Clássicos Eternos: Cruzeiro x Santos

Cruzeiro e Santos entram em campo pelo Campeonato Brasileiro no próximo domingo (30), às 18h30, no Mineirão. Em homenagem a um dos grandes clássicos nacionais, mais uma vez as equipes do “Vai Que Tô Te Vendo” se unem para fazer um aperitivo na série “Clássicos Eternos”.

Em campo duas das mais tradicionais camisas do futebol brasileiro, juntas somam 12 conquistas do nacional desde a unificação, além de nenhuma participação em divisões de acesso. Os clubes se enfrentaram por 57 vezes, 21 vencidas pelo Cruzeiro, 20 pelo Santos e 16 empates. O alvinegro marcou 86 gols, contra 81 da equipe celeste.

Alguns jogos marcaram a história dos clubes, e você relembra agora:

2003, Mineirão – Cruzeiro 3x0 Santos – A arrancada definitiva para conquistar o Brasil

Era o típico “jogo de 6 pontos”. Cruzeiro de Alex e Santos de Robinho estavam liderando o Brasileiro de 2003 até a 30ª rodada, com 58 pontos; o jogo de 20 de setembro, na 31ª rodada, seria o tira-teima entre os dois favoritos ao título. O Mineirão estava lotado (mais de 65 mil pessoas), a torcida azul estava empolgada, sabia da tensão do jogo e que o apoio ao Cruzeiro poderia ser o diferencial na partida. Quem tomou as iniciativas do jogo foi a equipe mineira, em chute de Alex. No segundo lance de perigo, Aristizábal chutou e Fábio Costa fez bela defesa, no rebote, Wendel foi derrubado por André Luiz dentro da área – pênalti! Aristigol cobrou com tranquilidade e fez 1 a 0 para a Raposa. A partir daí, houve uma blitz santista. A equipe alvinegra teve 4 boas chances para abrir o placar, principalmente com Léo e Robinho, porém ambas pararam nas mãos de Gomes.

Na volta para o segundo tempo, o jogo pegou fogo. Chances para ambos os lados, Robinho sempre puxando as ações ofensivas pelo lado santista e o Cruzeiro tentando ampliar o marcador chegou a ter duas bolas na trave, em cabeçadas de Cris e Aristizábal. O jogo estava perigoso para o time comandado por Vanderlei Luxemburgo, eis que surgiu o lance capital: aos 23 minutos, Fabiano desferiu uma cotovelada em Wendel e Héber Roberto Lopes não teve dúvidas, expulsou o jogador santista. Aos 25 minutos, aproveitando que o Santos estava atordoado pela a expulsão, Felipe Melo arrancou pela esquerda e, no chão, conseguiu cruzar rasteiro, porém a bola desviou no jogador do Santos e enganou Fábio Costa que mesmo dando um leve tapa na bola, não conseguiu desviá-la do gol – 2 a 0 para o Cruzeiro e um enorme alívio para a torcida celeste por todo o Brasil; jogando em casa, com um jogador a mais e uma vantagem de dois gols no placar, era tudo que poderiam sonhar.

Para fechar o caixão, Maurinho foi à linha de fundo e fez cruzamento perfeito para Aristizábal, que em bela cabeçada fez a bola ganhar as redes santistas novamente – 3 a 0 para o Cruzeiro. Com a vitória incontestável sobre a única equipe que poderia competir pelo título brasileiro daquele ano, o Cruzeiro alcançou os 61 pontos na tabela, virou líder isolado e a partir daí todos já conhecemos a história – domínio azul no Brasileirão, culminando com o Título Brasileiro no final do ano e a famosa Tríplice Coroa.

2012, Independência: Cruzeiro 0x4 Santos – A consagração de Neymar

Neymar dá show e é aplaudido por torcida celeste  (Foto: Samuel Costa/Agencia Estado)

São poucos os jogadores que conseguem através de seu talento atrair a torcida adversária, e foi isso que Neymar fez naquela histórica noite de sábado. O show do atacante santista começou aos 11 minutos da primeira etapa quando recebeu de Arouca e abriu o placar em Minas Gerais. Aos 35 o craque ampliou após receber de André. No início do segundo tempo o atacante deu belo passe para Felipe Anderson fazer o terceiro, após a  assistência a torcida celeste já aplaudia o ídolo santista. Aos 36 o craque do moicano fez o seu terceiro gol na partida e fechou a goleada do alvinegro. A torcida cruzeirense em gesto surpreendente e inusitado ovacionou Neymar, atitude que emocionou não apenas o atacante, mas alguns parceiros de clube que juraram nunca ter visto algo semelhante. O Menino da Vila quando atuava fora do mando do Santos já era acostumado a ser hostilizado e ofendido pelo torcedor adversário, mas naquela noite tudo mudou e Neymar, que há muito tinha o seu valor reconhecido pela torcida alvinegra, agora recebeu a aprovação também dos adversários, afinal, um fenômeno como esse tem que ser aplaudido sempre. Alguns até hoje contestam se o ato foi sincero ou irônico, mas de qualquer maneira, o que não se pode negar, é que foi de arrepiar!

Domingo esperamos mais um belo jogo entre esses dois gigantes do futebol brasileiro, que honre a história de ambos. E quem sabe até não seja digno de figurar nessa lista de clássicos eternos.

Guido Junior e Dani Devorane

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