". Meu pai dizia - "Meu filho não vai morar em MG, porque não vai estudar, conheço. Viverá no estádio vendo o Cruzeiro"; "Meu maior desgosto é ver esse menino cruzeirense, deveria ser corintiano roxo". Tentou de todas as formas me afastar desse meu grande defeito perfeito azul. Mas quem nasce com um amor como esse, não há como fugir, tá no sangue. As próximas gerações já estão vindo como eu, graças a Deus.
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Mas voltando ao Grêmio, que ficou pelo caminho ao decorrer do texto ao empolgar-me com meu amado clube... Ahhh! Eu tenho um carinho imenso e respeito por ter as cores azuis, por ter me feito escolher de forma certa e por ter, por alguns anos, me emocionado com aquela febre azul, preto e branca. Não sou torcedor gremista, mas respeito e gosto muito, além de ter mais afinidade com os loucos que tem esses defeitos azuis como eu.  

3 comentários:

  1. Twitter: @Gremista_1903_11 de julho de 2015 às 00:31

    Baita texto, sou gremista e achei muito legal a sua história. Realmente, o azul é a cor mais linda que existe. Pena que não se tornou gremista também. rsrs Abraço!

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    1. Vou te seguir no twitter, eu tenho mó respeito e admiração pelo Grêmio, devo ser o único cruzeirense que gosta, enfim. Pelo menos temos algo em comum: essa louca azul! Abraço :D

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  2. Legal, Miguel. Não sabia que tu tinhas uma apreciação assim pelo Grêmio. Lembro-me que tu elogiavas o Grêmio, mas não imaginava que tivesse algo por trás disso. Como disse a colega anterior: pena que não se tornou gremista também.

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